Posted por em 21 mar 2013

Rosto1Jesus enquanto esteve conosco, mostrou-se humilde e amoroso. É assim que devemos vê-lo todo tempo. E é esse um dos principais ensinamentos que quis trazer a todos nós.

Ao falar-nos da oferta da viúva no Templo, ele tomou o fato como exemplo de reverência e respeito, confiança e fé, humildade e doação.

A oferta do que temos em excesso não demonstra a nossa disposição em dar e sim, tão-somente, de dispor do que não nos faz falta, daquilo de que não necessitamos. E se oferecemos fazendo alarde dessa oferta, querendo que todos à nossa volta saibam sobre o que estamos fazendo, nada mais é do que demonstração de orgulho e vaidade, apresentando-nos como detentores de alguma riqueza ou até mesmo de poder.

A verdadeira humildade e acolhimento dos ensinamentos do Mestre se faz com o oferecer em silêncio, sem ostentação. Ninguém mais do que nós mesmos precisa saber do que acontece, basta o nosso coração na expressão da fraternidade e do amor ao próximo.

Mais ainda, não basta que simplesmente ofereçamos algo a outrem como expressão do nosso carinho, é importante que esse algo esteja impregnado de um pouco de nós mesmos – é o doar-se.

Além do oferecer e doar-se há mais um detalhe muito importante de que nos fala o Evangelho. Precisamos realizar essa nossa ação de forma a não constranger aquele que desejamos auxiliar, não correr o risco de humilhar.

Diz-nos o Evangelho: A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade.”(ESE Cap. XIII, item 3).

Assim é que devemos agir ao oferecermos algo a alguém. Buscar fazê-lo de forma àquele que recebe parecer fazer algo em favor de nós mesmos, seja na prestação de um serviço ou até mesmo sentir que, ao receber a nossa ajuda, estará proporcionando um bem-estar a nós, tornando-nos felizes nesse acolhimento.

Vale lembrar um fato ocorrido na vida de Chico Xavier.

Certa vez Chico Xavier dirigiu-se a uma casa com algum alimento e outras coisas para dar à família que ali morava. Chegando lá, havia alguns vizinhos à frente da porta e ele buscou a porta dos fundos para levar o que havia trazido. Perguntado a respeito da razão porque fizera isso, explicou que as pessoas que ali estavam não precisariam saber que ele levara aquela doação à família, principalmente porque a família poderia sentir-se constrangida e humilhada por expor a sua necessidade aos outros. Fora melhor que a família recebesse a doação sem ter que dar explicações de suas dificuldades financeiras.

É a verdadeira demonstração de afeto e respeito. Não fazer alarde de nossas ações em benefício de alguém; simplesmente oferecer o que for necessário, até mesmo do que for necessário a nós mesmos, mas do que podemos dispor a favor de outro que necessite mais.

Texto do livro “Reflexões Evangélicas II”, de Elda Evelina, Bookess Editora – www.bookess.com.br/profila/eldaevelina
Palestra proferida no Grupo Fraternidade Espírita Irmão Estêvão

Um Comentário

  1. 29-3-2013

    Querida Elda,
    Amei sua palestra na segunda-feira e também o material de reflexão ofertado.
    Que Deus a abençoe, bem como a todos os seus, hoje e sempre!
    Carinhosamente,
    Lélia Daher

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