Posted por em 27 maio 2016

Maria de Nazare-folheto-24-5-16Estudo oferecido no Centro Espírita Casa do Caminho, em 26-05-2016

Áudio do estudo (mp3) –  Maria, mãe de Jesus

Folheto distribuído ao público (PDF) – Maria de Nazare-folheto-24-5-16

Separador-Evange

Ofereceram-me a oportunidade de falar sobre Maria, mãe de Jesus. Mais do que a oportunidade de falar sobre ela, a de estudar e refletir sobre este Espírito de uma forma diferente de como o havia feito até aquele momento.

Até os meus trinta anos Maria fora a mãe de Jesus, simples assim. Uma mulher, que ainda jovem, havia recebido um anjo que a ela anunciara vir a ser a mãe do Messias prometido ao povo de Israel.

Ao acolher o Espiritismo no meu coração, busquei um novo olhar sobre esse Ser. Não só mais uma jovem mulher que havia sido escolhida para vir a ser a mãe de Jesus, o Messias. A partir de então, para mim, Maria veio a fazer parte de uma plêiade de espíritos que têm a missão de proporcionar ensinamentos e oportunidades para que venhamos a encontrar o nosso caminho de elevação espiritual. Não só isso, também envolver-nos com o seu manto de luz e de amor.

Assim eu passei a refletir sobre Maria.

Ainda em mim um pouco do que me fora transmitido em minha infância. Um ser muito especial, tanto que ela fora escolhida para acolher em seu ventre Jesus, o filho do Deus único (expressão bíblica), prometido através dos profetas.

Com o olhar, doravante ampliado pelas referências nos livros doutrinários, e na literatura complementar, busquei compreender melhor o significado que esse Espírito tem para aqueles que creem na reencarnação e na evolução dos espíritos.

Agora, acolhi falar sobre Maria de Nazaré e recebi esta oportunidade como um verdadeiro desafio.

Vocês podem até achar estranho eu expor de forma tão límpida e verdadeira o que me vai no íntimo, quase uma confissão.

De pronto, senti-me sem condições de cumprir tal tarefa. Não me ocorrera, até aquele momento, a mínima possibilidade de vir a ter de estudar sobre Maria, suas emoções, sua vida, tanto no mundo espiritual como encarnada com esta missão tão especial de acolher aquele que seria o nosso Amado e Grande Mestre.

Por certo, dificilmente conseguirei ser fiel mesmo que a uma ínfima parte da sua verdadeira configuração como espírito.

Tampouco o poderá ter sido qualquer obra, mediúnica ou não. Qualquer um de nós, sejam encarnados ou amigos do plano espiritual próximos de nós em vibração e conhecimento, ainda estará distante de um nível que nos possibilitaria falar de forma fidedigna sobre Maria. Está além da nossa condição evolutiva.

Passei vários dias pensando muito sobre qual a forma de abordar o tema.

Buscar entendimento para poder falar algo sobre esse Espírito que assumiria a personalidade de nome Maria e que viria a cumprir uma missão de excelsa grandeza como mãe de Jesus, personalidade a ser assumida pelo Ser Crístico encarregado da coordenação do Planeta a que damos o nome de Terra, como também é membro da comunidade das potências angélicas de todo o sistema solar, como nos afirma Emmanuel em o livro A Caminho da Luz.

Em processo meditativo, e em prece, cheguei a visualizar várias imagens como, por exemplo, o nosso País circundado por raios de luz, principalmente em seu centro. Perguntei a mim mesma: como poderiam esses raios estarem ali se estamos ainda tão distantes de sermos capazes de emitir tal luz?

Veio-me a resposta e, não só, a percepção do que ali ocorria, eram raios que vinham do espaço e dirigidos à aquela região. Energias que vinham de forma esparsa e depois concentradas para o centro do Brasil.

Visão que promovia imensa emoção.

Vinha-me à mente que esses raios eram a nós dirigidos por um Ser que não poderia ser visualizado, tal a sua grandeza. Era-me impossível identificar sua presença de forma a percebê-la delineada no espaço.

Cheguei a visualizar, espiritualmente falando, um manto fluido, vaporoso, envolvendo inúmeros astros de uma forma indescritível, como a cobrir sistemas e galáxias.

Mais alguns dias e continuava focada em buscar uma maneira de me expressar para levar uma mensagem sobre Maria de Nazaré.

Em um momento de prece vislumbrei uma nova imagem do espaço e pude perceber que tal fonte de energia dirigia-se para muito além do nosso Planeta, o que vira era tão-só um rastro dessa luz a transpassar nosso orbe, ali deixando parte da sua essência. Sem, no entanto, deixar de envolver outros orbes, tal a sua magnitude.

Abstraindo-me e estendendo essa percepção ao que estava buscando compreender, vim a refletir: não podemos pensar que Maria, Espírito que assumira a missão de acolher o Ser Crístico na personalidade de Jesus, possa ser limitada a uma imagem ou a uma percepção material. Isto seria uma inaceitável tentativa da nossa parte.

O Espírito, a que chamamos Maria, é de tal expressão que não cabe em qualquer definição que nos seria possível imaginar.

Envolve-nos com Seu Manto de luz como que abrangendo o infinito.

Não podemos pensar em Maria como um Ser com missão restrita a nós nessa jornada terrena. Nem mesmo ao nosso Sistema Solar.

É transcendente. Só podemos ter vislumbres de sua existência, não mais do que isso.

Então vou tentar passar reflexões e informações que se mostraram disponíveis para mim e possíveis de serem compreendidas por nós.

Um pouco da sua história como uma filha prometida a um casal já avançado em idade.

Já quando jovem, visitada pelo Anjo Gabriel. A visita que fizera a Isabel. Seu cântico de louvor a Deus.

A apresentação de Jesus, feita pelo evangelista João, no Capítulo 1 de seu Evangelho; como também a oferecida por Emmanuel, em o livro A Caminho da Luz.

A vida de Maria, após a crucificação de Jesus, acompanhada por João.

E, por fim, sua elevação ao plano espiritual, orientada pelo espírito que estivera encarnado como Jesus.

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Em o Livro de Tiago (1)

Conta a história de Jesus desde Joaquim e Ana, pais de Maria, mãe de Jesus.

Discorre sobre a dificuldade de Ana para engravidar e os obstáculos que o casal enfrentava em razão disso. Eram discriminados na sociedade e Joaquim nem mesmo podia fazer suas oferendas no Templo, enquanto não tivesse alcançado a graça de ter um filho.

Joaquim, atormentado, retirou-se para o deserto e jejuou por quarenta dias. Ana, sua mulher, chegou a chorar sua viuvez e esterilidade.

Visitada por um anjo, Ana soube que daria à luz e de sua prole se falaria em todo o mundo. E assim foi. Nasceu Maria.

Aos três anos de idade foi levada ao Templo, como prometera o casal, e ali cresceu e foi educada.

A história prossegue, com detalhes sobre o acolhimento de Maria por José (viúvo e com filhos). Fala ainda sobre o anúncio de que ela viria a engravidar-se e da missão do filho que deveria chamar-se Jesus.

Assim encontramos no Evangelho de Lucas(2)

Anúncio do Nascimento de Jesus (Lucas 1:26-38)

“Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.

E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo.

Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa.

Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus.

Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.

Eis que também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; porque para Deus nada será impossível.

Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.”

Maria visita Isabel (Lucas 1:39-45)

“Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel.

Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!

E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?

Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim.

Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.”

O cântico de Maria (Lucas 1:46-50 e 56)

“Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador; porque atentou na condição humilde de sua serva. Desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas; e santo é o seu nome.

E a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.

E Maria ficou com ela cerca de três meses; e depois voltou para sua casa.”

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É sobre esse Ser que se expressa de forma tão confiante e devotada que iremos falar, tentando apresentar um espírito de fé, de coragem, de dedicação. Um Ser que se entrega inteiramente a uma missão que lhe é oferecida, um compromisso de elevada importância. Será, a partir de então, instrumento para que o mundo possa ser submetido a profundas transformações através do Messias prometido, desde os profetas, e sua mensagem de amor e submissão à vontade do Pai.

Ambos serão figuras exemplares para a Humanidade terrena, sobre as quais até hoje referimo-nos com emoção e fervor.

Falar sobre Maria, mãe de Jesus, é difícil para qualquer um de nós. O Evangelho fala pouco sobre esse Ser muito especial a quem foi agraciada a bênção de vir a gerar em seu ventre o Messias prometido, a encarnação do Ser Crístico que viria a receber o nome de Jesus, enquanto entre nós.

A respeito desse Ser Crístico, encontramos no Evangelho de João (3)

“O verbo se faz carne

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.

Este veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele.

Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.

Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo.

Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu.

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”

Também Emmanuel esclarece-nos quanto à excelsitude desse Ser. Podemos encontrar em o livro A Caminho da Luz (4)

“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.”

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O Ser que veio à Terra para ser mãe de Jesus é um Espírito de inúmeras experiências no plano espiritual. Certamente de expressivo saber e amorosidade. Aceitou a missão de assumir um corpo de carne, com suas limitações, em ambiente inóspito, diferentemente daquele que já conquistara por inúmeros méritos.

Por certo preparara-se por vários estágios até que alcançasse condições de adaptar-se às intempéries presentes à época. Preparação trabalhosa e severamente elaborada para que viesse a ser vitoriosa na missão abraçada.

O alcance dessa ventura exigiria não só o próprio preparo, como espírito, como também dedicar-se a trabalho de esclarecimento espiritual de muitos espíritos, encarnados e desencarnados, objetivando a elevação das vibrações, da ambientação da região em que seria acolhido o Ser Crístico, muito mais elevado em sua pureza espiritual.

O Espírito, aqui na personalidade de Maria, foi instrumento de que se valeu o Pai para a concretização da missão de que se encarregaria o Messias. Precisava ela ter todas as virtudes necessárias para este fim. Compromisso de grande vulto, base de uma nova esperança para a humanidade terrena.

É importante que todos nós tenhamos em mente que esse Ser não mereça tão-só o nosso respeito e gratidão por ter acolhido em seu ventre Jesus, o Cristo, mas também, e principalmente, por representar um ideal que deva ser seguido por nós, uma referência de dedicação, amor, comprometimento; na formação dos mais elevados sentimentos de fraternidade.

Ao descer de planos elevados, de onde não precisaria retornar ao plano material, acolheu-nos a todos nós em seus braços, ao receber Jesus como filho amado. Doou-se para uma tarefa de grandes repercussões ao longo de milênios.

Mais informações a respeito da vida de Maria, como também de Jesus, devemos ao trabalho de Lucas, um dos evangelistas. O apóstolo Paulo por algumas vezes entrou em contato com a mãe de Jesus com o intuito de escrever um evangelho a respeito da vida do Mestre, calcado nas memórias de sua mãe amorosa e dedicada. No entanto, foi-lhe impossível alcançar o intento. Solicitou a Lucas que o fizesse, incumbindo-o de fazer contato com Maria e dedicar-se à coleta de suas memórias. (5)

Quando da crucificação, Jesus viu ali sua mãe e o discípulo amado ao seu lado. Disse ele a Maria: Mulher, eis aí o teu filho. Dirigindo-se a João disse: Eis aí tua mãe. Desde esse momento o discípulo recebeu Maria em sua casa. (6)

Em certo momento Maria decidiu retirar-se para onde havia parentes mais próximos que a esperavam com especial carinho. Após algum tempo, porém, João lembrando-se do que lhe dissera o Mestre, vai à procura de Maria e conta a ela sobre o trabalho que abraçara em Éfeso, onde o cristianismo ganhava terreno, e oferece-lhe a sua proteção amorosa. Prontamente e, com alegria, Maria aceita o convite.

Em pouco tempo o local escolhido por João e por Maria transformara-se em local de acolhimento dos menos favorecidos. A choupana ficara conhecida como “Casa da Santíssima”. (7)

Houve então um tempo em que os cristãos foram perseguidos de forma dura e cruel. Maria colocou-se em prece rogando por todos que estavam vivenciando angústia por seguirem os ensinamentos de Jesus.

Surgiu então alguém à sua porta que disse: “Minha mãe, venho fazer-te companhia e receber a tua bênção.” (7)

Maria, profundamente sensibilizada por aquela voz, inspirando-lhe simpatia. Falou-lhe o visitante confortando-a, comenta então sobre as bem-aventuranças.

Maria indaga-se sobre a razão de tomarem-lhe intensas emoções.

O visitante fala então com profundo toque de amor: “Minha mãe, vem aos meus braços.” (7)

Maria, nesse momento, reconhece naquele visitante a figura de seu filho. Em um impulso tenta abraçá-lo, mas é ele quem se ajoelha e beija-lhe as mãos, envolvido por um halo de luz.

Diz então aquele que estivera entre nós como Jesus: “Sim, minha mãe, sou eu!… Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos!…” (7)

No dia seguinte foram chamar João, pois Maria não mais falava, já aguardando de forma serena o desenlace dos laços que a prendiam ao mundo material. (7)

Separador-Evange

  • Evangelho de Tiago é um evangelho apócrifo escrito provavelmente em 150. Esse título surgiu em fins do século XVI quando foi publicado, pois até então era chamado apenas de Livro de Tiago.
  • Evangelho de Lucas, Novo Testamento.
  • Evangelho de João 1:1-14, Novo Testamento
  • Livro ditado por Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier
  • De acordo com o Evangelho de João João 19:26-27
  • No livro Paulo e Estêvão, capítulo Epístolas, de Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier
  • De acordo com o livro Boa Nova, capítulo Maria, de Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier

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