Porta estreita – Como trilhar o caminho / Nossas escolhas

Posted por em 10 set 2015

capa1-imgdestacada-siteÁudio (mp3) de estudo oferecido no Grupo Espírita Dr. Luiz Antônio, em 08-09-2015 PortaEstreita – Como trilhar o caminho / Nossas escolhasSeparador-Evange

A reflexão deste momento refere-se a uma passagem contida nos Evangelhos de Mateus e Lucas:

– “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;” (Mateus 7:13)

– “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.” (Lucas 13:24)

O que seria a Porta estreita?

Fazendo o estudo sobre este tema, lembrei-me de um quadro que conheci na minha infância em que havia duas portas. Uma bem estreita e uma bem larga.

A porta larga leva aos prazeres extravagantes da vida.

A porta estreita, que é por onde trilharíamos em direção ao céu, simbolicamente no quadro, as pessoas estão sérias, compenetradas, cabisbaixas. Além da porta ser estreita, o caminho também se mostrava estreito.

Esta porta que leva ao caminho estreito mostra-se como a passagem para uma experiência de tristeza, de solidão, de dificuldades. No entanto, se refletirmos bem sobre o tema, podemos observar que as dificuldades, a tristeza, o levar ao estado de compenetração se deve ao nosso estágio evolutivo, às nossas fragilidades. Ainda sentimos dificuldades para trilhar por este caminho.

Esta porta estreita representa o caminho por onde devemos trilhar se quisermos seguir os ensinamentos do Mestre em nossas vidas.

A porta estreita está em posição oposta à outra onde visualizamos mil luzes, lantejoulas, brilhos, Ela se abre para um caminhar de, basicamente, ambição, futilidades, apegos, luxúria. Pela porta larga não encontramos o que nos é essencial para a vida.

O essencial para o nosso caminhar é estarmos impregnados do amor de Deus. Para tanto, precisamos estar mais introspectivos, pensando mais nos ensinamentos maiores, em que devemos pautar a vida que experienciamos.

É um caminho difícil para muitos de nós. Porque precisamos desapegar-nos das coisas terrenas. Não é não ter um bom trabalho, uma boa condição financeira, um bom emprego, uma boa casa. Certamente não é isso. É não termos apego a coisas materiais.

No Evangelho podemos encontrar referência a estas questões. Não é problema termos a oportunidade de vivenciarmos a experiência da riqueza, ou de uma boa condição financeira. O importante é o que fazemos com os bens a nós proporcionados nesta experiência terrena. Precisamos sim é fazer, com o que temos, algo útil, produtivo, para nós e para as outras pessoas, nossos companheiros de jornada.

Uma boa condição financeira, ou algum tipo de riqueza, sejam bens materiais ou qualquer outra coisa de valor – até mesmo o conhecimento, a capacidade intelectual -, é proporcionada a nós como oportunidade para a prática do bem, transformá-la em algo útil. É como nos diz Jesus na parábola dos talentos que nos são oferecidos não para que os guardemos, mantendo-os de forma ociosa, não produtiva. É para que possamos fazê-los produzir frutos, multiplicá-los.

Diz-nos Emmanuel, no texto Diferença, no livro Fonte Viva:

“Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução dese­jada.

Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele são atitudes característi­cas de toda a gente.

O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aper­feiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome”

É sobre isto que estamos tentando refletir neste momento.

Vivenciar a experiência cristã não é só buscarmos frequentar reuniões de estudos, assistirmos a palestras ou cultos religiosos, ler o Evangelho, ler obras que nos ofereçam o conhecimento sobre os ensinamentos de Jesus e a prática do bem e os fundamentos cristãos.

O buscarmos a vivência cristã exige de nós não só o estudo, o aprendizado, como também, e principalmente, o agir. A ação se baseia no fazer com que este estudo, os ensinamentos que conseguimos amealhar, produza frutos. Compartilhar com nossos companheiros de jornada, para que eles também tenham a oportunidade de conhecer a beleza destes ensinamentos, a luz que Jesus nos trouxe.

Jesus certa vez disse (Mateus 5:14 a 16):

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”

Refletindo sobre esta passagem podemos perguntar: o que é fazer brilhar a nossa luz?

Todos nós temos esta luz dentro de nós, sem exceção, mas ainda não aprendemos a fazer com que ela brilhe. Ainda se mostra como uma pequena vela, com a chama ainda baloiçando, e precisamos fazer com que esta vela se firme e fique vigorosa. Não só que brilhe dentro de nós, também brilhe ao nosso redor. Para que outros também tenham a oportunidade de perceber, conhecer e compreender esta luz que eles também têm, mas que ainda não aprenderam a fazê-la brilhar.

Como nós podemos fazer brilhar esta luz?

É através da ação a partir dos ensinamentos do Mestre.

Jesus veio trazer para nós, de uma forma prática, o como devemos proceder, porque ele agiu da forma como quer que procedamos. Ele não só falou, nem escreveu. Foi tão intensa a sua prática, seu exemplo, que ficou marcado na mente daqueles que com ele conviveram.

É sempre bom lembrarmo-nos do quanto devemos ser gratos aos evangelistas, aos apóstolos, a Paulo. Por qual razão? Porque foi por eles terem escrito e divulgado os ensinamentos do Mestre que nós hoje podemos ler, compreender e aprender. Caso eles não tivessem compartilhado os acontecimentos e ensinamentos de Jesus não teríamos tido a oportunidade de aprender sobre os ensinamentos do Mestre. Apesar das dificuldades para procederem e manterem estes registros, eles se dedicaram a esta tarefa com empenho, dedicação e certamente muito carinho.

É pelo conhecimento e pela conscientização sobre a essência da mensagem do Mestre que iremos progredir espiritualmente.

A nossa fé precisa ser raciocinada. Precisamos ter sempre um olhar crítico, saudável, para saber o que este conhecimento representa em nossas vidas. Analisar para que possamos ter convicção da doutrina que estamos abraçando.

Ao escolher um caminhar religioso, independente de qual seja, precisamos ter convicção de que este caminho representa a nossa escolha de fé. Se assim não for, não nos será útil, pois não terá ressonância em nosso coração.

Para que tenhamos convicção precisamos ler, compreender, apreender, conhecer da forma mais profunda que nos for possível, perceber o quanto será importante para nós e, a partir de então, abraçarmos o caminho com a nossa Alma.

Só assim teremos disposição, boa vontade e determinação para seguir estes ensinamentos.

É muito importante para nós que tenhamos um caminho a seguir, não podemos ficar à deriva. A escolha deste caminho depende de cada um de nós. É responsabilidade pessoal e intransferível. Precisamos saber escolher.

Disse Jesus, como está em Mateus 2:14: “Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.”

Certa vez, em palestra proferida em 2008, eu brinquei que ousava reescrever esta frase dizendo: “Todos somos chamados, mas poucos se permitem ser escolhidos.”

A escolha é nossa. Deus não chama apenas um ou outro. Deus chama a todos nós, independe de religião, de raça, de cor, de sexo. Todos somos chamados, indistintamente. Nós é que somos escolhidos dependendo das nossas atitudes, das nossas escolhas, do nosso empenho em seguir um determinado caminho de fé e amor e da prática que este caminho exige de nós.

Vamos fazer esta escolha de forma consciente e saber por qual porta queremos entrar.

Isso não representa que não possamos ir ao cinema, participar de festas, por exemplo, mas sim qual a forma com que vamos ao cinema ou participamos das festas. Qual é a atitude que temos diante deste caminho?

Dependendo das escolhas que fizermos temos duas alternativas à nossa frente:

– este caminho poderá ser aberto e largo, mas será muito longo. Deveremos passar por muitas experiências, dificuldades, ajustes e provas, para conseguirmos alcançar a consciência e a evolução necessárias para atingirmos a meta que está determinada para cada um de nós – a perfeição a que Jesus se referiu;

– o caminho poderá ser estreito, mas certamente proporcionará muito mais oportunidades para nosso crescimento espiritual e promoverá nossa evolução de forma mais célere.

Possamos nós fazer as escolhas mais acertadas à luz do Evangelho do nosso Mestre Jesus.

Luz interior

Precisamos nos conscientizar, por certo, de que a grande ventura que aguarda a humanidade é saber-se parte da grande programação da luz intensa que progride a cada dia, que evolui em brilho e intensidade.

Antes singela, como uma vela a mostrar-se frágil e inquieta. Ao longo dos tempos adquiriu mais firmeza e vigor.

Ora prossegue como a buscar mais confiança em si mesma e envolve a mim, a você, a toda a humanidade, a cada dia, fortalecendo nossa fé e determinação na proposta de ir ao encontro de nossa reforma interior e evolução espiritual.

As relações ainda se mostram sem solidez, mas no imo de cada um há um Ser que palpita e soergue a esperança de dias melhores e é essa motivação pelo melhor, pela própria evolução, que verdadeiramente irá promover o encontro com a grande luz.

Não nos esqueçamos de que essa luz que começou a brilhar no nosso mundo foi oferecida por Jesus, o Cristo, o grande Mestre de Amor.

Do livro Reflexões da Alma II, Elda Evelina, Bookess Editora

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