Posted por em 12 out 2020

Estudo oferecido no GFEIE, Live no Instagram, em 12-10-2020

Folheto com as reflexões sobre o tema (PDF) – Viver pela Fé

Link para o vídeo no Youtube – https://youtu.be/9318xmyPKPg

Diz-nos Joanna de Ângelis (1) que a Fé se apresenta em duas expressões: natural e adquirida.

Como expressão natural, é espontânea, sem a necessidade de maiores reflexões. Manifestação da capacidade racional do Ser Humano.

A expressão adquirida é resultado de reflexões por elaboração do pensamento. Resultado de elucubrações sistemáticas. Fortalece-se pela sedimentação dos resultados significativos, diante das experiências positivas e dos fatos claramente percebidos. Adquirimos confiança que nos leva a enfrentar as dificuldades com convicção.

Há ainda uma terceira expressão de com poderemos perceber a Fé. Memórias de experiências anteriores. Circunstâncias enfrentadas e resultados obtidos a partir de decisões tomadas e atitudes levadas a efeito, diante de enfrentamentos semelhantes aos do passado. Experiências vivenciadas e registradas em nossa memória.

A Fé deve estar sedimentada na razão. Deveremos observar o limite de nossas capacidades realizadoras. Entre a Fé e a ação deverá existir a reflexão, a avaliação ponderada entre o que se pode observar diante do desejo de se alcançar um objetivo. Avaliar os próprios limites, as condições que se apresentam diante da análise dos meios e recursos a serem utilizados para a efetivação do que se pretende. Saber definir com segurança: é o caso de se realizar o pretendido ou devermos deixar de fazê-lo.

Usualmente tomamos decisões que entendemos serem decorrentes da Fé, da Esperança, da Confiança em Deus. Alerta-nos Joanna de Ângelis: “Em face da proposta de que nada é impossível quando se crê, é necessário decodificar o que significa essa crença, à luz da Psicologia Profunda, para não se tombar no fanatismo perturbador e insensato.”

Importante também trazermos reflexões de Emmanuel para passagem em carta de Paulo aos Romanos 1:17: “Mas o justo viverá pela fé.”

Aqui temos o alerta de que a demonstração de Fé não se dá por manifestações exteriores. A verdadeira demonstração da Fé dá-se ao nos apresentarmos como criaturas de Deus “em todas as circunstâncias da existência”. (2)  Fidelidade às Leis advindas do Pai, impressas em nossa Consciência.

Pontos importantes quanto ao confiarmos ao nos propormos a algo:

– se estivermos em uma situação tranquila, sem grandes problemas a enfrentar… tenhamos moderação em nossas ações e propósitos;

– estamos atravessando situações difíceis que nos exigem esforço e até mesmo trazem-nos preocupações? Confiemos, tenhamos firmeza nos propósitos de seguir em frente sem nos esmorecermos. Poderão ser exercícios necessários à nossa caminhada para que fiquemos mais fortes e determinados na condução de nossas vidas;

– sentimo-nos frágeis diante da sensação de estarmos sem suportes onde nos apoiarmos para nos impulsionarmos para seguir em frente? Abracemos a certeza na confiança de que Deus não nos abandona. Algumas intempéries são instrumentos, como alavancas, onde encontramos novas forças para vencermos dificuldades e agregarmos novas forças para abrir novos horizontes em nossas vidas;

– somos visitados por fragilidades em nosso corpo físico – debilidades e doenças –, desesperança, até mesmo perda de um ente querido? Esses acontecimentos, considerados infortúnios por muitos de nós, poderão proporcionar o abrir de novos olhares em nossas vidas. Muitos desses oferecem novas oportunidades de uma vida firmada na fé, apoiadas em disposições dos fundamentos Cristãos.

Assisti a uma palestra há poucos dias que nos traz muitos desses fundamentos. Esta proferida por uma profissional da área de Cuidados Paliativos Exclusivos – HOSPECE, Dra. Ana Cláudia Quintela de Arantes (3). Área da Medicina se propõe a oferecer cuidados muito especiais a pacientes em estado terminal, e a seus familiares.

Aqui uma afirmativa trazida por ela durante a palestra:

– “A melhor definição que eu tive de fé até hoje foi da mãe de um paciente meu que era Testemunha de Jeová. Eu sempre falo sobre ele, do Paulo. Ele tinha 44 anos e essa mulher estava perdendo o segundo filho, porque tinha falecido um irmão do Paulo, com leucemia. Ele não ia falecer porque ele não aceitou tomar transfusão de sangue. Ele ia falecer porque ele tinha um câncer avançado.

E aí, numa reunião da família, perguntei se eles tinham alguma dúvida para me perguntar sobre os cuidados que a gente iria oferecer para o Paulo, na Unidade de Cuidados Paliativos Exclusivos que se chama HOSPECE. E a mãe do Paulo me disse: Dra. Ana, nem eu, nem a minha família escolhemos passar por isso, mas se Deus acredita que nós somos capazes, nós não vamos decepcionar Deus. Nós vamos passar por isso. E eu tenho certeza de que Deus, em sua infinita misericórdia vai nos oferecer tudo de que a gente precisar para poder passar por isso com dignidade e com nossa família unida.

Essa foi a melhor definição de Fé que eu já ouvi em minha vida”

– em outro momento ela diz: “Por que será que a gente precisa da doença para dar valor ao nosso tempo?

Por que será que a gente precisa perder a saúde para ganhar tantas outras coisas?

Porque as pessoas perdem a saúde, mas ganham muita bênção depois que elas adoecem. E elas ganham as bênçãos quando elas escolhem se entregar para o tempo que se revela diante delas.

A leitura dessas afirmativas exige de nós reflexões profundas. Alguns podem estar neste momento questionando o que a Dra. Ana disse. Precisamos prestar atenção em cada palavra e na composição das frases acima.

Enquanto tudo está bem em nossas vidas, deixamos de prestar atenção no tempo que temos à nossa disposição. No entanto, quando percebemos que o tempo existente à nossa frente se mostra restrito a um período bem definido ou quase isso… passamos a valorizar os dias que ainda temos para usufruir na vida. E percebemos que nos resta pouco tempo para fazer coisas importantes que fomos deixando de lado. É hora de fazemos uma lista de prioridades e escolher como queremos viver esse tempo que nos resta.

Vou concluir essas reflexões trazendo novamente percepções oferecidas por Joanna de Ângelis.

Quando temos em nós a Fé clara e lúcida, enfrentamos com coragem e confiança quaisquer empeços que se nos apresente a vida. Calma e confiança quanto ao que nos virá acontecer. Afirma ela: “Não tem pressa, nem se angustia, porque sabe que os empeços exigem remoção e as sombras precisam de luz para que desapareçam.” (1)

Devemos buscar, então, a razão, a confiança e a esperança, fundamentos oferecidos pelo Cristo. Estes que nos fortalecem e fazem irradiar ao nosso redor a energia de que precisamos para seguir no caminhar e no realizar: afastar os obstáculos e proporcionar luz que removem as trevas da insegurança, do medo e da desesperança.

  • Jesus e o Evangelho – à luz da Psicologia profunda, Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco, FEB Editora
  • Viver pela Fé, no livro Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, por Chico Xavier, FEB Editora
  • Ana Cláudia Quintela de Arantes – link para vídeo – https://youtu.be/Wbt6kCnRaV8

Elda Evelina Vieira

Fé…

Sentimento que me toma,

Preenche espaços da Alma.

Dá-me força e coragem

Para seguir e realizar. 

Por vezes é o aquietar que se mostra,

Por necessitar do refletir. 

O agir deve ter pensado.

Há momentos de ir,

Há momentos de ficar.

Confiança tenho

Em um Poder maior a me envolver.

São energias salutares

A impulsionar o meu Ser.

O aquietar, no entanto,

Tem o seu momento precioso.

Para realizar preciso conhecer…

Caminhos, razões, maneiras

E outros tantos. 

Fé fortalecida na esperança, 

No saber, na experiência, 

De passados e de memórias. 

Deus nos fortalece

Mas… nossa parte

É parte do vir a ser. 

Confiar, é essencial.

O esperançar é importante.

Aguardar momento certo de agir,

Ter o raciocinar como base

E fazer o que deve ser

Para o melhor em nosso viver. 

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