Posted por em 3 jun 2014

Decors-Evangelho-10Áudio da palestra no Grupo Fraternidade em 06-06-2014Razões dos apelos

Emmanuel, em o texto “Razões dos apelos”, no livro “Pão Nosso”, aborda o tema sob dois aspectos.

Primeiro refere-se à pessoa que busca o auxílio. Precisa avaliar a sua própria condição de buscador: saber exatamente o que está querendo alcançar; se sua forma de viver contempla condições morais e éticas compatíveis com os seus desejos.

Outro aspecto diz respeito àquele a quem é solicitado o auxílio. A entidade que venha em socorro, não obstante sua eventual elevação espiritual, poderá perguntar de alguma forma o que é importante para o buscador, seja o de que precisa, ou o que deseja.

Aqui um breve relato do que contém a passagem em Atos dos Apóstolos 10, servida de referência para a reflexão de Emmanuel.

Um homem chamado Cornélio, centurião da corte chamada italiana, era piedoso e temente a Deus, como toda a sua casa. Frequentemente oferecia esmolas e orava a Deus.

Certo dia foi visitado por um anjo que lhe disse terem suas orações e suas esmolas chegado até Deus. Recomendou que Cornélio enviasse um servo até a cidade de Jope e procurasse por um homem chamado Simão Pedro.

Cumprindo o que lhe fora recomendado, enviou dois servos e um piedoso soldado para cumprirem a referida tarefa.

Enquanto isso, Pedro se encontrava reconhido para orar e em certo momento quis comer. Enquanto preparavam a comida, Pedro entrou em êxtase e abriu-se-lhe o céu e como que um lençol desceu e ali se encontravam animais e aves. Uma voz lhe disse para que se alimentasse desses animais.

No entanto Pedro se recusava a comer dizendo que nunca havia comido coisa comum e imunda.

A voz lhe dizia que não deveria chamar de coisa comum e imunda ao que Deus havia purificado.

Esse fato ocorreu por três vezes. Pedro refletia sobre o a visão que tivera.

Nesse momento os servos de Cornélio pararam à porta perguntando sobre Simão Pedro.

Pedro ainda a meditar sobre a visão, ouviu do Espírito que os dois homens o procuravam e recomendou que se encontrasse com eles e os seguisse, pois foram enviados por Ele.

Em Cesareia Cornélio os esperava. Aproximou-se Pedro e disse-lhes que, apesar de não ser lícito a um judeu chegar-se a estrangeiros, Deus havia mostrado que a nenhum homem deveria referir-se como comum ou imundo e por isso foi até ali sem objeção.

Pergunta então a Cornélio: “Por que razão mandastes chamar-me?”

Conta então Cornélio a visão que tivera e a recomendação de chamar a Pedro. Estavam ali para ouvir o que fora ordenado pelo Senhor.

Então Pedro lhe disse:

“Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo”.

A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos) esta palavra, vós bem sabeis, foi proclamada por toda a Judéia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou, concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele.” (…)

Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

Os crentes que eram de circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que também sobre os gentios se derramasse o dom do Espírito Santo; porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus.

Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água para que não sejam batizados estes que também, como nós, receberam o Espírito Santo?

Mandou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe rogaram que ficasse com eles por alguns dias.

Emmanuel nos coloca que tanto quanto Simão Pedro precisara conhecer o que ocorria entre aqueles que lhe solicitaram a presença, como também os trabalhadores precisam estar vigilantes quanto ao onde pisam e com que fim são convocados ao trabalho.

Os aprendizes do Evangelho devem ficar atentos aos ensinamentos e recomendações.

Muitos costumam invocar a presença de Espíritos em reuniões doutrinárias, por ouvirem referências quanto à sua elevação.

No entanto, não estão atentos às suas próprias condições morais que lhes indiquem ser adequada a solicitação da presença desses irmãos de planos mais elevados.

Remetendo-nos ao ocorrido com Simão Pedro, imaginemo-nos solicitando sua presença e nos verificássemos diante da presença do venerável apóstolo.

Certamente seríamos obrigados a manifestarmo-nos ao emissário as razões de nossa solicitação.

Por uma questão de bom senso, precisamos perguntar a nós mesmos se possuímos elevação moral e espiritual para ver, ouvir e compreender os ensinamentos de um Espírito de tão elevado nível!

Seria lícito solicitarmos a presença de um Espírito sublime, ou mesmo de elevado padrão moral e espiritual tão-somente para ouvi-lo falar?

Gostaria de refletir também sobre o que nos coloca Pedro, no texto em Atos dos Apóstolos.

Os trabalhadores do Senhor, quando chamados, por vezes têm em seu íntimo sentimentos de discriminação ou preconceito com relação aos que lhes buscam auxílio.

Precisamos nos lembrar de que todos somos filhos de Deus e que Ele não faz distinção entre aqueles que O buscam. Tão-somente a cada um será dado de acordo com seu merecimento espiritual, mas todos devem receber o socorro solicitado, seja no atendimento ao que procuram, seja no envolvimento espiritual que lhes proporcionem condições de vivenciar sua experiência de aprendizado e resgate com coragem, determinação e confiança.

Importante lembrar aqui o que nos fala Kardec: Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou.” (ESSE Cap. XVII, item 11).

Também os trabalhadores da seara do Senhor, na jornada terrena, deverão procurar prestar o auxílio que lhes estiverem ao alcance, sem discriminação ou preconceito, cumprindo a missão que abraçam como divulgadores do Evangelho e discípulos do Mestre Jesus, o Cristo.

Nota.: Muito interessante refletirmos sobre a prática de buscarmos o auxílio de entidades por quem temos estima e em quem confiamos para alcançarmos alguma graça especial.

É muito comum as pessoas se dirigirem diretamente a espíritos, invocando seu auxílio ou proteção. Não nos damos conta de que nem sempre esses espíritos que invocamos têm condições de prestar o auxílio solicitado, não obstante serem parentes queridos ou pessoas muitos especiais que já se foram. Pode acontecer de eles ainda estarem em situação de tratamento no plano sutil, ou em aprendizado, ou ainda adormecidos em sua nova condição de desencarnados.

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