Posted por em 14 set 2015

Decors-EvangeÁudio do estudo oferecido no GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em 14 de setembro – Trabalho, Confiança, Fé, Respeito e Brandura Separador-EvangeEstudando a passagem do Evangelho de Mateus, a que se refere o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV, itens de 9 a 11, podemos extrair algumas reflexões bem interessantes e importantes para nosso estudo.

Procuraremos focar em duas delas.

Mateus 10: 1 e de 5 a 10

Primeiro quanto ao que contém os primeiros versículos, que se referem a quando Jesus sinaliza para os apóstolos que não deveriam preocupar-se com levarem mantimentos, nem moedas, “pois digno é o trabalhador do seu alimento”.

Esta passagem remete-nos ao trabalho, à confiança e à fé.

Trabalho

– Jesus ordena-lhes:

“(…) pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.”

Convida a todos nós, a todo tempo, ao exercício da caridade, do compartilhar. Ele espera de nós a realização dessas tarefas que, na essência, é o “amar ao próximo como a si mesmo”.

Para a conquista dos haveres necessários à manutenção das nossas vidas, necessário se faz o exercício do esforço, da coragem, da determinação, enfim, do trabalho.

Aprendermos a ser úteis, em todos os momentos ou circunstâncias; proporcionar, dentro dos limites e possibilidades de cada um, o progresso, viver com dignidade. São expressões do nosso dever diante da vida.

Mesmo quando entendermos ter atingido algum objetivo proposto, impende-nos continuar no realizar, pois sempre há algo mais que se possa fazer e melhorar as metas alcançadas.

Confiança

– Jesus recomenda a eles:

“Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.”

O Mestre proveu-lhes do necessário à realização dessas tarefas:

“E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades.’

Jesus oferece a nós o que nos é necessário para o cumprimento das nossas tarefas na busca do Reino dos Céus.

O que seriam as nossas provisões para este trabalho?

Seus ensinamentos, o mirarmo-nos no Seu exemplo, os quais podemos encontrar nas passagens evangélicas, contidas nos livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Discípulos que cumpriram suas missões ao compartilharem suas vidas com Jesus, tornando-nos possível conhecer a vida do Mestre entre nós.

O que nos dizem os Espíritos quando perguntados por Kardec, em o Livro dos Espíritos:

  1. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

Sendo Jesus nosso modelo e guia, inspirado por Deus, deveremos ter n’Ele plena confiança e seguir suas orientações como máximas para o nosso caminhar. Nossas vidas devem estar embasadas na ação, porque é nosso dever trabalhar.

A fé é decorrente da confiança, é este sentimento com mais expressão e profundidade.

E a fé que promove em nós a esperança e conduz-nos à caridade, por constituir-se do sentimento maior – o Amor.

A fé é plena quando consequente da razão. Quando nesta condição proporciona brandura como também é realizadora, pois traz equilíbrio físico e psíquico, necessários à sustentação da vida humana saudável.

Dizem-nos os Espíritos na questão 941 de o Livro dos Espíritos:

“Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança fá-lo contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.”

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos:

“A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?” (ESE Cap. XIX, item 11)

Esperança– Importante para o exercício da caridade, pois remete à certeza dos resultados a serem alcançados através do trabalho, não obstante eventuais adversidades encontradas durante a jornada. (1)

Mateus 10: 11 a 13

Nesta parte, do texto evangélico, Jesus dá novas orientações. Se antes referindo-se ao trabalho, à confiança e à fé, agora lembrando aos apóstolos o como buscar recursos práticos para o exercício do trabalho.

“Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.

E, ao entrardes na casa, saudai-a; se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.”

Lembra-nos o Evangelho Segundo o Espiritismo:

“Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.

O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranquilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.” (ESE Cap. XXV, item 11)

Referindo-nos ao parágrafo acima, do texto de o Evangelho Segundo o Espiritismo, vale a reflexão: é muito importante que estejamos atentos à forma como lidamos com as diversidades em nossas vidas.

Há muitas formas de interação com diferentes maneiras de pensar, de agir, de se crer. Podemos simplesmente acolher o outro em sua diversidade; deixá-lo à margem de nossas vidas, seja por indiferença ou por rejeição; ou ainda querer que o outro pense ou aja como nós.

Flagramo-nos muitas vezes nessa última opção, tentar impor ao outro nossas crenças, ideais ou ideologias. Cremos que todos devam pensar e agir como nós, como se fôssemos o centro do mundo e detentores da verdade.

Por sua vez, o outro também pode pensar da mesma forma: ser o centro do mundo e detentor da verdade.

Apresenta-se, então, um grande impasse. Como lidar com este fato? Só mesmo a compreensão e a aceitação de que todos temos o direito de pensar e crer em algo, mesmo que sejam divergentes. É o livre-arbítrio disponibilizado, a cada um de nós, pela misericórdia do Pai.

Devemos respeitar o livre pensar e o livre agir.

Mais do que isso, manter no nosso íntimo a paz, independente do que ocorra à nossa volta; ainda que outros que estejam próximos não tenham conseguido alcançar o estado de graça que a brandura e a mansuetude proporcionam ao Espírito, nosso verdadeiro Eu.

Vale lembrar, neste momento, reflexões (2) sobre a Lei de Liberdade (3):

Liberdade Natural:

– vivemos em sociedade e, por isso, dependemos uns dos outros; não usufruímos de plena liberdade pois os direitos referem-se a todos e cumpre-nos respeitar;

– as pessoas que costumam exercer a força e o autoritarismo, seja no lar, seja com seus subordinados, eles têm a noção da lei natural, no entanto, não cumprem os princípios dos direitos individuais;

– quanto mais consciente é o homem, mais responsável é pelas atitudes que assume e, por isso mesmo, com menos indulgência será avaliado.

Liberdade de pensar:

– poder-se-á dizer que ao homem é dado o direito de livre pensar, como também afirmar que é responsável pelo que pensa, Deus o avalia pelo que pensa, pois Deus sabe todas as coisas.

Liberdade de consciência:

– semelhante à liberdade de pensar, pois a consciência é um pensamento íntimo;

– deve ser respeitada, só Deus tem o direito de julgar a consciência do homem;

– a liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso;

– toda crença sincera e que conduz ao bem deve ser respeitada;

– constranger alguém quando age em desacordo com o nosso modo de pensar é atentar contra a sua liberdade de pensar;

Livre-arbítrio:

– como temos a liberdade de pensar, temos também a liberdade de agir;

– o viver em sociedade, no entanto, exige de nós responsabilidade no agir.”

Lembremo-nos do que disse Jesus: “Bem-aventurados os mansos e os pacíficos, porque herdarão a Terra. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (4)

Do livro Evangelho é Amor II-Reflexões, Elda Evelina, Bookess Editora

  1. Ler livro “Estudos Espíritas”, Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco.
  2. Livro Evangelho é Amor – Reflexões Evangélicas, capítulo Obreiros atentos, referente à palestra oferecida à luz do texto “Obreiros atentos”, de Emmanuel, por Chico Xavier
  3. Livro dos Espíritos, Cap. XX, questões de 825 a 850.
  4. As bem-aventuranças – Mateus 5:3-11

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