Estudo oferecido no Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em 20-07-2021
Baseado no Texto Parentela, Cap. 62 do livro Caminho, verdade e vida,
Emmanuel, por Chico Xavier
Online – via Instagram
Áudio da palestra – Parentela
Folheto em PDF – Parentela – 20-07-2021
Fiquei vários dias sem saber como começar a abordar este tema para o Estudo.
Emmanuel oferece-nos conceitos distintos para os termos Parentela e Família.
Parentela poder-se-ia entender como um grupo de Espíritos que se reúnem para o exercício de aprendizados na convivência diária.
Como ele próprio define: “cadinho de lutas… em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga do amor para a eternidade”.
Oportunidade providencial para que venhamos a aprender como lidar com a diversidade em suas mais variadas expressões: valores, emoções, conceitos, sejam religiosos ou filosóficos. A convivência cotidiana coloca-nos frente a frente com as divergências que requer de nós a tolerância, humildade, respeito, indulgência, fraternidade. Exercício contínuo do afeto por aqueles de nossas relações mais próximas. Esse exercício promove o amoldar-nos aos requisitos de que nos fala o Mestre – a paz, o entendimento, a amorosidade.
Como Família, Emmanuel simplifica dizendo simplesmente: “os laços de eterno amor”.
Joanna de Ângelis, no livro Estudos Espíritas, traz-nos reflexões interessantes a respeito do tema Família. Aparentemente poderíamos considerar divergirem das definições de Emmanuel. No entanto, tendo o cuidado de ler as definições oferecidas por ela, perceberemos serem tão só complementares às de Emmanuel.
Traz-nos ela a definição de lar:
– “é a renúncia e a dedicação, o silêncio e o zelo que se permitem àqueles que se vinculam pela eleição afetiva ou por meio do impositivo consanguíneo, decorrente da união”.
Sobre família ela complementa:
– “famílias espirituais frequentemente se reúnem na Terra em domicílios diferentes, para as realizações nobilitantes com que sempre se viram a braços os construtores do mundo.”
– “Retornam ao mesmo grupo consanguíneo os espíritos afins, a cuja oportunidade às vezes preferem renunciar, de modo a concederem aos desafetos e rebeldes do passado o ensejo da necessária evolução, da qual fruirão após as renúncias às demoradas uniões no mundo espiritual.”
Na definição de Lar, Joanna de Ângelis traz, de certa maneira, o conceito de Parentela que oferece Emmanuel. Espíritos que se reúnem para o aprendizado. Muitas vezes, encontro para o exercício da dor, da renúncia, do aprendizado mais difícil de que estejam necessitados para seu processo evolutivo. Como Emmanuel diz, “diluir as imperfeições dos sentimentos”.
Ressaltando a afirmativa de Joanna de Ângelis, quando diz que alguns Espíritos – os mais conscientes – preferem renunciar ao encontro em grupo de seus afins “de modo a concederem aos desafetos e rebeldes do passado” oportunidades do exercício da renúncia e ajustes, necessários ao processo anelado por todos nós: a evolução do Espírito.
Estes já percebem estarmos realmente necessitados do conviver que promove nossos ajustes. Não há evolução sem contraposição que nos exige reflexão, refazimento de conceitos, avaliação de valores e reposicionamento perante a vida.
Complementa Joanna de Ângelis:
“A família é mais do que o resultante genético… São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico em que medram. As nobres expressões da elevação espiritual da Terra.”
Não obstante Emmanuel e Joanna de Ângelis deem a impressão de estarem definindo de formas diferentes o conceito de Família, se prestarmos bem atenção perceberemos que se diferem tão só nos termos.
Emmanuel usa os termos Parentela e Família para apresentar entendimentos sobre família no conceito do mundo:
Parentela – relações consanguíneas, grupo de convivência cotidiana;
Família – encontro de espíritos com laços espirituais “de eterno amor”.
Joanna de Ângelis usa o termo família para as duas versões desses agrupamentos de espíritos, definindo as circunstâncias de cada um deles.
Com esta frase de Emmanuel, podemos encerrar a reflexão tendo uma percepção bem clara do alcance dos termos Parentela e Família:
“A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família”.