Estudo oferecido no Grupo Franternidade, no dia 16-12-2015.
Como tem sido o meu pensar?
Com que tipo de emoções tenho me envolvido no dia-a-dia?
Quais ocorrências tocam o meu coração com mais intensidade?
Tenho buscado experiências que elevam a minha Alma, proporcionam aprendizado?
Qual a dinâmica no meu modo de fazer escolhas, de tirar conclusões, tomar decisões?
A nossa forma de agir, de pensar, de buscar realizações está baseada nos valores que mantemos em nossos corações e em nossas mentes. É de primordial importância que tenhamos sempre presente em nós o observar nossos pensamentos, atitudes, conceitos éticos e morais,
A vida nos coloca sempre frente a frente com situações desconfortáveis, que geram angústia, tristeza, dores e até sofrimento.
Não há como estarmos alheios a esta realidade!
Normalmente nós ficamos envolvidos, por vezes intensamente, pelo que ocorre à nossa volta. Seja assistindo ao noticiário, a um filme, conversando com amigos sobre assuntos da mais variada ordem, enfrentando algum problema pessoal ou familiar. Situações que tiram o nosso equilíbrio e harmonia interior.
Por vezes não nos é fácil identificar, de pronto, o quanto estamos envolvidos e quão intensamente os fatos estão alterando a nossa forma de ser, de sentir, de pensar, de reagir.
Um exemplo sempre corriqueiro é o do trânsito. Imaginemos a seguinte situação: estamos à direção e o movimento à nossa volta se mostra agitado, estamos com pressa e inquietos, os motoristas dos outros carros estão agindo em desatino. Qual é a nossa atitude? Queremos mostrar que também temos condições de buscar uma melhor posição; acelerar e tomar a dianteira; demonstrar que nosso veículo é possante o suficiente para concorrer com os outros; crer que nossa habilidade à direção supera à daqueles que estão à nossa volta?
Vamos refletir sobre esta situação descrita.
O que nos leva a agir desta forma? Será que realmente precisaríamos proceder assim, ou é tão-somente o orgulho, a intolerância e insensatez que nos impulsiona a isso?
Buscando um olhar sensato. É inevitável que procedamos assim? Esse tipo de atitude vai trazer benefícios para o nosso dia, ou proporcionará mais desequilíbrio e poderemos correr riscos desnecessários? Será que o trânsito não poderia tornar-se mais caótico do que se mostra? Não estaríamos levando risco de vida a pedestres à nossa volta, aos passageiros dos outros carros e até a nós mesmos?
Este é só um exemplo entre tantos outros que poderíamos mencionar.
Atitudes como essas são resultantes de nossa forma de pensar e sentir. É a projeção do que ocorre em nossos corações e mentes.
Neste momento estamos buscando essas reflexões com a intenção de nos dirigirmos a um público que já se mostra sensível a um aprendizado sobre a vida, os ensinamentos evangélicos e doutrinários. Mesmo entre esses, muito do que foi descrito ainda ocorre pois, não obstante estejamos disponíveis a um olhar mais ético e mais conectado aos ensinamentos do Mestre, não estamos verdadeiramente conscientes do que seja abraçar o Evangelho em nossas vidas.
Diante das reflexões acima oferecidas, devemos ponderar: que valores temos guardado no coração; que tipo de pensamento, de sentimento, temos mantido em nós; o que estamos fazendo com o que mantemos em nossas mentes e em nossos corações?
Jesus nos diz: ” O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” (Lucas 6:45)
Paulo nos diz: “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; pois em tal importa o culto racional; e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que saibais qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Carta de Paulo aos Romanos 12:1)
As referências de Jesus e de Paulo são de mesma ordem. É do coração e da mente que se originam o bem que fazemos e nos impulsionam ao progresso, alavancam nosso processo evolutivo; como também as ações inconvenientes que dificultam a ascensão espiritual e impedem que encontremos o caminho do bem.
Precisamos ter cuidado com o que pensamos, sentimos e desejamos. O pensamento é uma força viva, criativa e poderosa e atinge distâncias inimagináveis.
Diz-nos ainda Jesus: “Olhai e vigiai, porque não sabeis quando chegará o tempo.” (Marcos 13:33). Acrescenta ele: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca.” (Marcos 14:38)
O Espírito, nosso Eu verdadeiro, está pronto, mas enquanto encarnados ainda nos submetemos a várias circunstâncias que nos impulsionam a ações orientadas pelo egoísmo, orgulho, vaidade e outros aspectos de uma personalidade egóica.
Em O Consolador, pelo espírito de Emmanuel, encontramos na questão 222:
“– Que significa o chamado “toque da alma”, ao qual tantas vezes se referem os Espíritos amigos?
Quando a sinceridade e a boa vontade se irmanam dentro de um coração, faz-se no santuário íntimo a luz espiritual para a sublime compreensão da verdade.
Esse é o chamado “toque da alma”; impossíveis para quantos perseverem na lógica convencionalista do mundo, ou nas expressões negativas das situações provisórias da matéria, em todos os sentidos.”
É importante que tenhamos a orientação do Mestre sempre presente em nós: olhai, vigiai e orai.
Olhar: prestar atenção à forma como nos apresentamos perante a vida. Como está o nosso comportamento; como nos relacionamos com nossos companheiros de jornada; como temos sido diante dos revezes da vida; temos demonstrado respeito, tolerância, compreensão, compaixão… ou temos sido irascíveis, egoístas?
Vigiar: mantermo-nos sob controle todo o tempo. Identificadas as nossas atitudes e pensamentos desalinhados com os ensinamentos do Mestre, precisamos ficar em atitude de vigília e submetermos nossa consciência à autocrítica, buscando o bem proceder, todo o tempo, a cada pensamento, a cada ação.
Orar: fazer contato com o Plano Superior da vida. Estar receptivo, continuamente, às intuições e orientações que certamente irão nos conduzir a um bom caminho, à luz do Evangelho do Mestre. Sermos balizadores do nosso proceder e absorvermos as energias revitalizantes a nós proporcionadas pela entrega incondicional ao amor, à sabedoria e à luz.
Podemos identificar a nossa posição diante do Evangelho e da Doutrina a partir do estágio em que nos encontramos no nosso caminhar:
- Se já entramos no Espiritismo – estudamos a Doutrina e o Evangelho com afinco.
- Se deixamos o Espiritismo entrar em nós – aprendemos e internalizamos os ensinamentos do Mestre.
- Se o Espiritismo já está saindo de nós – vivenciamos a Doutrina e o Evangelho, tornando-nos divulgadores dos ensinamentos do Mestre através do exemplo e do trabalho.Devemos cultivar o nosso olhar, vigiar e orar para nos libertarmos dos pensamentos e atitudes prejudiciais à nossa evolução, dando lugar às várias formas de amor, visando ao amor universal e incondicional, que alcançaremos um dia.A paz, o amor, a luz sejam nossos companheiros na jornada do progresso espiritual.
- A Doutrina nos coloca muito claramente que todos atingiremos a condição de espíritos puros, a partir do autoconhecimento, transformação do nosso íntimo, reajustamento espiritual e libertação de todas as nossas imperfeições.
- Nossa transformação faz-se a partir do autoconhecimento, da renovação de nossas mentes e da reforma de nossos corações, a que nos convidam Jesus e o Apóstolo Paulo.
A luz precisa entrar em nossas vidas
Precisamos mudar o nosso olhar para o que devemos fazer no nosso dia-a-dia com relação à busca por proteção espiritual.
Pensamos que a proteção vem com a prática da busca pelo bloqueio do ambiente em que vivemos, seja no trabalho, seja no ambiente doméstico, seja em nossos próprios corpos. Como que visando não permitirmos a entrada de energias negativas, a intromissão das trevas em nossas vidas.
É um engano proceder assim.
As trevas não existem, o que existe é a ausência da luz.
O que devemos buscar não é o impedimento da intromissão das trevas e sim abrirmo-nos à entrada da luz que irá iluminar os ambientes em que vivemos fazendo com que esses lugares não mais fiquem sem a luz.
E para que estejamos em condições de nos abrirmos à luz e deixar que a luz nos envolva e penetre nos ambientes onde vivemos, precisamos mudar nossos pensamentos, comportamentos, conceitos, valores.
Só com a autotransformação e a renovação de nosso íntimo transformaremos o ambiente à nossa volta.
É a partir de então que não precisaremos mais nos preocupar com as trevas, pois a luz iluminará todos os ambientes onde estivermos, a começar pelo nosso próprio ambiente interno – nós, espíritos renovados e transformados em ambientes de luz.
A paz esteja com todos nós, agora e sempre.
Graças a Deus.
Simplesmente… Maria
Mensagem recebida em 14-jan-2015, por Elda Evelina
Muito bom o seu texto, prima!!! Parabéns!!! Fez uma abordagem do cotidiano, onde somos desafiados diariamente. Certamente, nestas horas é que somos postos quanto aos conceitos e preconceitos, paradigmas e dogmas! Levantou várias questões importantes!!! Fique com Deus, Elda!!! Está bem inspirada, hein!!!
Ótimo texto para reflexão… exame de consciência com toda sinceridade possível…devemos sim procurar vivenciar os ensinos de Jesus todos os dias, a todo momento que se nos apresente uma oportunidade. Buscar cada vez mais esse autoconhecimento… esse progresso espiritual.Abraços, Elda e mais uma vez parabéns!