Posted por em 12 maio 2021

Estava a procurar um tema para pintar e veio-me à mente brincar com folhas dispersas no chão.

Não eram folhas quaisquer, eram amareladas, também em tons de laranja amarronzadas. Fui definindo as imagens, distribuindo aleatoriamente pela tela.

Gosto muito de brincar com imagens. Sejam figuras bem definidas, com riscos firmes e cores exuberantes, por vezes simplesmente traços e, em outros momentos, sombreados que deixam viajar os olhos e as mentes dos quem ficam a buscar sentido no que veem.

Bem, minhas palavras estão a divagarem e a história em segundo plano.

Vamos retomar. Afinal de contas, eu estou aqui a me dispor a contar uma história sobre floresta com ares de Outono.

Para uma história assim, tenho que buscar imagens de outras regiões, onde as árvores são coloridas pelas folhas em tons de sol de fim de tarde. Vocês já tiveram esse olhar para as folhas que colorem caminhos, parques, estradas, por ocasião da Estação do Outono?

Eu me encanto vendo extensa área em que as folhas de Outono se expressam exuberantes. No entanto, da minha parte, esta experiência só ocorreu por filmes e fotos. Um dia, quem sabe, eu venha a ter oportunidade de deleitar-me ao vivo e em cores, sobressaltando as cores em particular.

Novamente estou a fugir do tema desta história. Quem sabe por que ainda estou a viajar no imaginário das tramas que uma Floresta de Outono possa vir a oferecer. Um detalhe importante para esta narrativa é que seja de encantamento e magia, pois as folhas de outono promovem no meu imaginário exatamente isso.

É como se visse, por entre os galhos e folhas, asas vibrando como de borboletas. Minha mente, neste momento, divaga. Meus olhos vão além das folhas e flores. O vento a sussurrar me impulsiona e chega mesmo a, como tendo asas, circular por entre os troncos envelhecidos e lindos. Aqui e acolá sinto o tocar das folhas em meu corpo. Em momentos, flutuo e observo desenhos nas cascas dos troncos de árvores. São desenhos a me dizerem várias coisas que procuro compreender ou, se não for possível minha mente viajar o suficiente, para encontrar entendimento, procuro eu mesma criar sentido ao que vejo.

Gosto muito de fazer minha mente viajar, criar sentido no que ouço ou vejo. Se não compreendo, talvez porque não se propõe a ser compreendido, eu crio uma história ou uma imagem a partir do que vejo e sinto e brinco com imagens que se mostram no meu imaginário fértil e criativo.

Ah! Um detalhe importante para meu deleite, o Sol. Minha conexão com nosso Astro Rei é muito especial. Acompanhar o nascente, como o poente, é um encantamento para minha Alma. Eu me sinto renovada. Energias revigorantes circulam por todo o meu corpo. Respiro profundamente e sinto como se os raios do sol penetrassem cada célula do meu corpo. Como uma melodia me envolvesse e desse um novo tom à música da minha vida.

E, nesse momento em que descrevo o meu sentir e me emocionar, estou vendo, com os olhos da Alma, um caminho por entre árvores de Outono. Ao final, o Sol, exuberante, a mostrar-se no horizonte em multicores. O céu se mostra ainda em tons azul e o Astro Rei ainda a projetar seus raios a trinta graus em relação ao solo. Fiquei a acompanhar este momento de sonhar da minha Alma.

Lentamente o Sol inclina-se e, por efeito das esferas que se formam pelo Espaço Cósmico, entre nossa esfera azul e a estrela, as cores vão se mostrando multicores – azul prussiano, violeta, magenta intenso, avermelhado, laranja, dourado. Raios a se espargirem ao longo de todo o horizonte ali visível. Algumas projeções da luz, dessa estrela incandescente e ardente, por entre os galhos das árvores, iluminam as folhas de outono a proporcionarem um brilho de sonho.

O momento é de quase êxtase.

Uma prece se faz em meu Ser, deixo-me entregar ao Universo do Criador e me permito navegar ao infinito, ainda que só em pensamento, quem Sabe em Espírito, deixando-me libertar da matéria, ainda que por breve momento.

A vontade, no entanto, é de poder ir em corpo e Espírito e deixar-me usufruir dessa beleza indescritível.

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