Posted por em 19 set 2015

Decors-EvangeÁudio da palestra (mp3), de mesmo título, oferecida no Grupo Espírita Casa do Caminho, em 19 de setembro – Joana de Cusa – Discípula de Jesus

Arquivo PDF distribuído por ocasião da palestra, contendo informações complementares e links para acesso a outros detalhes sobre a vida do espírito Joana de Cusa

Joana de Cusa – Discípula de Jesus – anexo

Separador-Evange

Estudar sobre Joana de Cusa foi para mim muito importante. Trouxe informações que mais uma vez faz fortalecer nossa fé dos desígnios do Pai; na confiança que Ele deposita em cada um de nós; bem como na sua justiça e misericórdia, colocando tantas oportunidades em nossas vidas. Oportunidades estas que buscam promover nossa autorreflexão, a busca pelo autoconhecimento e, por decorrência, nossa transformação moral e espiritual.

Ocorre-me registrar que, ao estudarmos sobre uma personalidade, principalmente sob a ótica espiritual, precisamos ter em mente ser muito importante não só nos determos na sua história propriamente dita, mas principalmente olharmos detidamente para os aspectos que poderão promover reflexão profunda sobre nossas próprias vidas e que virão, provavelmente, auxiliar-nos na busca pela autotransformação e alavancar nossa evolução.

A história que se segue traz-nos ricas oportunidades para reflexões sobre o nosso caminhar espiritual, seja para a conscientização no que diz respeito à doutrina que abraçamos, independente de sua denominação; à misericórdia de Deus e Seu profundo amor por todos nós; à confiança que ele deposita em nós, oportunizando várias experiências e aprendizados na nossa jornada; ao amor de Jesus, sua mansuetude e brandura; a riqueza do seu Evangelho a nos nortear no caminhar.

Fiquem atentos à fé demonstrada na história da discípula Joana e nas escolhas que ela fez, fundamentadas nos ensinamentos do Mestre e na grandeza do seu reconhecimento como filha de um Pai amoroso e justo.

Separador-EvangeEncontramos no Evangelho de Lucas 8:1-3:

“As mulheres que serviam a Jesus com os seus bens – Lucas 8:1-3

Logo depois disso, andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e iam com ele os doze, bem como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios. Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, Susana, e muitas outras que os serviam com os seus bens.”

“A ressurreição – Lucas 24:1-10

Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.

E acharam a pedra revolvida do sepulcro.

Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus.

E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive?

Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galiléia. dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.

Lembraram-se, então, das suas palavras; e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais.

E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos.”

 

Joana, esposa de Cusa, Procurador de Herodes Antipas, seguia Jesus em suas peregrinações de anunciação do Reino de Deus. Como também, como nos relata Lucas, estivera com Maria Madalena, Maria (mãe de Tiago) e outras mulheres, em visita ao sepulcro, depois da crucificação, encontrando-o vazio.

Podemos concluir que fora discípula de Jesus e cuidadosa auxiliar na propagação da obra do Mestre.

Relata-nos Humberto de Campos, em o livro Boa Nova, que ela possuía verdadeira fé, rara dedicação e nobre caráter.

Certo dia buscou Jesus, quando este se encontrava na casa de Pedro, descansando, para receber d’Ele palavras de conforto e conselhos, pois que se achava agastada por ter de conviver com a intolerância e incompreensão de seu esposo.

Cusa, procurador de Herodes Antipas, não abrigava a doutrina do Mestre. Dividia seus interesses religiosos entre os conceitos judaicos e os deuses romanos, dependendo da conveniência do momento, pois que esta atitude facilitava-lhe o trânsito entre as duas culturas e permitia-lhe viver em tranquilidade fácil e rendosa.

O comportamento de seu marido trazia-lhe desgostos e amarguras no ambiente doméstico.

Jesus ouviu mansamente e fez-lhe algumas considerações.

Viera ele ao plano físico para trazer a mensagem de haver um só Deus. Ser a fé única o instrumento para nossas relações com o Seu amor. Pondera haver diversas manifestações religiosas no mundo, mas muitas vezes são meros vícios populares com expressões exteriores.

Acrescenta ele que os templos da Terra são tão-só expressões materiais. Ele viera em nome de Deus para tocar o coração de todos nós com o templo da fé viva.

As diferenças religiosas de até então e os valores do discípulo sincero resultarão em combate pela redenção espiritual e as divergências a que fizera referência irão ocorrer de rotineiro.

No caso dela, há que agradecer ao Pai o haver julgá-la digna do trabalho que vinha executando.

Cusa não a compreendia como uma alma sensível. Um dia mudaria sua forma de olhar e iria compreendê-la então.

Ainda que sendo indiferente e leviano, deveria amá-lo, mesmo assim. O laço que os unia desde muito antes trazia em si razões para estarem juntos. O servir a ele e dedicar-se era sua missão, em sendo assim, representava a vontade de Deus. São os doentes que precisam de médico. Ela certamente, com a sua dedicação e trabalho estaria proporcionando oportunidades para que ele, mais tarde, viesse a compreender e valorizá-la como companheira digna e nobre.

Joana, por sua vez, leva mais uma questão ao Mestre, como reflexão: não seria o caso de buscar impor a Cusa os princípios das verdades pregadas por Ele? Não estaria ela promovendo a transformação do esposo para o Reino de Deus?

Responde Jesus afirmando que Deus não impõe a Sua verdade e o Seu amor aos homens. Sua sabedoria tem como princípio transformar corações e não exterminar aquele que procede com violência. Muitas vezes uma simples lágrima é o instrumento de despertamento de uma alma, quando ela já se encontra amainada pelo amor e pela compaixão.

Há sempre o momento oportuno para o encontro da alma com os sentimentos nobres. É com o esclarecimento e muitas vezes com o silêncio que a transformação se faz. Há que termos paciência e mansidão e, se necessário, energia.

Jesus, então aconselha Joana a retornar ao lar e, com os recursos que o Pai lhe concedeu, amar o companheiro talhando a sua obra “de vida, sabedoria e amor”.

Joana agradece ao Mestre, com um suave alívio no coração.

Jesus lhe diz, naquele momento: “Vai, filha!… Sê fiel.”

Separador-Evange
A partir de então, sentindo-se impregnada dos conselhos do Mestre, Joana de Cusa manteve-se resignada, com brandura no coração, disposta ao trabalho, consciente de seu dever com o Pai. Percebera que, antes de ser esposa ela era filha do amoroso Pai que conhecia o que lhe ia no coração, sua generosidade, determinação e sacrifícios.

Passou a olhar o seu companheiro de forma diferente, buscando perceber nele o que havia de bom e o que se fazia como pequena semente, ainda frágil e tênue, e que haveria de desenvolver-se como virtude um dia. Veio a engravidar-se e gerar um filho

Seu esforço e perseverança expandiram a sua fé, tornando-se sólida. Manteve-se consciente das orientações que Jesus lhe ofertara naquele dia e transformava suas dores em oportunidades de vitória e soerguimento.

Ocorreram perseguições políticas e Cusa perdeu sua posição política. Torturado pelos novos desafios, orgulho ferido, enfermidades, Cusa voltou ao plano espiritual em condições lamentáveis.

Joana, no entanto, prosseguiu firme. Ela, antes nobre e em condições de privilégio, agora passava por necessidades prementes que a levaram a procurar trabalho para seu próprio sustento e do filho. Mostrava-se sempre firme dizendo que Jesus também havia trabalhado. Escolhera dedicar-se ao Cristo e à sua obra, como serva dedicada.

Advindo as perseguições aos Cristãos, encontrou-se Joana, um dia, amarrada a um poste do martírio, tendo ao seu lado o filho.

Exclamações de seu executor chegava-lhe aos ouvidos: Abjura!

Joana mantém-se firme como discípula fiel. O filho, açoitado em corpo seminu, pedia-lhe que repudiasse a Jesus. Angustiada pela dor ao ouvir as súplicas de seu filho, pela primeira vez sente escorrer lágrimas pelo rosto.

Em meio àqueles gritos e súplicas, toda a sua vida lhe passa pela mente. Lembrou-se de Maria que, também mãe, vira seu filho ser crucificado e, ainda assim, manteve-se confiante nos desígnios do Pai.

Pareceu-lhe ouvir, naquele momento, a voz de Jesus, mais uma vez: “Vai, filha!… Sê fiel.”

Sentiu-se fortalecida de uma forma profunda. Olha para o filho e lhe pede que se cale, lembrando que Jesus acolheu o sacrifício que lhe fora oferecido. Acrescenta que precisamos saber sublimar essas experiências e ser fiel a Deus.

Em instantes as chamas a envolveram. Joana manteve-se serena e compassiva para com aquele povo que não entendia o sacrifício daquele momento.

Um dos algozes perguntou-lhe: “O teu Cristo soube apenas ensinar-te a morrer?

Respondeu a discípula do Mestre: Não apenas a morrer, mas também a vos amar!…”

Sentiu, então, a mão amorosa do Mestre tocando-lhe suavemente os ombros e escutou-lhe a voz:

– “Joana, tende bom ânimo!… Eu aqui estou!…”

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