Posted por em 6 jan 2016

Decors-Evange

Estudo oferecido na FEB, em 11 de janeiro de 2016

Áudio (mp3), do estudo oferecido – Jesus, João Batista e o Reino dos Céus

Separador-Evange

“Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia, dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” Mateus 3:1 a 3

Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?

Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça.

Então ele consentiu.

Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3:13-17

“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.

Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; assim apareceu João, o Batista, no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados.

E saíam a ter com ele toda a terra da Judéia, e todos os moradores de Jerusalém; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” Marcos 1:1 a 5

Os evangelistas pouco se referem à infância de Jesus.

Aos 12 anos sabemos que Ele fora levado a Jerusalém por ocasião da Páscoa. Afastara-se de seus pais, sem que eles o percebessem, e ficou no templo no meio dos doutores das leis, ouvindo-os e interrogando-os. E muito se admiraram dele.

Diz-nos Lucas em seu Evangelho 2:52: E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.

Depois desse fato, voltamos a ler sobre Ele nos Evangelhos quando ele foi ao Rio Jordão para ser batizado por João, chamado Batista.

O ensinamento de Jesus, o Cristo, é o nosso roteiro para alcançar a felicidade. É o caminho para encontrar o reino de paz e de luz. O Evangelho traz a luz que nos possibilita encontrar o Reino de Deus em nós.

Muitos de nós não se detêm para compreender os ensinamentos contidos nos Evangelhos, porque não conseguem ainda interpretar a essência da mensagem oferecida pelo Mestre, e compartilhada pelos evangelistas – o verdadeiro sentido da Boa Nova.

As pessoas admiram a mensagem e professam a sua fé embasadas em um conhecimento por vezes superficial, apegando-se aos textos sem compreender o sentido do ensinamento ali oferecido. Muitas leem o Evangelho por entenderem ser uma obrigação, cumprir um ritual. Por isso, razão de por vezes os textos, em sua linguagem simbólica, e essencialmente mística(*), dificultarem à maioria apreender sua profundidade. Passa-lhes despercebido o conteúdo moral, o verdadeiro caminho oferecido pelo Mestre em seus ensinamentos.

Poucos procuram estudar e interpretar a fundo as mensagens e torná-las instrumentos de reflexão e meditação.

Desde há muito, antes mesmo da vinda do Cristo, como Jesus, ao nosso convívio, a essência do que o Evangelho nos oferece já constava dos ensinamentos propagados por grandes filósofos como Sócrates e Platão. Também constam de vários livros de séculos antes da Era Cristã. Este fato nos oportuniza uma reflexão importante – a certeza de que o Ser Crístico mantém-se na coordenação das esferas em que estamos contidos, desde o início dos nossos tempos, promovendo um trabalho de preparação e conscientização dos espíritos que habitavam e habitam o nosso orbe.

Na História e manifestações culturais dos povos, encontramos evidências da existência de entendimentos, nos escritos e nas crenças, como os divulgados pela Boa Nova. Todos os povos de alguma forma têm conhecimento do que é certo ou errado; da existência de outros níveis de consciência; de haver Seres em outros planos além do físico; de poderem contar com instruções desses Seres para o encaminhamento de suas vidas.

O que o Cristianismo Redivivo nos traz, através das mensagens divulgadas por nossos amigos do Plano Maior, além do que já existia em culturas da antiguidade, é a consciência da necessidade de compreendermos com profundidade os ensinamentos deixados pelo Mestre pois, só assim alcançaremos o Reino de Deus.

Quanto a seguir os ensinamentos de Jesus, o Cristo, deverá ser o procurar agir de acordo com o seu exemplo de vida. Buscar nossa elevação moral e compreendermos a necessidade de sermos afáveis e fraternos.

O estudo do Evangelho, buscando a compreensão dos ensinamentos de maneira a fazermos conexão com nossa maneira de proceder, sempre promove transformações em nós. Serão profundas na mesma medida em que nos empenharmos no entendimento da sua essência.

A busca pelo autoconhecimento, propiciada a partir da luz que passa a vicejar em nosso íntimo. É o que acontece quando nos encontramos com o amor oferecido pelo Mestre que nos leva ao despertar da Alma, nossa essência.

Precisamos compreender o Evangelho, a Boa Nova, o Testamento que Jesus nos deixou. Em o livro Jesus e o Evangelho, à Luz da Psicologia Profunda, Joanna de Ângelis nos afirma que o Evangelho, como o mais belo poema a nós oferecido, proporciona esperança e consolação. Seu conteúdo contém um elenco de oportunidades para autorreflexão e, por decorrência, caso nos empenhemos na busca pelo entendimento da essência de sua mensagem, auxílio para cura dos males que afligem a nós e à Humanidade.

Coloca-nos ela, ainda, que não obstante a menção de Jesus sobre o Reino de Deus referir-se, certamente, aos elevados níveis de onde proviera, poderemos interpretar também como sendo o nosso íntimo, nossa Alma. Cabe-nos sediar ali emoções, sentimentos como a fraternidade e o amor, promovendo em nós condição de seguirmos na busca da essência do verdadeiro Ser que existe em nós e validar o encontro com a Divindade no Mundo dos Espíritos Puros, que nos aguarda.

No texto “A vinda do reino de Deus”, do livro “O Espírito do Cristianismo”, Caibar Schutel diz: “O Reino de Deus não está em lugar determinado, nem aparecerá nesta ou naquela nação, nesta ou naquela cidade, porque está em toda a criação, não sendo percebido por nós devido à deficiência dos nossos sentidos, ou antes, devido ao modo por que o procuramos. Se em vez de o buscarmos materialmente o fizéssemos espiritualmente, perceberíamos logo que ele está em nós mesmos, desde que a sua Lei, permaneça em nós.

Qual é a Lei de Deus? A Paz, o Amor, a Sabedoria, a Verdade. Logo, o Reino de Deus deve consistir justamente nisto: na Paz, no Amor, na Sabedoria, na Verdade. Buscando a Lei de Deus, encontraremos o Reino de Deus, isto é, a forma de governo em que Deus é o Rei, e nós somos os súditos, Mas quem não quer saber dessa Lei, quem quer adaptar-se à lei dos homens, não pode encontrar o Reino de Deus, e, quando nele pensa, anda procurando-o aqui ou acolá.”

O Mestre sempre se refere a Seu Reino não ser deste mundo, como também nos impele a buscar o Reino dos Céus.

Onde estaria o reino de Deus?

Citando Lucas 17:21 “O Reino de Deus está no meio de vós”. Em algumas traduções: “O Reino de Deus está dentro de vós.”

Podemos perceber que o texto do evangelista é claro quanto a onde está o Reino de Deus. Importante observar que ele diz que o Reino de Deus está, ele não diz que estará. O verbo está no tempo presente. O Reino de Deus já se encontra em nós. Como também já se encontra entre nós o Consolador prometido por Jesus: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pôde receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” João 14:16 e 17.

Podemos perguntar então: se o Reino de Deus está em nós, por que razão não o percebo em mim?

Há uma história que nos leva a refletir sobre essa questão:

No fundo de um lago, de água cristalina, há uma pérola de valor inestimável. Entretanto, para que a pérola possa ser vista da superfície, é indispensável que as águas estejam tranquilas; se estiverem agitadas pelo vento, a pérola continuará no mesmo lugar, mas não poderá ser vista. A porção de água do lago corresponde à nossa alma. Da mesma forma que não dá para enxergar através das águas agitadas, não dá para perceber o Reino de Deus através de nossas almas agitadas. Apenas quando as águas serenam, a pérola pode ser vista. Da mesma forma, apenas quando a alma for serenada, quando tivermos a nossa alma livre das perturbações inerentes ao apego a questões materiais, o Reino de Deus, que é a mais valiosa entre todas as pérolas, poderá ser percebido. (autor desconhecido)

No livro “O Evangelho de Tomé – O elo perdido”, de José Lázaro Boberg, encontramos no capítulo “3. Reino de Deus: tomada de decisão” – “Somos nós mesmos que construímos esse Reino, num longo e incessante processo de aprendizagem”. Diz ainda que, no “conhecereis a verdade e a verdade vos libertaráO sentido de libertação é o de conquistar por si mesmo o encontro com Deus nos aposentos da alma.

Diz-nos Emmanuel em “O Consolador”, questão 225: No turbilhão das tarefas de cada dia, lembrai a afirmativa do Senhor: – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Se vos cercam as tentações de autoridade e poder, de fortuna e inteligência, recordai ainda as suas palavras: – “Ninguém pode ir ao Pai senão por mim”. E se vos sentis tocados pelo sopro frio da adversidade e da dor, se estais sobrecarregados de trabalhos no mundo, buscai ouvi-lO sempre no imo d’alma: – “Quem deseje encontrar o Reino de Deus tome a sua cruz e siga os meus passos”.

O Reino de Deus em nós é estado de consciência e depende de nós sua construção. É importante que compreendamos a nossa responsabilidade nesse processo.

Em o livro As moradas do Castelo Interior, de Madre Teresa de Ávila, encontramos uma reflexão muito interessante que creio valha a pena refletirmos sobre ela.

Citando o livro de Gêneses 1:27: Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

A partir deste versículo, Madre Teresa de Ávila afirma que para a maioria de nós é difícil compreender Deus. Acrescenta ela que, considerando que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, só poderemos compreendê-lO no momento em que conseguirmos compreender a nós mesmos, quando efetivamente pudermos nos conhecer no nosso íntimo.

É a busca pelo autoconhecimento que nos fará alcançar a graça de conhecermos e compreendermos Deus.

E para que possamos alcançar o Reino de Deus na elevação do nosso espírito a altas esferas, a planos mais sutis em estado de Angelitude, precisamos primeiro conquistar esse Reino de Deus interior com a elevação moral, compreensão da verdadeira essência do Evangelho de Jesus, o Cristo e, mais do que isto, o exercício dos ensinamentos do Mestre em nossas vidas.

Precisamos compreender que o caminho está com Cristo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém irá ao Pai senão por mim” (João 14:6). Encontrar a Paz, o Amor, a Sabedoria e a Verdade.

Há um texto que oferece uma reflexão sobre o nascimento de Jesus em cada um de nós. Contempla alguns personagens do Evangelho. Aqui a parte que se refere a João Batista:

“Perguntemos a João Batista quando se deu o nascimento de Jesus. Ele nos responderá:

– Jesus nasceu no instante em que, chegando ao rio Jordão, pediu-me que o batizasse. E ante a meiguice do seu olhar e a majestade da sua figura pude ouvir a mensagem do Alto:

– Este é o meu Filho Amado, no qual pus a minha complacência!

–    Compreendi que chegara o momento de ele crescer e eu diminuir, para a glória de Deus.” (*)

(*) Autor Desconhecido, por Chico Xavier. Postado por Fraternidade Espírita Chico Xavier – 20 de dezembro de 2007.

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(*) Misticismo – busca da comunhão com a verdade espiritual. Ênfase na relação com a consciência da Divina Presença. Os antigos cristãos usavam a palavra “contemplação” para designar a experiência mística.

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