A arte pode começar com um simples traço.
O lápis escorrega pelo papel, aqui e ali breves curvas ou alongado deslizar.
Pode parecer um rabisco sem sentido ou o delinear de intenção da artista.
Pétalas de flores, folhas alongadas e galhos a sustentarem as flores.
Pétalas caídas, talvez trazidas pelo vento da imaginação de quem as delineou.
Alguns dias se fizeram presentes sem qualquer ação, tão só o olhar da artista buscando diálogo com a arte que crescia em sua mente, definia-se em formas e cores.
As cores que se detiveram por um tempo no imaginário, passaram a ser acolhidas pelos pincéis que se banhavam na água. Aguardavam o tocar dos pincéis para, depois, derramarem-se no papel, que as aguardavam silenciosamente.
A espera torna mais interessante, cria a expectativa de como a arte vai fazer-se presente ao olhar da artista, sempre o sentir antes de qualquer ação sobre o papel.
As cores começaram a fazerem-se presentes, nas folhas e nos galhos. O verde foi a linha mestra nesse caminhar.
Depois, o olhar da artista brilha ao ver o “purple” escrito na bisnaga da aquarela. É esta!!!
E assim, determinada quanto à cor, toma o pincel entre os dedos, molha na água, umedece a tinta e começa a aplicar no papel com delicados movimentos.
Passaram-se os dias. Sempre começando pelo “namorar” o papel e as cores já definidas. Depois, o encontro dos pincéis com as cores e com o papel.
Cada vez mais certa quanto ao trabalho, vai-se definindo a obra.
A artista, motivada a concluir a arte, ajusta um detalhe aqui e ali.
Chega um momento em que o trabalho se mostra concluído.
Faltando assinar… eis que se fez pequeno e sutil o nome, no canto inferior direito do papel.