Felicidade não é deste mundo – Palestra Elda Evelina

Posted por em 10 jun 2014

Flores na janela - Viver em paz... Espírito a navegarÁudio da palestra oferecida no Grupo Fraternidade Espírita Irmão Estêvão em 9 de junho – O mal e o remédio / Felicidade não é deste mundo

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O estudo desta noite é sobre o “mal e o remédio” e “a felicidade não é deste mundo” – Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, itens 19 e 20.

O mal e o remédio. O que seria o mal?

O mal é aquilo que nos faz sofrer.

O que nos faz sofrer? Dificuldades, limitações: emocionais, físicas. Por nós não percebermos o que estamos fazendo aqui. Não compreendermos a razão de ser da nossa jornada. E por não compreendermos, nossas limitações e dificuldades nos fazem sofrer.

O que é o sofrimento?

De uma forma geral a gente diz: eu tenho muitas dores, então eu sofro; eu tenho limitações, então eu sofro; a minha família apresenta situações difíceis com o que tenho de conviver, então eu sofro.

Normalmente nós entendemos o sofrimento como algo que nos impede de fazer coisas que gostaríamos de fazer. Isso nos faz sofrer.

Mas por que nós sofremos?

Será que a dor, a limitação física ou emocional é sofrimento? Ou sofrer é não sabermos lidar com as nossas dores e as nossas limitações?

Dificuldades todos nós temos, limitações também. Alguns já nascem com algumas limitações por que? Escolheram ou foram encaminhados para esta encarnação com determinadas limitações e dificuldades porque fariam parte do seu aprendizado, do seu resgate e da sua evolução.

Alguns adquirem essas dificuldades ao longo da vida, ou porque escolheram vir com essas dificuldades e elas surgiram ao longo da sua jornada terrena, ou cometeram alguns erros enquanto nesta jornada e tiveram de adquiri-las: abusos físicos, abusos alimentares, um acidente; ou algo que possa ter acontecido nesta vida e a partir daí terem que vivenciar algumas limitações ou dificuldades. Mas, algumas vezes, vem em decorrência de escolhas nossas antes de reencarnar.

No entanto, isso não é necessariamente motivo para sofrermos.

O sofrimento vem da falta de conhecimento das razões das nossas limitações e dificuldades.

Se nós compreendermos que antes de reencarnarmos nesta jornada escolhemos ter algumas dificuldades físicas e emocionais, ou psíquicas, se nós compreendermos isso nossas limitações e dificuldades serão motivos de gratidão e não de sofrimento. Percebem?

Se eu em outra vida, ou em várias vidas anteriores, cometi vários desatinos. Cometi alguns erros e isso me levou a perceber que precisaria mudar. Levou a me conscientizar de que eu precisaria ser diferente daquilo que eu fui. Então eu escolho vir de uma forma diferente onde eu, nesta vida, vou exercer a minha intenção de mudar. De evoluir. E evolução passa pelo autoconhecimento, porque só ocorre depois que nós identificamos que não fomos bem em outras vidas, ou nesta mesmo identificamos como somos, como estamos agindo, como está o nosso relacionamento com as outras pessoas e como está o nosso relacionamento com nós mesmos.

Quando eu me conscientizo disso é porque eu já estou progredindo no meu autoconhecimento. Só a partir desta identificação é que eu posso promover em mim as minhas mudanças.

Para eu mudar e não sofrer, apesar de ter limitações e dificuldades e sentir dores, eu preciso me autoconhecer, me conscientizar e mudar o meu posicionamento perante a vida. Aí eu  não vou sofrer, eu vou ser grata, porque Deus, na Sua misericórdia, me proporcionou a oportunidade de perceber o meu erro, a oportunidade de corrigir e a oportunidade de em outra vida, ou mesmo nesta vida, de me arrepender, de resgatar e depois reparar o meu erro.

Quando no Evangelho lemos que a felicidade não é deste mundo ficamos com a sensação de que estamos aqui para sofrer.

Deus não quer que ninguém sofra. Tenho certeza disso. Como um Pai gostaríamos que nós sofrêssemos? É incabível!

 Nós sofremos porque ainda não aprendemos a ser melhores.

Quando nós encontrarmos esse caminho de aprendizado, autoconhecimento, conscientização e reparação não precisaremos mais passar por dificuldades e encontraremos o sermos felizes, nesta mesma vida.

Quando se fala de a felicidade não ser deste mundo é porque nós ainda não aprendemos a encontrar a felicidade que está em sermos melhores. Em estarmos mais dispostos a em nossa vida aplicar os ensinamentos que o Mestre nos trouxe.

Poderemos não ter felicidade plena aqui no Planeta Terra, mas podemos ter momentos e vislumbres de felicidade, porque teremos a consciência de que vamos chegar lá.

O Evangelho nos coloca que mundos melhores estão, usando essa expressão “algures”, mas não podemos ter a sensação de que na Terra haverá sempre sofrimento, porque nós estamos em um processo evolutivo. Nós, pessoalmente, e o Planeta por decorrência.

Então aqui mesmo neste Planeta poderemos ter momentos felizes e um dia, quando evoluirmos, e o Planeta conosco, em algum momento, nós atingiremos essa felicidade, mais do que hoje.

Nós poderemos encontrar a felicidade ao reconhecer que somos filhos de Deus, somos amados profundamente por Ele e que nós podemos encontrar esse nosso caminho de conscientização, autoconhecimento, arrependimento, expiação e reparação.

Não iremos sofrer, iremos passar por limitações e dificuldades, porque não temos outra forma, são inevitáveis em decorrência da nossa própria atitude perante a vida, perante as pessoas, perante nós mesmos.

As dores, as dificuldades, são oportunidades que nós temos de evolução, de percepção do nosso processo evolutivo.

Aí vocês vão me perguntar: para você dever ser fácil, porque tem conscientização! Não, não é fácil para ninguém ainda. Mas se nós tivermos consciência disso, passaremos por ela (pela vida) de uma forma melhor.

Ao invés de ficarmos com mágoa, culpa, desamor, revolta, nós vamos passar a ter um sentimento de gratidão em nossos corações. E a nossa experiência de vida será muito mais suave. Vocês podem ter certeza disso! Isso é fato! Não é ilusão, não é um discurso bonito, é verdadeiro!

Precisamos ter a consciência de que as nossas limitações e dificuldades, repetindo, são em decorrência de nossas próprias ações e atitudes. O que estamos vivenciando hoje são oportunidades maravilhosas concedidas pela misericórdia Divina. Façamos bom uso disso para buscarmos a nossa felicidade plena, um dia. Mas já poderemos ter vislumbres dessa felicidade e a esperança, porque precisamos ter esperança.

Onde está o remédio para tudo isso que o Evangelho nos coloca? Uma palavra de duas letras: Fé.

Precisamos ter fé de que realmente Deus é nosso Pai, de que Ele nos ama e de que tudo o que ocorre conosco é por misericórdia Dele para nos proporcionar oportunidades de sermos felizes um dia e encontrarmos a nossa evolução.

Eu queria terminar com um pequeno texto e gostaria que vocês refletissem:

Por qual razão não nos deixamos seguir de forma suave, confiante, sem dores ou conflitos?

É uma angústia que nos faz sofrer e inquietar, um apertar o coração que nos pesa o peito e não nos permite abrir a janela da alma como se não merecêssemos o sol que brilha além e colore as folhas, as flores, a terra, as águas e faz brilhar o mundo à nossa volta.

É um processo de culpa que busca o arrependimento e quer fazer voltar e corrigir o que não mais pode ser corrigido, tão-somente transformado, através da própria transformação.

Mas a culpa impede que nos transformemos, pois congela a dor da alma e o coração não consegue oferecer o calor do sentimento amor, do autoamor que promove todas as mudanças em nós mesmos.

Se não podemos voltar e corrigir, mas já conseguimos nos arrepender, resta-nos agora seguir em frente, tão-somente, e fazer do novo caminhar um movimento de acertos e tentativas de transformação, de autotransformação.

Sermos seres melhores e deixar o coração aquecer nossa alma, abrir as janelas dos sonhos e das realizações promovendo um novo mundo onde o sol brilha e ilumina as estrelas para que mesmo nossas noites tenham seus momentos de luz.

O caminho para esse encontro da nossa Alma, autoaprendizado e reforma íntima, está na confiança, na fé em um poder maior que promove a transformação e oportuniza nossa evolução espiritual.” (em o livro Reflexões da Alma II, Elda Evelina, Bookess Editora)

2 Comentários

  1. 17-6-2014

    Parabéns Irmã ELDA pela brilhante palestra – é a mais pura verdade; pois quando refletimos sobre o nosso andar neste abençoado Planeta Terra e percebemos que estamos na escola das ALMAS – A nossa cruz é realmente muito leve – Pois ao nos reportar ao nosso Mestre JESUS vamos encontrar força e coragem para tentar sermos um pouco melhor. Muito obrigado pelo conhecimento compartilhado e que a Luz Divina permaneça com a amiga e toda sua família – abraços de Luiz e Rosa.

    • 17-6-2014

      Muito grata pelo carinho de suas palavras.
      Vamos seguindo o nosso caminho com fé e coragem.
      Abraços fraternos.

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