Posted por em 15 jan 2012

Decora-04-5Quero refletir sobre nosso comportamento como seres encarnados e seres espirituais. Como é o processo de busca pela solução de nossos anseios e as consequências de nossas escolhas.

É preciso que estejamos sempre conectados com a nossa alma para que possamos encontrar o nosso centro emotivo e então possibilitar o nosso encontro com o íntimo de nosso ser e sentirmo-nos realizados em nossa jornada.

Como nos diz Emmanuel no livro “Vinhas de Luz”, capítulo “Somos de Deus”: “Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à ideia de separação da Paternidade Celeste”.

Normalmente nossa caminhada se dá, primeiramente, em direção à satisfação de nossos anseios materiais ligados a necessidades mais diretas, mais imediatas – alimento, moradia, emprego, sucesso, bem-estar físico. Dedicamos quase toda uma vida à satisfação desses desejos e, às vezes, não medimos esforços para conquistar nosso espaço na sociedade em que estamos inseridos.

Enquanto estamos envolvidos nessa tarefa, nossa percepção mais presente é a de fazermos parte do mundo, em um corpo que precisa ter satisfeitos seus desejos e necessidades e, infelizmente, muitas vezes empenhamo-nos nessa empreitada de forma desenfreada, sem refletir sobre os verdadeiros valores que importam à nossa jornada nesse mundo.

Somos cidadãos do mundo, meros corpos com vida buscando a sua sobrevivência.

Há um determinado momento nessa jornada, no entanto, em que começamos a sentir a necessidade de pensar diferente e nos perguntamos o porquê de estarmos aqui; se precisamos fazer diferente a nossa jornada. As coisas materiais já não nos satisfazem e queremos mais, queremos algo que seja especial e torne a nossa vida mais rica em valores morais, éticos, espirituais.

Nesse momento, começamos a nos questionar se somos só meros corpos com vida em busca de sua sobrevivência. Percebemos que podemos ser mais do que isto, que o espírito a nos dar vida não é material e, por isso, suas necessidades também não são materiais.

É quando deixamos de ser meros cidadãos do mundo e começamos a nos sentir parte de algo muito maior, mais valioso, mais expressivo.

As experiências pelas quais passamos, principalmente a dor, as dificuldades, as perdas, levam-nos a reconsiderar nossos valores e conceitos e sentimos a necessidade de nos conectar com o íntimo do nosso Ser, onde residem emoções adormecidas pelas nossas ambições e apegos.

É a revalorização da vida. É sentirmo-nos seres especiais.

Em uma palestra a que assisti recentemente, uma irmã comentava sobre o Ipê que floresce no mês de agosto em Brasília, quando estamos em período de seca intensa. Informou-nos que o Ipê precisa estar em “sofrimento hídrico” para florescer. Fazendo uma analogia para a nossa vida, ela nos disse que precisamos passar pelo nosso “sofrimento hídrico” para tornarmo-nos floridos, belos e exuberantes. Sentimos um vazio interior e precisamos buscar sentido para o nosso viver.

Podemos dizer que o nosso “sofrimento hídrico” é o resultado dos mil obstáculos que nos prendem “à ideia de separação da Paternidade Celeste” (citando Emmanuel): a dor, a perda de entes queridos, a doença, as desilusões, os conflitos de sentimentos, o vazio que eventualmente envolve o nosso Ser.

Nesse momento em que somos sensibilizados pelo nosso “sofrimento hídrico” descobrimos que somos merecedores de uma jornada de luz, de amor, bastando que nos empenhemos na reformulação de nossos valores morais, éticos e espirituais, buscando no Evangelho do Mestre a base para o nosso caminhar. É quando nos permitimos conectar com a nossa verdadeira essência.

Nós nos conscientizamos de que somos mais do que um corpo encarnado vivendo no Planeta, mais do que um cidadão do mundo.

Nós nos reencontramos com a nossa alma de origem divina porque reconhecemos que somos de Deus.

do livro “Reflexões Evangélicas”, Elda Evelina Vieira, Bookess Editora
 
http://www.bookess.com/read/7140-reflexoes-evangelicas

Um Comentário

  1. 15-1-2016

    Gostei muito… mesmo porque só agora estou lendo (e estudando) seu livro Evangelho é Amor – Reflexões Evangélicas.

    A analogia com o florescer do ipê em agosto também é muito apropriada.
    Abraços fraternos.

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