Posted por em 24 abr 2014

Decors-Evangelho-08Áudio da palestra (mp3) – Mensageiro da Estrada

Conta-nos Irmão X (Humberto de Campos), em seu livro “Estante da Vida”, uma pequena história. (psicografia de Chico Xavier)

Um certo homem, que escolhera como experiência de vida, ao reencarnar, dificuldades e abandono para que pudesse promover sua evolução espiritual.

Montou sua casa à beira de um caminho deserto e sem recursos. Tinha a alguma distância de sua casa uma fonte de água límpida e pura que proporcionava ao chão seco uma faixa de vegetação.

Viajores que por ali passavam, fossem ocupantes de carruagens ou simples e pobres romeiros a pé, paravam junto à casa, contentes e agradecidos por encontrarem ali uma bênção: água pura.

Aquele homem, por sua bondade e dedicação, descia a encosta agressiva em direção ao manancial e enchia o cântaro e voltava, vereda acima, para que os viajores tivessem a água cristalina para se revigorarem e seguirem viagem.

Por sua dedicação e empenho em ajudar, acabou por fazer contato com um Espírito angélico a quem o Senhor ofereceu como missão o cuidado pelos que transitassem por aquela rodovia.

O homem ficou muito emocionado e feliz e passou a chamar aquele Ser angélico de Anjo da Estrada.

Aquele convívio tornou-se importante pois, além de ser uma companhia benfazeja, restaurava-lhe as energias se cansado; oferecia remédio salutar se doente estivesse; se triste, transmitia-lhe conforto; se cheio de dúvidas e dificuldades, envolvia-o com energias amorosas.

O Anjo da Estrada descia com ele à fonte, tantas quantas vezes fossem necessárias, contava histórias nas Mansões Divinas e recobria sua Alma de tranquilidade e júbilo.

Trinta anos se passaram e mantinham-se unidos os dois seres na missão que a cada um cabia no amparo e auxílio aos viajores daquela estrada.

Certo dia, um viajante de modos práticos, ao observar o esforço que despendia o homem sugeriu-lhe que transferisse sua casa para perto da fonte, assim não precisaria descer a encosta íngreme à busca da água.

O morador da estrada encheu-se de alegria diante da sugestão e começou providências para alcançar o intento.

No momento em que levava o material da sua casa para o vale, vê o amigo angélico em lágrimas.

Pergunta-lhe por que chorava e o Anjo da Estrada lhe disse que o Senhor concedera-lhe a tarefa de proteger as vidas daqueles que se arriscavam na estrada. Enquanto seu amigo servia oferecendo água pura aos viajores o Anjo tinha permissão para manter com ele as bênçãos da amizade. No entanto, se agora ele preferia o menor esforço, o Anjo teria que se manter à distância esperando alguém que se decidisse a cooperar com ele junto aos viajores, na condição de zelador do caminho.

O homem não hesitou. Interrompeu o que estava fazendo, voltou à sua casa na estrada. Sentiu-se em venturosa paz de espírito mantendo-se a serviço da multidão anônima.

Preferiu trabalhar e ser feliz, com companhia do Anjo da Estrada.

Lembra-nos Humberto de Campos que assim se dá com o exercício dos dotes medianímicos. Por vezes exigem-nos renúncia e trabalho. No entanto, não podemos nos esquecer dos benefícios que trazem àqueles a quem oferecemos nosso trabalho. Há vantagens que superam em muito os obstáculos que porventura tenhamos que enfrentar.

 

Há alguns aspectos interessantes a nos trazerem oportunidade de reflexão de forma mais detalhada, como: missão, trabalho, amizade, caridade, felicidade. Certamente entre outros.

Missão

Não podemos nos esquecer de que ao acolhermos uma experiência em vida física estamos também assumindo a oportunidade do exercício de um compromisso que nos proporcione maior elevação moral e espiritual. É o nosso caminhar evolutivo a que todos estamos sujeitos, cabendo a nós escolher a forma como queremos exercitá-lo.

Trabalho

Estamos nessa jornada mais para servir do que para ser servido. Disse Jesus: “Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vô-lo conceda.” João 15:16

Também em João 13:12-15 encontramos: “Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o manto, tornou a reclinar-se à mesa  e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?

Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou.

Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.

Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.

Amizade

A amizade se faz a partir de conexões sutis que nos envolvem e nos trazem a alegria de um convívio sadio. Há uma imantação entre as almas e faz com que haja alegria salutar no conviver e no realizar, em conjunto, tarefas para o bem comum.

Caridade

Viver eternamente a pensar o quanto é maravilhoso servir ao Pai de amor e luz.

Viver sempre juntos na busca do bem maior e da felicidade verdadeira que é estar bem com nós mesmos, com aqueles com quem vivemos e, por consequência, com Deus, nosso Pai, exercitando o Evangelho de nosso amado Mestre Jesus.

Felicidade

O empenhar-se na busca pela felicidade requer priorizarmos objetivos para nossa vida além do mundo físico. A verdadeira vida do espírito que vive em nós, nossa alma.

Enquanto buscamos a felicidade no âmbito de nossa vida terrena, ela se apresenta fugaz, em constante ir e vir, dependendo de nossos conceitos, valores, maturidade psicológica, idade cronológica.

A felicidade transcende o simples prazer físico e emocional. É um sentimento muito mais amplo e requer estejamos comprometidos não só com o nosso caminhar, mas também, e de forma profunda, com o caminhar de todos aqueles com quem partilhamos esse momento na eternidade.

Não existe felicidade sem a felicidade do outro, pois esse sentimento só ocorre quando sentimos o bem-estar dos companheiros de jornada.

A consciência iluminada é fator de atingimento da verdadeira felicidade.

A nossa condição como seres em processo evolutivo ainda não nos permite o atingimento desse patamar de consciência, mas podemos ter vislumbres, intuição do que venha a ser. Depende tão-somente de buscarmos reformulação da nossa forma de viver, de nos relacionarmos com o mundo à nossa volta, seja com as pessoas, com a Natureza de forma geral, com nós mesmos.

A felicidade não é resultado de uma indução externa. Ela é resultado de um processo que começa dentro de nós, no íntimo do nosso Ser.

O caminhar em direção à felicidade começa quando abrimos o nosso olhar para o que realmente é importante em nossas vidas, o que efetivamente desejamos. A partir de então, priorizamos a descoberta do nosso verdadeiro Eu, o autoconhecimento, observando nossos erros, transformando-os em alavancas de crescimento, de aprendizado sólido, consistente. A experiência auferida com os erros corrigidos resulta na maturidade e na harmonia interior.

A felicidade pode ser alcançada quando buscamos a consciência de nós mesmos e permitimos que a luz existente em nós brilhe. Quando encontramos o nosso Deus interno e deixamos que Ele se apresente de forma constante em nossas vidas.

10 Comentários

  1. 25-4-2014

    Belíssima história e importantes ensinamentos, Elda.
    Obrigado.
    Um abração.
    Nilson

  2. 25-4-2014

    Coincidência ou não, as reflexões são justamente os tópicos estudados ontem no E3. Somos 20 participantes e peço sua licença para enviar a todos pois vale e muito como complemento do estudo.
    Nunca é demais estudar, refletir e especialmente tentar colocar em prática. Abraços fraternos.

    • 25-4-2014

      Oi Regina, certamente você pode compartilhar esse conteúdo. A partir do momento em que publico seu destino é chegar às pessoas. Eu agradeço sua ajuda no distribuir o trabalho. Abraços fraternos.

  3. 25-4-2014

    Cara Elda, a simplicidade da mensagem, a sutileza nos faz querer seguir o mesmo exemplo.
    Obrigada!

    • 25-4-2014

      Gostei muito deste texto. Um presente que o Grupo Fraternidade me ofereceu para estudo e apresentação. Abraços fraternos.

  4. 26-4-2014

    OBRIGADA, ELDA, POR MAIS ESTA OPORTUNIDADE DE REFLEXÃO AINDA NESTE MÊS DA PÁSCOA! E COMO É BOM VER JESUS, SEMPRE ELE, A SURGIR NESSAS HISTÓRIAS ESPIRITUAIS QUE NOS INSPIRAM E NOS ESTIMULAM A SEGUIR NOSSO CAMINHO NEM SEMPRE (OU QUASE NUNCA) FÁCIL!
    GRANDE ABRAÇO, SAÚDE E PAZ,
    MARILIA

  5. 27-4-2014

    Elda, obrigada por sua generosidade. Li, há pouco, mais alguns ensaios de Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592). Ele escreveu 3 volumes de auto-observação e auto-conhecimento. Sua obra traz exemplos das vantagens da tolerância, do respeito pelo outro ser humano, pelos animais, da apreciação e gratidão a Deus. Contudo, nada é perfeito e Montaigne considera as mulheres bem inferiores aos homens, quanto ao intelecto… Mas essa era a crença de sua época: Século XVI. Aliás, durante o 30 Congresso Espírita de Goiás, foi lembrado que o Evangelho Segundo o Espiritismo passou a incluir a “Nota explicativa 23” para esclarecer a influência da ciência da época (Século XIX)sobre a visão que Alllan Kardec tinha sobre as raças humanas (Veja-se o Verbete Raças em O Livro dos Espíritos, particularmente a pergunta 787). Fato da maior importância, uma vez que “Os desígnios do plano invisível são no sentido de orientar a fraternidade dos povos do mundo”. Uma Doutrina Consoladora não o seria excluindo povos desse rol da humanidade, com base no que quer quer seja, não é mesmo? Assim é que a Nota da Editora observa que apesar da influencia da Ciência da sua época Kardec divulga uma Doutrina na qual vigora “o mais absoluto respeito à diversidade humana.”: “sem preconceitos de nenhuma espécie: de cor, etnia, sexo, crença ou condição econômica, social ou moral.” (FEB, 2008). Sua “interpretação da doutrina dos anjos decaídos” (1862) foi uma simples hipótese, apenas uma “opinião pessoal”, como Montaigne em seus Ensaios. A doutrina consoladora, dirá Kardec, reconhece a diversidade da humanidade e a unidade do mundo Espiritual.
    Abraço fraterno e agradecido pelo espaço,

    Lourdes Teodoro

    • 27-4-2014

      Oi Lourdes, Grata pela sua colaboração. Receba o meu fraternal abraço.

  6. 29-4-2014

    Minha Irma ELDA Evelina: Ficamos muito feliz em ler a sua mensagem, não temos palavras para retribuir esse belo ensinamento; mas podemos sim pedir ao nosso Grande Mestre JESUS que direcione sua luz de Amor para a amiga, amigo Gilberto e Família; pois pessoas igual a Vocês é que são o farol que nos guia com o exemplo para seguirmos em direção a nossa meta principal que é o crescimento moral alicerçado nos ensinamentos do nosso mestre. Muito obrigado e que os anjos do Senhor estejam com Vocês.

    • 29-4-2014

      Grata pelo carinho de vocês e pelas palavras de incentivo para a continuidade do trabalho. A responsabilidade se intensifica, como também o prazer de nos alicerçarmos nos ensinamentos do Mestre e prosseguirmos. Abraços fraternos.

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