Posted por em 28 jan 2012

Borboleta 1

Audio da palestra proferida no Grupo Fraternidade – Jesus e o Evangelho, à luz da psicologia profunda

Joanna de Angelis tem nos proporcionado, através do médium Divaldo Franco, oportunidades maravilhosas de nos aprofundarmos no entendimento do Ser Humano, suas emoções, experiências passadas, com o propósito de aprendermos os caminhos do autoconhecimento, busca da nossa evolução intelectual e, principalmente, espiritual.

As obras de sua lavra que mais nos oportunizam esse aprendizado estão em um conjunto denominado “Série Psicológica”.

Essa série nos leva a refletir sobre nossas experiências passadas, angústias, dores emocionais e físicas, com a intenção de nos conhecermos melhor e nos espiritualizarmos com a finalidade de promovermos a nossa própria evolução.

O livro dessa série, sobre o qual vamos refletir nessa oportunidade, é “Jesus e o Evangelho, à luz da psicologia profunda”. Nele estão contidas várias passagens do Evangelho sob a análise da orientadora espiritual. Ela nos leva a compreender o ensinamento inserido nos textos de forma a levar-nos a buscar um novo olhar sobre nossas vidas, nossos valores e rever metas de vida.

Diante de tantas passagens levadas à análise nesse livro, escolhi alguns capítulos para a reflexão, principalmente porque neles alguns princípios básicos que correspondem à intenção da autora de nos levar ao autoconhecimento e revisão de procedimentos no nosso caminhar.

Na introdução, Joanna de Angelis afirma que o Evangelho é o Testamento que Jesus nos deixou: “é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia.” Diz que é também “precioso tratado de psicoterapia contemporânea para os incontáveis males que afligem a criatura e a Humanidade.”

Afirma ela que à época que Jesus conviveu conosco no Planeta predominava a ignorância, como ainda hoje ocorre em menor intensidade. Ele procurou abrir o lado escuro da sociedade e das criaturas, buscando levar a luz às consciências, com a intenção de promover a libertação pelo conhecimento da Verdade e a prática do amor.

Jesus expressava em si tanto o lado suave e doce da anima quanto o determinado, forte, intenso do animus, mostrando assim ter alcançado o equilíbrio e a harmonia ideal para o Espírito.

Sua presença entre nós foi tão expressiva que ainda hoje Seus ensinamentos sensibilizam todos aqueles que aspiram à felicidade, a melhores dias e à autosuperação, buscando a plenitude.

A essência dos seus ensinamentos encontra-se no: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Joanna de Angelis em seu livro “Amor, imbatível amor” proporciona uma reflexão interessante sobre o como atingir essa máxima dos ensinos do Mestre. Primeiro deveríamos nos concentrar no autoamor, pois é mais fácil para nós amarmos o Ser que nos é mais próximo. Quando conseguirmos nos amar, buscar o amor ao próximo como a nós mesmos. Quando alcançarmos essa meta – o autoamor e o amar o próximo – nós teremos conseguido alcançar a essência dos ensinamentos do Mestre, pois já estaremos amando a Deus.

Independente do que esteja aqui colocado, é importante que se busque a leitura do livro na integra. A autora espiritual nos proporciona, ali, reflexões maravilhosas e imprescindíveis para a compreensão dos ensinamentos do Mestre como Terapeuta por excelência.

O Jugo leve

“Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

Jesus nos oferece, através dos seus ensinamentos, alternativa terapêutica que nos proporciona condições de não só recuperar a nossa paz interior e saúde física e espiritual, como também a terapia libertadora (evitar novos comprometimentos) com o cultivo do amor e a prática da oração como “canal de irrigação da energia que procede de Deus e vitaliza a criatura.

Ainda sofremos e nos comprometemos, sem conseguir nos libertar, em razão da preservação de nossos instintos primários, ainda predominantes em nosso comportamento.

Só conseguiremos nos libertar desse obstáculo quando compreendermos as responsabilidades e compromissos que nos levariam à evolução espiritual. A consciência desse entrave em nós acaba por se tornar um fardo difícil de carregar, trazendo tormento mental e conflitos de consciência.

O processo terapêutico que Jesus nos oferece é libertador, porque, além de nos auxiliar a identificar o problema, desperta-nos para a necessidade de não reincidir no erro para que não nos comprometamos mais. “Vá, e não peques mais, a fim de que não te aconteça algo pior.”

Jesus não promete ele próprio resolver todos os nossos problemas. Ele nos leva à consciência de que precisamos fazer a nossa parte, assumir a responsabilidade pelo nossos atos, cumprir nossos próprios deveres. Ele é o Educador que nos faz compreender a responsabilidade que pertence a cada um.

Tudo o que nos ensinou Ele próprio vivenciou, verdadeiro e luminoso. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai se não por mim. Acrescentou Vinde a mim todos que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.

Libertação pelo amor

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 22:39

O amor é a terapia mais eficiente para superar os nossos problemas, nosso lado sombra, como coloca a psicologia. É medicamento para o nosso ego enfermo e estímulo para o desabrochar do Eu irrigado por esse sentimento superior da vida.

Jesus em todos os momentos demonstrou compreensão e ternura, mesmo em momentos difíceis, exerceu autoridade e carinho, fez-se enérgico com brandura, seguro e austero com amor. Novamente o perfeito equilíbrio entre a anima e o animus.

O amor potencializa nossa condição física e emocional, proporcionando ao corpo condições de produzir elementos vitais à nossa saúde e vitalidade, capacidade de reorganização e regeneração celulares, revitalizar nosso sistema imunológico.

Amando-se, o Ser alcança uma forma de angelitude, elevando o mundo físico ao espiritual, mesmo sem o desenlace da matéria. O autoamor se transforma em amor amplo, quando alcança o amor a Deus, identificando-se a criatura com o seu Criador, com “mais força e beleza para o autocrescimento”.

Luz e caridade

“Então, vai, diz Jesus, e faze também o mesmo.” Lucas 10:37

Todo o Novo Testamento é um convite à alegria e ao amor que Deus nos oferece, e ao de Jesus, estimulando-nos a crescer, a compreender o significado de nós mesmos e os objetivos do nosso existir.

Na Parábola do Bom Samaritano, ficou expressa a lição do se entregar ao amor, especialmente por aqueles que poderiam ser nossos perseguidores. Fazer o bem de forma oportuna, para que não seja tarde para auxiliar aquele que necessita de amparo. O Bom Samaritano era um Ser liberto da atitude de condicionado a revidar. Simplesmente foi levado a fazer o bem por ser necessário, condizendo com a caridade ensinada pelo Mestre.

Doar e doar-se. Não ser escravo do ter.

Psicoterapeuta

“Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos.” Mateus 9:12

“Todo o Seu Ministério foi um hino de exaltação e vivência da liberdade, da conscientização do indivíduo, da sua autoresponsabilidade diante dos acontecimentos existenciais, dando início a uma forma nova de ver e entender todas as coisas.

… propôs que não se deve pôr a candeia embaixo do alqueire, antes no velador, a fim de que a sua luz derrame claridade por toda a parte, alcançando todos aqueles que se lhe acerquem, assim banhando-se de luz.”

A sua mensagem é dirigida aos enfermos da alma. Seus ensinamentos constituem a terapia ideal, é a que nos auxilia a curar a doença como também a evitá-la. Predispõe-nos à defesa com relação aos fatores que nos poderiam perturbar física, emocional, psíquica e moralmente.

Ele sabe que somos seres que se encontram na Terra em aprendizado, buscando acertar o que praticamos contra nós mesmos.

Ama a todos nós com igual sentimento de compaixão, conhecedor de que somos indivíduos necessitados de atendimento e compreensão. Só mesmo um Terapeuta do porte do Mestre pode nos atender em todos os momentos, desde que permitamos a Ele entrar na casa de nossos corações e o recebamos onde os nossos sofrimentos se refugiam.

A busca

“Buscai e achareis.” Mateus 7:7

À medida que adquirimos a consciência do que somos, identificamos a necessidade de buscar novos patamares no processo de evolução.

Jesus, apesar da elevação espiritual que já havia conquistado, não se contentou permanecer em repouso, por entender que “entre Ele e o Criador medeia um verdadeiro abismo de evolução, tanto quanto um outro vão desafiador existe entre os seres humanos e a situação que Ele desfruta na escala de valores morais e espirituais”.

Ele indicou um caminho em que não devemos nos satisfazer com o já conseguido. Precisamos continuar crescendo, investindo no esforço da libertação e elevação do Espírito em direção à Grande Luz, tendo-o por condutor.

“O progresso é o resultado de contínuas tentativas de realizações em crescendo sob a inspiração da cultura e do conhecimento.”

Na medida em que alcançamos alguns patamares, outros se apresentam à nossa frente, desafiando-nos ao contínuo crescimento.

A busca é o intenso trabalho de autoaprimoramento, de autoiluminação.

A expressão de Jesus: Pedi, buscai, batei, significa que não devemos nos deter no já conseguido. Quando nos percebermos confortáveis nos limites de crescimento espiritual e moral, mais deverá ser o nosso esforço no sentido de romper esses limites para prosseguirmos no caminho de conquistar nossos limites, novos níveis, pois “a ascensão é feita de aberturas que se ampliam ao infinito”.

“Todos aqueles que se entregaram à dilatação dos horizontes humanos na Terra compreenderam essa necessidade de serem alcançados níveis intelecto-morais mais significativos, e por isso não se cansaram de lutar, compensando-se com as alegrias de cada conquista, sem que se permitissem deter nelas. A esse afã se devem as mais grandiosas conquistas do pensamento humano, sempre ávido por novos desafios.”

Ao Ser real – o Espírito –, devem ser direcionadas as aspirações e realizações.

“Buscai e achareis” é o grande desafio de Jesus à criatura humana. A sua capacidade de aprendizado amplia-se à medida que se lhe ampliam as percepções da imortalidade e o desejo de alcançar o infinito.

Gratuidade do Bem

“Seja o que for que pedirdes na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes.” Marcos 11:24

O entendimento da mensagem do Jesus convida o trabalhador da seara do Bem à ação sem descanso.

A saúde é o resultado direto da transformação moral, pois é do Espírito que procede todas as manifestações orgânicas – emocionais e psíquicas. A harmonia perante a vida é adquirida a partir do equilíbrio interno e da reforma íntima. O organismo se beneficia da energia curadora resultante dessas forças morais. A sintonia com as Esferas superiores proporciona o contato com vibrações compatíveis com as necessidades do buscador do auxílio. Essas vibrações se refletem no comportamento dos órgãos físicos e centros de força, oferecendo novo dimensionamento e organização.

Com sua renovação moral o enfermo passa a ter a capacidade de fixar as energias saudáveis que irão trabalhar o seu Ser, proporcionando-lhe bem-estar e paz. A partir de então, torna-se fonte de luz, desde que ofereça de graça o que gratuitamente haja recebido.

Palestra proferida por Elda Evelina
GEAEF – Grupo Educacional Assistencial Espírita Fraternidade – SGAS 909 W5 Sul, Brasília-DF

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