Posted por em 5 fev 2012

Libelula 1Os ensinamentos de Jesus, o Cristo, são o nosso roteiro para alcançar a felicidade. É o caminho para encontrar o reino de paz e de luz. O Evangelho traz a luz que nos possibilita encontrar o Reino de Deus em nós.

Muitas vezes não compreendemos a mensagem contida nos Evangelhos porque não conseguimos ainda encontrar a chave que nos possibilite compreender o verdadeiro sentido da Boa Nova.

As pessoas admiram a mensagem e pronunciam a sua fé muitas vezes baseadas tão-somente no que ouvem dizer ou se apegando aos textos sem compreender o sentido do que ali está dito. Muitas leem o Evangelho por entenderem ser uma obrigação, mas o texto, na sua linguagem simbólica, e por vezes mística, dificulta à maioria compreender sua essência. Passa-lhes despercebido o conteúdo moral, o verdadeiro caminho oferecido pelo Mestre em seus ensinamentos.

Poucos procuram estudar e compreender a fundo as mensagens e torná-las instrumentos de reflexão e meditação.

Se observarmos bem a História e as manifestações culturais dos povos, podemos encontrar a essência do Evangelho nas diferentes épocas da Humanidade. Descobrimos vestígios dos entendimentos divulgados pela Boa Nova nos escritos e nas crenças. Todos os povos de alguma forma têm conhecimento do que é certo ou errado; da existência de outros níveis de consciência; de haver Seres em outros planos além do físico; de poderem contar com instruções desses Seres para o encaminhamento de suas vidas.

O que o Cristianismo Redivivo nos traz, além do que já existia em culturas da antiguidade, através das mensagens divulgadas por nossos amigos do Plano Maior, é a consciência da necessidade de compreendermos com profundidade os ensinamentos deixados pelo Mestre, pois, só assim, alcançaremos o Reino de Deus em nós.

Precisamos compreender o Evangelho, a Boa Nova, o Testamento que Jesus nos deixou. Joanna de Ângelis, na introdução do livro “Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda“, diz que o Evangelho “é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia” e que é também “precioso tratado de psicoterapia contemporânea para os incontáveis males que afligem a criatura e a Humanidade.”

Citando Lucas 17:21 “O Reino de Deus está no meio de vós”. Podemos perguntar então: se o Reino de Deus está em nós, por que razão não o percebo em mim?

Há uma história que nos leva a refletir sobre essa questão:

No fundo de um lago, de água cristalina, há uma pérola de valor inestimável. Entretanto, para que a pérola possa ser vista da superfície, é indispensável que as águas estejam tranquilas; se estiverem agitadas pelo vento, a pérola continuará no mesmo lugar, mas não poderá ser vista. A porção de água do lago corresponde à nossa alma. Da mesma forma que não dá para enxergar através das águas agitadas, não dá para perceber o Reino de Deus, através de nossas almas agitadas. Apenas quando as águas serenam, a pérola pode ser vista. Da mesma forma, apenas quando a alma for serenada, quando tivermos a nossa alma livre das perturbações inerentes ao apego a questões materiais, o Reino de Deus, que é a mais valiosa entre todas as pérolas, poderá ser percebido.

Diz-nos Emmanuel em “O Consolador”, questão 225: “No turbilhão das tarefas de cada dia, lembrai a afirmativa do Senhor: – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida“. Se vos cercam as tentações de autoridade e poder, de fortuna e inteligência, recordai ainda as suas palavras: – “Ninguém pode ir ao Pai senão por mim“. E se vos sentis tocados pelo sopro frio da adversidade e da dor, se estais sobrecarregados de trabalhos no mundo, buscai ouvi-Lo sempre no imo d’alma: – “Quem deseje encontrar o Reino de Deus tome a sua cruz e siga os meus passos“.

Diz-nos também Joanna de Ângelis, no livro “Jesus e o Evangelho”, que Jesus, ao dizer que o Seu Reino não é desse mundo, referia-se às altas Esferas de onde procedia. No entanto, também oferecia a nós a perspectiva de que o Seu Reino eram as “paisagens e regiões do sentimento, onde se pudessem estabelecer as bases da fraternidade e o amor unisse todos os indivíduos como irmãos”. A conquista dessa condição interior é essencial para alcançar o mundo de paz e de luz para a travessia para o Reino de Deus.

O Reino de Deus em nós, como disse Lucas, é um estado de consciência e depende de nós sua construção. É importante que compreendamos a nossa responsabilidade nesse processo.

E para que possamos alcançar o Reino de Deus na elevação do nosso espírito a altas esferas, a planos mais sutis em estado de Angelitude, precisamos primeiro conquistar esse Reino de Deus interior com a elevação moral, compreensão da verdadeira essência do Evangelho do Cristo e, mais do que isto, o exercício dos ensinamentos do Mestre em nossas vidas.

Precisamos compreender que o caminho está com Cristo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém irá ao Pai senão por mim” (João 14:6). Encontrar a Paz, o Amor, a Sabedoria e a Verdade.

Gostaria de mencionar o livro “Psicologia da gratidão”, de Joanna de Ângelis, quando nos proporciona a reflexão sobre o sermos gratos. Não uma gratidão que nos leva a achar necessária a retribuição pelo que recebemos. Na realidade, um sentimento de gratidão puro e simples, por tudo o que nos foi ofertado … a própria vida, por exemplo. Mencionei a questão da gratidão porque acredito que é o caso de nos sentirmos gratos pela oportunidade de ter acesso às mensagens do Evangelho. Agradecer àqueles que se dedicaram a acompanhar o Mestre em sua jornada, como também a outros que assumiram seus ensinamentos e se dedicaram a ser propagadores desses ensinamentos – apóstolos e discípulos. Não fosse por eles, dificilmente teríamos em mãos esse Testamento maravilhoso a nos orientar e nos dar suporte para o encontro do Reino de Deus em nós.

do livro “Reflexões Evangélicas II”, de Elda Evelina Vieira
Tema da palestra proferida em 2 de fevereiro de 2012, na Casa do Caminho, Guará II, Brasília(DF)

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