Posted por em 18 set 2010

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Temos sempre em mente a necessidade de cuidar do nosso próximo, buscando seguir a orientação do Mestre Jesus. No entanto, o mandamento também preconiza o cuidar de nós próprios quando dispõe amar o próximo como a nós mesmos. (Elda Evelina)

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Palestra tendo como fonte de consulta os livros “Escutando sentimentos” de Ermance Dufaux e “Amor, imbatível amor” de Joana de Ângelis. O tema dos livros é essencialmente “amor”. O amor é um tema que nos traz conforto, acaricia a nossa alma. Fala do prazer pela vida, prazer proporcionado pela convivência.

A mensagem cristã tem que ser consoladora e nada mais consolador do que o próprio amor. Essa mensagem tem que estar a serviço da libertação da consciência, através da responsabilidade e do amor. Tem que estar sempre baseada no amor e na consolação.

Quando nos referimos à aplicação do Evangelho em nossas vidas nós nos lembramos sempre do amor ao próximo e da caridade.

No entanto, nós nos esquecemos de um detalhe muito importante que é o amor por nós mesmos. Falamos muito no ajudar o próximo e nos esquecemos de nos ajudar.

Vamos lembrar o segundo mandamento que o Cristo nos trouxe – amar o próximo como a nós mesmos. Partindo dessa afirmativa podemos levantar a seguinte questão – se não nos amarmos como conseguiremos amar o próximo?

Quando nós não nos amamos, não gostamos da forma como somos, disso podem resultar alguns tipos de doenças, principalmente as emocionais – depressão, desilusão -, como também desequilíbrios físicos.

No íntimo do nosso Ser nós buscamos o amor. Nós queremos gostar de nós mesmos. No entanto, se algo em nós não se ajusta ao que esperamos de nós mesmos, esse conflito gera desequilíbrio interior e, por consequência, a doença. Queremos ser um determinado tipo de pessoa, mas no decorrer de nossas vidas circunstâncias podem não nos ter permitido atingir esse objetivo.

Para exemplificar, vale a pena contar uma pequena história.

Uma criança queria fazer um desenho para dar para a mãe de aniversário. Ficou vários dias a fazer esse desenho – uma casa, um jardim, uma árvore etc. O desenho ficou pronto e já estava como a criança sonhou fazer, ela dedicou o seu amor a esse trabalho.

Nesse dia alguém viu seu desenho e começou a dar palpites sobre uma porta que não estava como deveria, inexistência de janelas, uma árvore que não parecia ser uma árvore e não tinha as cores corretas, e insistiu para a criança refazer o seu desenho.

Concluído o novo trabalho, o desenho tomou outras feições. Veio a ter a aparência de uma casa normal, com seu jardim. No entanto, não se parecia em nada com o desenho original. A criança, apesar de realizar o trabalho, perdeu o interesse pelo desenho, pois já não se parecia com a casa e o jardim que um dia sonhara fazer e oferecer à sua mãe como presente de aniversário.

A atitude dessa pessoa, apesar de ter sido com boas intenções, interferiu de forma profunda na mente dessa criança. Esse fato pôde acarretar um desajuste emocional a partir daquele momento, mesmo que a criança não tenha consciência disso. Ela pode a partir desse momento ficar insegura ao fazer alguma coisa, ter receio de errar. Poderá ter perdido pelo menos parte de seu poder criativo.

Da mesma forma, na nossa vida como espírito em evolução, podemos ter inúmeras ocorrências que nos desviem de nosso caminho. Em determinadas oportunidades teremos vontade de realizar algo e outras pessoas podem tentar interferir em nossas escolhas, impondo seus conceitos e preconceitos. Se essas pessoas tiverem algum tipo de ascendência sobre nós, iremos sucumbir a essas imposições e nos desviar do nosso caminho.

É importante que troquemos experiências e opinemos a respeito de assuntos sobre os quais temos algum conhecimento – compartilhar aprendizado. No entanto, não temos o direito de interferir a ponto de impedir que outra pessoa faça suas escolhas. Nós não sabemos qual é o propósito de Deus para aquela pessoa. Talvez os nossos conceitos ou preconceitos sobre algum assunto levem a outra pessoa a se desviar do caminho originalmente comprometido para cumprir a sua missão como espírito.

Outro aspecto importante é: muitas vezes ouvimos que precisamos ser bons para alcançar a salvação; precisamos ser bons porque é isso o que as pessoas esperam de nós; precisamos ser bons porque é isso que Deus gostaria que fizéssemos.

Entendo que precisamos ser bons simplesmente porque é bom ser bom. Porque ser bom é prazeroso. Porque serei feliz sendo bom.

Não é possível impormos a alguém ser bom. Precisa querer ser para que seja uma atitude verdadeira, sincera.

Quando conseguirmos ser bons de forma verdadeira, sincera, aí sim teremos alcançado uma condição indispensável para nos caracterizar como Cristãos, com todas as implicações decorrentes dessa condição.

Nosso foco deverá ser – preciso ser bom porque é prazeroso ser bom. Diferentemente do que dizer que preciso ser bom para merecer conquistar uma determinada condição como pessoa ou como espírito. Ser bom não deve ser um objeto de negociação para alcançar uma determinada posição ou objetivo. Ser bom deve ser simplesmente uma busca pelo que faz bem à minha condição de espírito em evolução.

Voltando à questão do auto-amor, quando assumimos essa atitude de simplesmente sermos bons, teremos alcançado o estágio do auto-amor. Teremos prazer em ser o que somos, porque o que somos nos é prazeroso de ver e sentir.

O escutar sentimentos é o escutar a nós mesmos. Perceber o que somos, o que sentimos. Buscar a nossa essência e a nossa essência é Luz. Cada um de nós é um Ser de Luz.

Esse Ser de Luz muitas vezes está bem guardado dentro de nós e não se deixa ser percebido. As interferências que recebemos ao longo de nossas vidas, impondo-nos atitudes, conceitos, preconceitos, abandono dos nossos sonhos, levam-nos a esconder a nossa essência.

Precisamos buscar essa essência e fazê-la brilhar como um Sol dando às nossas vidas sentido e prazer. Brilhar para as pessoas fazendo a diferença no ambiente em que estamos inseridos.

Nós somos seres muito especiais. Já dizia Jesus – “vós sois deuses”. Na maior parte das vezes nós não nos sentimos nem deuses e nem seres de luz. Precisamos acreditar mais na nossa capacidade e nos nossos valores.

Nós repetimos inúmeras vezes que somos filhos de Deus. No entanto, nós realmente nos sentimos como filhos de Deus?

Precisamos acreditar de forma verdadeira nessas afirmativas – sou filho de Deus, sou um Ser de Luz. Gostaria que sentíssemos mais prazer em sermos bons, pelo simples fato de que é bom ser bom.

Precisamos aprender a nos amar mais, pois só depois que aprendermos o auto-amor é que poderemos cumprir o mandamento do Mestre – amar o próximo como a nós mesmos.

O mandamento por completo é “amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo”. Diz Joana de Angelis no livro “Amor, imbatível amor” que a muitos é difícil amar a Deus por ser, para esses, algo muito abstrato. Então sugere que nos amemos verdadeiramente e quando conseguirmos nos amar deveremos buscar o amor ao próximo. Quando então conseguirmos nos amar e ao próximo estaremos amando também a Deus.

Desejo que consigamos encontrar esse amor em nós , despertar esse Ser de Luz que somos e que possamos fazer brilhar essa luz por todo o mundo, por todo o Universo.

Agradeço Senhor

Pelo sol que me aquece

Pela luz que ilumina os meus sonhos

Pelo mar que dá beleza ao horizonte

Pelo lar que me acolhe

Pelo amor que me envolve

Pelos amigos que me amam

Por aqueles que me ensinam

Por aqueles a quem posso ajudar

Por todos que posso amar

Agradeço pela vida

Pela oportunidade de existir

Pela possibilidade de sentir

E de me emocionar

Ao ver uma criança

Ao olhar um sorriso aberto e sincero

Ao receber um abraço fraterno

Ao sentir um beijo materno

Ao acolher um filho nos braços

Ao enxugar uma lágrima com os lábios

Ao perceber e reconhecer

A importância de viver

E poder exercitar todo o amor que Deus me oferece a cada momento, por toda a eternidade

Agradeço, Senhor, pela vida que existe em mim.

do livro “Mensagens – Livro VIII”, Elda Evelina Vieira

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