Posted por em 20 nov 2021

Estudo oferecido no Grupo da Fraternidade Irmão Estêvão-GFEIE, Sede Paranoá, em 19-11-21

Folheto publicado no Facebook (PDF) – Por Cristo -19-11-2021

Tive uma certa dificuldade em analisar este texto de Emmanuel.

Incomodou-me, de forma significativa, o uso dos termos “ser devedor”, “ser credor” e, por consequência, os comentários subjacentes.

Passei vários dias lendo e relendo. Refletindo sobre as referências que Emmanuel fizera a respeito do que recebemos do Cristo e como deveríamos “olhar” para a questão.

Uma das particularidades ali expostas era de ser o Cristo nosso credor quanto ao que recebemos dele – ensinamentos, luzes de entendimento, auxílio em momentos de dificuldades. Por decorrência, seríamos nós seus devedores.

É-nos evidente e óbvio que o Cristo nos proporciona, a todo tempo, oportunidades incontestáveis de aprendizado, reflexões, luz para tomadas de decisões.

Seus exemplos de vida, lições maravilhosas que nos trouxeram alguns de seus seguidores, em particular narrativas contidas no Novo Testamento – Mateus, Marcos, Lucas e João. Não podemos nos esquecer das Cartas de Paulo a seus companheiros de jornada. Vínculos estes decorrentes de relacionamentos havidos depois da sua conversão, ocorrida quando de seu encontro com Jesus em intensa luz e voz, de forma inquestionável, no caminho de Damasco. Também o acolhimento e auxílio de Ananias, sob orientação do Mestre, no momento daquele encontro.

É fato ser Jesus nosso orientador e guia. A origem de tudo o que sabemos, que tenhamos ainda a compreender sobre como devemos nos portar, não só com nós mesmos, como também com relação a nossos companheiros de jornada. Oportunidades que nos são oferecidas não só em uma existência em corpo físico. Indubitavelmente em todas as experiências, seja em no plano material, como também no plano espiritual.

Encontramos em I Tessalonicenses 5:18: “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1)

A todo momento em que nos damos conta do quanto recebemos do Mestre, precisamos dar graças. Manifestarmos nossa gratidão, sentimento real, profundo.

Ser grato requer manifestarmos nossa gratidão com expressões genuínas que demonstrem o quanto acolhemos os ensinamentos de Jesus em nossas vidas, orientações que efetivamente passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Como expressamos nas nossas ações o termos sido modificados em nosso íntimo – sermos nova criatura. Vale lembrar aqui uma passagem do Apóstolo Paulo em II Coríntios 5:17 “Pelo que, se alguém está com Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”

Diz Emmanuel em seu texto:

“Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente?” (2)

Como poderíamos interpretar este texto, quanto ao termo “dívida”, utilizado por Emmanuel? Esta foi uma parte que também me levou a pensar por muitos dias. Gostaria de lembrar aqui, como referência ao que já foi mencionado acima:

– “A todo momento em que nos damos conta do quanto recebemos do Mestre, precisamos dar graças. Manifestarmos nossa gratidão, sentimento real, profundo.”

Como deveríamos corresponder ao que o Apóstolo Paulo escreveu aos Tessalonicenses: “Em tudo dai graças; …” (1) Demonstrarmos nossa gratidão ao Pai e ao Mestre Jesus, como nos orienta Paulo – darmos graça, sermos gratos.

Depois de muita reflexão e procurando compreender Emmanuel, creio ter podido concluir ser uma expressão usual à época em que o livro foi escrito, por orientação do Mentor do Chico Xavier. Remete-nos a interpretar como necessidade de retribuição pelo bem de que tenhamos sido alvo – bênçãos de Deus, por intermédio do Mestre Jesus.

E como poderíamos interpretar o termo retribuição?

Creio que atenderia de forma compreensível sermos fraternos, compreensivos, respeitosos, benevolentes, tolerantes, compassivos, pacientes, afáveis. Assim, estaríamos, por certo, correspondendo ao bem que diuturnamente recebemos como graças.

Concluindo trazendo mais uma vez as palavras de Paulo aos Tessalonicenses: “E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.” e as reflexões de Emmanuel, creio que podemos interpretar:

– caso sejamos alvo de alguma ação intempestiva por parte de algum companheiro de jornada, seja no Plano Espiritual, seja no plano material, acolhamos como oportunidades de reflexão e aprendizado. E sintamos em nós os ensinamentos do Cristo e o exemplo de vida que se fez presente enquanto entre nós como Jesus, nosso Mestre.

Sermos exemplos de verdadeiros aprendizes comprometidos com o exercício do Amor em suas mais variadas expressões: fraternidade, bondade, compaixão, compreensão, misericórdia.

  • Versão de Almeida, revista e atualizada.
  • Caminho, verdade e vida, Cap. 17, Emmanuel, por Chico Xavier.

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