Posted por em 30 nov 2015

Decors-Evange

Áudio (mp3) do estudo oferecido no Grupo Fraternidade em 16 de dezembro de 2015 – Ponto de Vista

Separador-EvangeO que exatamente nos acostumamos a pensar a respeito do que nos ocorre, ou sobre um fato qualquer observado por nós? Quais conclusões tiramos de alguma experiência?

O que nos leva a tomar decisões ou tirar conclusões no nosso dia-a-dia?

Interessante refletirmos a respeito.

Nosso cérebro promove leituras, tira conclusões, interpreta informações a partir de conhecimentos adquiridos anteriormente. Quando não se tem informações relacionadas aos fatos ou acontecimentos que precisam ser interpretados, ele procura registros por ele considerados próximos ao que queremos decodificar.

Podemos considerar algo como adequado ou aplicável se na nossa memória o que estamos analisando corresponderia a uma situação estável, que não nos traria problemas. Por outro lado, se as informações a serem analisadas tem significações problemáticas, corresponderiam a resultados desconfortáveis, ou proporcionariam situações ligadas a sentimentos de medo, revolta, angústia, preconceitos ou similares, tudo leva a crer que não seriam acolhidas como escolhas prováveis ou passíveis de aceitação.

Normalmente é assim que direcionamos nossas vidas, buscamos situações de conforto a partir de conhecimentos e catálogos de ocorrências que correspondem a resultados positivos durante nossas vidas.

As decisões sempre dependem do nosso ponto de vista a respeito das alternativas disponíveis e prováveis.

Muitos de nós passam a vida de forma tranquila, por vezes até mesmo de forma irresponsável. Por qual razão agem assim? O que os leva a não dar importância a certos valores?

Creio que pelo simples fato de o que podemos chamar de valores, para estas pessoas não têm a importância que têm para nós.

Seguimos pela vida buscando respostas em as mais variadas circunstâncias sem, muitas vezes, compreender o que nos ocorre.

Guardamos em nosso íntimo tantas dúvidas e, ao mesmo tempo, tantos conhecimentos enraizados sem que os tenhamos tentado compreender. Deixando-os simplesmente continuarem a compor nossa memória, chegando ao pondo de tê-los cristalizados em nós.

A partir dessa forma de mantermo-nos na vida, procedemos como que autômatos fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, sem buscar alternativas por entender que elas não existem, pois o que nos ensinaram ou conseguimos aprender parecem-nos as únicas opções possíveis para vivenciar esta experiência pela qual passamos.

Se achamos que não há qualquer opção após terminar a vida física, a maioria de nós se deixa levar pelas circunstâncias sem qualquer atitude mais nobre para modificar seu caminhar. É um pensar de nada valer a pena senão simplesmente continuar a viver até que chegue o momento da morte e pronto.

Há exceções, é verdade. Pessoas há que independente do que creem são mobilizadas por algo maior existente em seu Ser, que as impelem para frente, para seu desenvolvimento pessoal, intelectual e moralmente. Seu eu consciencial, o Espírito, detém algo além do que se lhe mostra a memória e crê na necessidade de melhorar e elevar-se a um patamar de percepção mais sutil.

Há outros que creem haver algo além da vida física. No entanto, têm noções incipientes do que seja esta existência sem o corpo. São-lhes oferecidas, ao longo da vida, percepções que os impelem a acreditar que vivenciaremos, eternamente, em um paraíso ou em uma experiência eterna de dores e lamentações.

Neste caso, muitos vivenciam sua experiência terrena já sofrendo antecipadamente pelo que poderia esperar para o pós-morte. Se conseguem ter uma vida pautada em sentimentos e ações nobres, em relações fraternas e conquistas de benefícios elevados, poderá experimentar a sensação de esperança e sucesso.

Caso contrário, já guardam no íntimo do Ser o medo, a angústia, até mesmo o desespero em razão do que acredita virá a acontecer quando da morte do corpo físico. Mesmo que queiram mascarar essa realidade que vigora em si, no íntimo do seu ser tem a noção exata das possibilidades em seu futuro, em consequência da vida que leva, de suas ações e emoções.

Há aqueles que creem na eternidade do seu Ser, o Espírito. Já conseguiram internalizar a realidade do amor e da misericórdia Divinas. Têm a certeza da continuidade da vida após o declínio do corpo, reconhecem-se Espíritos e que este corpo nada mais é do que instrumento de aprendizado, de exercício para o processo de evolução, nosso compromisso de melhoramento espiritual, moral e intelectual.

Quando conduzimos nossas vidas sob uma percepção primordialmente materialista, apegamo-nos aos bens terrenos e sofremos com sua perda, como se não tivéssemos condições de conduzir nossas vidas sem eles, que ficaríamos desestruturados e perdidos.

No entanto, quando temos nossas vidas sedimentadas na realidade da vida espiritual, na confiança depositada no amor de Deus e na Sua misericórdia, nossas atenções são direcionadas à esperança, à realização do Eu Espírito, sua elevação moral, intelectual. Temos como meta o atingimento do nosso progresso, da nossa evolução.

Não nos desestabilizamos em razão de nossas eventuais falhas, pois estamos certos de que o Criador proporcionará tantas oportunidades quantas necessárias para nos autoconhecermos, reconhecermos nossos desvios, arrependermo-nos, resgatarmos o bem em nós e repararmos as falhas cometidas.

A Alma que tem em si a fé nessa realidade alcança a beatitude de uma vida serena e confiante.

Ainda mais, percebe a interligação entre os seres, independente de suas origens. Tem consciência de que todos fazemos parte da grande obra do Criador e temos compromissos uns para com os outros, sejam do reino mineral, vegetal, animal ou hominal.

Diz-nos Kardec em o Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo II:

“7. O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere apenas um ponto.”

 Separador-Evange

Na casa do meu Pai há muitas moradas

Se há muitas moradas,

Na casa do meu Pai.

Se há outros mundos,

Onde habitam humanidades.

Por que me preocupar

Onde estarei quando daqui me for,

Já que em qualquer lugar outro

Onde esteja ou para onde seguir

Será só mais um novo lugar,

De tantas outras moradas

Que o Pai destinou

Como alternativa de jornada

De crescimento, aprendizado, evolução.

Preciso crer e confiar.

Não importa onde esteja, onde viva.

Importa como meu coração

Acolha novos caminhos.

Importa como eu Espírito

Esteja preparado como seguir em frente.

O mundo que para mim for escolhido

Deverá ser o meu lugar de viver.

E não só de viver, mas de aprender.

De trabalhar, de dedicar o meu tempo

Para minha evolução.

Não visando tão-só o meu caminhar,

Mas o caminhar e o evoluir

De outras Almas às quais esteja eu ligada,

Por compromissos de outras eras.

Estaremos juntas, por certo,

Para o desabrochar de uma nova vida.

Virmos a ser filhos das estrelas,

Em amor, paz, luz e bênçãos.

Do livro Reflexões para a Alma II, Elda Evelina Vieira Bookess Editora

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