Posted por em 3 jan 2013

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 A experiência que vivenciamos enquanto encarnados é um processo de intercâmbio constante de energias no corpo físico, como também entre o corpo e o meio ambiente que o envolve. Esse meio ambiente consiste não só do que conseguimos perceber com os nossos cinco sentidos, como também do fluido em que estamos imersos e que nos permeia todo o tempo.

Essas energias e fluidos vitalizam nossos corpos e nos auxiliam no processo em que nos encontramos de evolução constante.

Infelizmente, o nível em que nos encontramos de apego às coisas materiais e emoções primárias mantém-nos atraídos às sensações do corpo, impedindo ou dificultando o contato com as emoções que elevam o nosso padrão vibratório e nos libertam das emoções primitivas.

Jesus conhecia e conhece de forma profunda a natureza humana e os conflitos internos em que se debate o Ser, em razão do que é e do que intimamente sabe dever procurar ser.

Por isso, sempre buscava promover no Ser a conscientização da necessidade da reforma interior, reformulação dos conceitos morais e éticos. A elevação espiritual daquele que almeja a felicidade, o bem-estar, a aceitação da fatalidade da vida biológica resultando na morte do corpo físico.

Diante da dificuldade que encontramos em promover essa mudança íntima, ensinou-nos o Mestre a buscar a conexão com planos vibratórios superiores, construção de uma ponte com as Fontes da Vida, através da oração.

Essa conexão se faz através da emanação do pensamento, enriquecido de sentimentos superiores e vontade real do encontro com o poder maior que lhe proporcione a remissão do sofrimento, alívio das dores, elevação espiritual, bem-estar físico e emocional. Intercâmbio estreito entre a criatura e o Criador.

O simples desejo de buscar esse contato, elevando seus pensamentos e emoções, ampliando os padrões vibratórios, é suficiente para diluir as energias negativas, desestabilizantes, como também de renovar as forças morais, envolvendo o Ser com vibrações que alteram as paisagens mentais, emocionais e orgânicas.

É preciso se conscientizar de que a prece não promove o quebrar as Leis que regem nossas vidas ou mesmo o Universo. No entanto, o orar fortalece-nos e nos disponibiliza melhores condições de compreender o que se passa conosco, conferindo-nos capacidade de conviver com as dificuldades em clima de coragem e até mesmo de alegria. Proporciona mais confiança em vencer os obstáculos, mais coragem e determinação para superação das nossas fragilidades e limitações.

Nossas preces sempre são atendidas, mesmo quando não percebemos as respostas ao que buscamos. Ao promovermos essa oportunidade de abrir nossa alma, despertamos a consciência para a compreensão e descortina-se à nossa frente caminhos, alternativas várias que poderemos interpretar como soluções possíveis. Precisamos tão-somente ter um olhar crítico, observar, analisar implicações e escolher, para dar continuidade ao nosso caminhar.

Colocarmo-nos disponíveis às intuições, sermos observadores isentos de paixões, de apegos, de preconceitos. Deixar vir à tona o Ser consciente e saber interpretar o que se apresenta à nossa frente como prováveis soluções.

As respostas às nossas preces não são concessões gratuitas. São dádivas, oportunidades que se apresentam de acordo com nossas ações, pensamentos, emoções, compromissos espirituais. Serão sempre as melhores opções para o nosso caminhar em direção à nossa elevação espiritual.

Partindo da premissa de que Deus nos ama e quer o nosso sucesso como Espírito, Ele nos oferece as oportunidades mais promissoras para alcançarmos o nosso progresso.

Esse novo estado de percepção facilita-nos a consciência, preparando-nos para o caminhar em direção ao autoconhecimento e a identificação com o nosso verdadeiro Ser – o Espírito. Mudamos o olhar para a nossa própria vida, redirecionamos nossas energias para uma reforma interior.

Quando nos dispomos a pedir é porque reconhecemos e expomos as nossas fragilidades. Começamos a colocar o nosso orgulho de lado e colocamo-nos receptivos a novos caminhos, novas oportunidades, novos valores. Expressamos a necessidade de promover nossa reforma íntima, a renovação do olhar, do sentir, do agir, do viver.

Jesus, em sua sabedoria, estimulava as pessoas que o procuravam a aprender a encontrar o reino de Deus dentro de si mesmos. Mantendo-se continuamente em contato com o Pai, em oração, estimulava as pessoas a fazerem o mesmo através do Seu exemplo.

Encontrando-se em dificuldade, sentindo-se oprimido pelas circunstâncias, a melhor forma de enfrentar essa situação é abrir o seu coração, em prece, buscando o auxílio do Pai e deixar-se banhar em Sua luz. Absorvendo a emanação do Seu amor sentir-se-á renovado, fortalecido, em paz e equilíbrio, o suficiente para perceber e compreender as respostas que lhe serão oferecidas para superar os obstáculos e as dificuldades.

Texto do livro “Reflexões Evangélicas II”, Elda Evelina Vieira, Bookess Editora – http://www.bookess.com/read/11777-reflexoes-evangelicas-ii/
 
Tema de palestra no Grupo Educacional Assistencial Espírita Fraternidade,
em 4 de janeiro de 2013

 

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