Posted por em 21 out 2015

Decors-Evange

Estudo no Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em 23 de outubro de 2015

“780 O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?
“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.”
“792. Porque não efetua a civilização, imediatamente, todo o bem que poderia produzir?
“Por que os homens ainda não estão aptos nem dispostos a alcançá-lo.”
“O Livro dos Espíritos”
 Separador-Evange

O que podemos entender como progresso?

O dicionário traz-nos vários significados, cada um com uma acepção própria, dependendo do sentido que se quer, dentro de contextos específicos.

Tomaremos como referências, para o nosso estudo: aquisição de conhecimento, aprendizagem, cultura, transformação, conquista de novos horizontes, êxito, proficiência e evolução.

Outros significados, tendo como objetivo o progresso, tão somente proporcionam situações de caráter efêmero, considerando que não somos proprietários do que detemos, somos somente fiéis depositários enquanto transitamos no mundo físico.

A humanidade terrena tem passado por um processo intenso de busca pelo progresso. Seja no sentido material – o viver melhor na aquisição de novos itens que proporcionam conforto, bem-estar -; seja na condição de parte de uma sociedade, buscando destaque no meio em que vive – status social -; ou mesmo no meio sociocultural, adquirindo novos conhecimentos.

A ciência médica e laboratorial tem se mostrado eficiente na condução de estudos no sentido de encontrar novos medicamentos, como os chamados “inteligentes”, por agirem pontualmente na origem da doença – prejudicam o menos possível o organismo humano e auxiliam significativamente na recuperação de sua capacidade de lidar com as adversidades.

O avanço da tecnologia hoje poderia ter sido considerado impensável há algumas décadas. Chegamos a recursos tão inusitados que nos surpreendemos com o que podemos fazer com aparelhos tão pequenos e com grande capacidade de elaboração e manutenção de informações. Um pequeno telefone chamado inteligente – smartphone – pode realizar cálculos, acessar fontes de informação, colocar-nos em contato com o mundo em tempo real.

A astronomia vem, a todo momento, oferecer-nos informações sobre o Universo, seus astros, situações que estejam apresentando, mesmo se a anos-luz da Terra.

Instrumentos colocados no espaço, seja circundando o nosso planeta de forma orbital, seja quando lançados para viagens sem volta, com componentes de alta precisão e condições de registros a longas distâncias, transmitindo informações de relevante importância para tentarmos compreender o Universo em que estamos inseridos.

A física e a química têm mostrado avanços também surpreendentes àqueles que nasceram no milênio passado, apesar de o milênio passado estar somente há quatorze anos do momento presente.

O mundo contemporâneo tem-se voltado ao conhecimento e à elevação da condição do ser humano no que diz respeito a facilidades de contato interpessoal, do intercâmbio de informações, do conhecimento de ocorrências a longas distâncias, da percepção do espaço e do mundo.

No entanto, percebemos uma carência importantíssima em todo esse processo, sob o olhar das relações pessoais próximas – face-a-face. Conseguimos falar e comunicarmo-nos com pessoas em outras cidades, estados até mesmo países, mas muitas vezes temos imensas dificuldades em nos relacionarmos com pessoas que vivem na mesma casa ou com quem partilhamos o mesmo trabalho. Percebemos o quanto pode ser difícil para alguns conversar olhando nos olhos, sentir a emoção do outro, ouvi-lo expressar seus sentimentos.

Estamos vivendo em um mundo onde as pessoas têm-se mantido a olhar para baixo, quando muito na horizontal. Estamos deixando de olhar para o alto, em busca de oportunidades mais sublimes.

O olhar para baixo não nos permite ver o mundo real, praticamente só fazemos contato com o mundo virtual. Este olhar leva-nos ao mundo das informações que muitas vezes nos envolvem e nos fazem acreditar em um mundo que nem sempre correspondente ao verdadeiro, por ali expressar o entendimento e o sentimento de outrem, no mais das vezes não permitindo que tenhamos opinião própria a respeito.

Somos muitas vezes levados a tirar conclusões e induzidos a tomar partido em situações que provocam em nós sentimentos negativos exacerbados. É quase como começar um processo obsessivo dirigido à distância – emitimos ondas mentais de rejeição, de rancor, até mesmo de ódio.

Diante de tudo isso, precisamos nos lembrar de algo muito importante para nossas vidas e nosso progresso e, para isso, vamos repetir o que dissemos parágrafos antes quanto à significação da palavra Progresso: Tendo em conta o processo pessoal no contexto da vida: conquista de novos horizontes, êxito, proficiência, evolução.

A nossa evolução moral, espiritual, depende do como buscamos o progredir em nossas vidas.

Há um instrumento, uma fonte de saber importantíssima, imprescindível para todos nós: Evangelho do Mestre, seus ensinamentos e exemplos de vida. Sem este conhecimento estaremos tão-só passando pela vida, mas não estaremos verdadeiramente vivendo.

O viver passa, inevitavelmente, pela autotransformação, pela proficiência, pelo êxito na nossa jornada terrena como seres em busca da evolução moral e espiritual. Esta conquista só se fará através do conhecimento e pela internalização dos ensinamentos evangélicos.

Diz-nos Joanna de Ângelis, em seu livro Leis Morais da Vida (por Divaldo Franco)

“DIANTE DO PROGRESSO

Embora os respeitáveis índices que atestam as valiosas conquistas do progresso científico, nos múltiplos campos de realizações, não te descures da ação evangélica nos cometimentos evolutivos a que te afervoras.

A astronáutica sonha por atingir as estrelas e decifrar-lhes a grandeza; o Evangelho permanece cuidando do homem na Terra, elucidando-o quanto aos deveres que lhe cumpre realizar.

A cibernética elabora técnicas para lançá-lo com segurança através das distâncias imensuráveis; o Evangelho luta, porém, para equilibrá-lo na sociedade onde cresce espiritualmente.

A ciência em geral tenta resolver os problemas que afligem a criatura impelindo-a para fora; o Evangelho projeta-lhe claridade íntima, ajudando-a a romper as amarras que a fazem infeliz.

Os métodos científicos atam os seres às conjunturas da sua limitação; o Evangelho libera-os dos impedimentos que os retêm na retaguarda da evolução.

O tecnicismo procura amenizar as asperezas e as constrições que decorrem do mundo moderno; o Evangelho elucida quanto à razão dos sofrimentos e elimina os óbices que impedem o homem de avançar.”

Reclamamos, muitas vezes, pelo que nos ocorre, como também ao mundo. As adversidades, as conturbadas relações em vários níveis, a violência, as guerras, as perturbações sociais e econômico-financeiras em várias partes do mundo, resultando dificuldades sociais.

Perguntamos qual a razão de tudo isso e geralmente creditamos a outros as falências que observamos. Precisamos tomar consciência de que tudo isso ocorre não tão-somente por ações alheias, somos todos corresponsáveis.

Também chegamos mesmo a perguntar: onde está Deus, onde encontram-se os nossos amigos da espiritualidade maior? Dizemos que oramos, pedimos, rogamos veementemente pelo auxílio do poder maior, mas não recebemos respostas.

Importante trazer aqui uma interpretação de passagem de o livro Apocalipse (último livro do Novo Testamento). O contexto é: João (autor do livro em referência), fora arrebatado aos planos ou dimensões superiores da vida para que vivenciasse ali o que as consciências evoluídas promoviam a respeito do processo evolutivo do planeta Terra e seus habitantes.

Comentários baseados na interpretação acima referida:

Aquelas consciências não permanecem ociosas, trabalham constantemente na administração dos mundos.

Menciona João que se a Terra fosse colocada tão-só nas mãos do homem, com certeza já a teríamos destruído.

A misericórdia divina permite que irmãos mais experientes intervenham em oportunidades muito específicas para auxiliar o ser humano nas dificuldades em que vive.

Explica que as guerras, as bombas, as agressões à natureza e o clamor de milhares de vidas afetam a morada cósmica. O homem, com seus pensamentos e ações de violência e desequilíbrio promove cargas mentais tóxicas e quantidades expressivas de ectoplasma são lançadas na atmosfera psíquica do mundo, abalando estruturas do planeta.

Assim, é imprescindível uma ação saneadora geral, conduzida pelos responsáveis espirituais que orientam o destino da Terra. A limpeza psíquica e física do ambiente planetário faz-se premente e esta ação poderá promover uma mais intensa cota de dor e sofrimento, nas provações coletivas.

Precisamos, no entanto, compreender que este processo deflagrado é, tão-só, o prenúncio de um novo despertar da consciência do homem e o seu renascer para uma nova vida – o filho das estrelas.

Quando João faz referência aos anciãos com suas coroas de ouro, é uma alusão a suas posições ante a humanidade: governadores dos mundos, hierarquia cósmica, auxiliares da Suprema Consciência, para orientação dos destinos da humanidade, em suas mais variadas formas. Expressam submissão ao Cristo, é a significação da esperança, pois se processa no mundo pela misericórdia e sabedoria daquele que é o divino pastor de nossas almas.

A renovação da Terra é precedida por tempos em que vivenciaremos crises, dores e espasmos como se fossem dores do parto, como quando uma mulher está para dar à luz.

“No caso da humanidade terrena, as dores morais, os conflitos sociais e as catástrofes coletivas são o prenúncio do nascimento de nova raça de homens, de uma nova mentalidade.” (citação do livro “Apocalipse, uma interpretação espírita das profecias”, espírito Estêvão – pseudônimo escolhido pelo autor espiritual -, por Robson Pinheiro).

Por mais difíceis possam parecer as dores e dificuldades, simples colheitas pelos nossos atos, devemos ter em Jesus a nossa âncora sublime em que confiar. Ele não nos abandona, é o timoneiro do barco cósmico que nos abriga, e guia a nave terrestre ao porto seguro do seu amor.

Do livro Evangelho é Amor II – Reflexões Evangélicas, Elda Evelina, Bookess Editora

 

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