Posted por em 7 fev 2012

O tema hoje é Jesus, o Cristo Consolador, que nos acolhe, que nos guarda, protege, que nos ama profundamente.

Nós podemos encontrar, no Velho Testamento, passagens falando sobre a vinda de um Mestre.  A vinda de um Messias. Esse Messias iria trazer a paz, trazer o amor, a esperança da salvação. A salvação de um povo, a salvação das almas, a salvação daqueles que acreditassem nele.

Muitas vezes nós ouvimos falar que a salvação do nosso espírito, da nossa alma, está na morte de Jesus Cristo e na sua ressurreição no terceiro dia. Ouvimos muito falar que salvação está em sermos lavados pelo seu sangue derramado na Cruz.

Vamos refletir um pouco sobre isso.

O que é realmente fundamental na vinda de Jesus, o Cristo, ao Planeta? Qual foi realmente a missão dele? Nascer, morrer e ressuscitar? Ou a missão dele foi exatamente o que ele fez entre o nascer, o morrer e o ressuscitar?

A missão de Jesus, o Cristo, foi trazer-nos ensinamentos. Trazer para nós fórmulas de vida. Trazer para nós a esperança. Trazer para nós os ensinamentos sobre a caridade, a fraternidade, a compaixão.

Se o nome de batismo do Mestre foi Jesus de Nazaré, por que referirmo-nos a ele como Cristo, ou o Cristo? Cristo vem da palavra grega Χριστός (Khristós) que significa “Ungido”, “Sagrado”, em hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), traduzido como “Messias”. Então é mais correto referirmo-nos a ele como Jesus, o Cristo. Jesus de Nazaré, aquele que foi ungido, foi escolhido, aquele que é o Sagrado.

Ser crístico significa amar incondicionalmente. O Ser Crístico é aquele que ama a todos, é solidário, fraterno, e nos leva a ser receptivos aos diversos caminhos que levam ao Pai.

Jesus foi tudo isso. Veio mostrar para nós, com o seu exemplo, a forma de caminhar, de conviver e de seguir nossa jornada ao encontro do Pai.

Quanto à missão dele no Planeta, gostaria de tecer algumas considerações.

Jesus veio para nos trazer conceitos novos de vida: compaixão, fraternidade, o amor incondicional, e nos prometeu a paz. Como ele mesmo nos disse, não a paz do mundo, mas um conceito novo de Paz. Aquela paz que nasce em nossos corações, que brota de dentro do nosso interior e vibra em direção às pessoas, ao mundo em que vivemos. Essa é a Paz, a paz que ele prometeu.

Tendo a paz no nosso coração e irradiando essa paz à nossa volta, não haverá espaço para a guerra. A paz no mundo será um reflexo da paz que existe em nós, a paz verdadeira. É essa paz que ele veio nos trazer e nos ensinar.

Outra coisa muito importante dessa permanência dele entre nós no Planeta é que ele não só disse o que deveríamos fazer, ele realmente fez, ele realmente exerceu os ensinamentos dele durante toda a sua estada entre nós. Ele foi verdadeiro ao ser e agir exatamente como quis ensinar para nós. Ele, o Cristo, ainda é verdadeiro e ainda nos ama profundamente. Ele ainda está nos ensinando, ainda está nos acolhendo e nos guardando.

Ele nos transmitiu sua verdadeira essência.

Caso as profecias do Velho Testamento tivessem sido cumpridas quanto ao nascimento, crucificação e ressurreição de Jesus, mas ele não tivesse sido fiel aos seus ensinamentos, não tivesse sido verdadeiro no seu exemplo de vida, será que nos lembraríamos dele ainda hoje como referência de vida, como nosso consolador, nosso salvador?

Ele ainda é importante para nós porque estamos convencidos de que ele é verdadeiro e por isso o mantemos em nossas mentes, em nossos corações. Ainda falamos sobre os ensinamentos dele e buscamos seguir esses ensinamentos porque nós realmente acreditamos nesse Ser.

É importante que nos conscientizemos de que não basta saber que Jesus de Nazaré nasceu e as condições em que nasceu. Saber que ele aprendeu com os estudiosos da época, procurou ensinar uma nova forma de ver o mundo, morreu na cruz e ressuscitou como Ser Crístico e apareceu a seus apóstolos. São apenas fatos históricos.

Precisamos ir muito além disso se quisermos alcançar nossa evolução espiritual em direção a mundos mais evoluídos.

O importante é, além de aprender sobre sua vida, internalizar seus ensinamentos e efetivamente exercê-los em nosso dia-a-dia. É aí que está a nossa salvação, a nossa evolução espiritual.

A nossa evolução passa pela mudança de comportamento, pela reforma íntima, como costumamos nos expressar no espiritismo. No mudar a nossa essência, nossos valores, verdadeiramente exercitar a franternidade, a caridade, a compaixão, o amor.

Vale lembrar que essa mudança não se faz de forma abrupta, como um salto quântico. Ela se faz de forma gradual. Nós não somos capazes de promover essa mudança de uma vez só. Ela acontece ao longo de nossa existência como espíritos eternos.

Ao longo das nossas experiências de vida, apesar de conhecer os ensinamentos e tentar exercer esse aprendizado, não conseguimos ainda agir como seres esclarecidos e amorosos e nos percebemos frágeis.

Nesse momento encontramos no Mestre o nosso Consolador. É quando devemos nos conscientizar de que Deus nos oferece oportunidades de reencontrar o nosso caminho de luz tantas vezes quantas sejam necessárias para que alcancemos a perfeição que o Pai espera de nós.

Seria bem difícil para nós saber que cometemos erros e ter de conviver com essa consciência indefinidamente sem qualquer esperança de poder corrigi-los. O viver seria insuportável.

No entanto, compreender que, apesar de não sermos perfeitos, de ainda cometermos deslizes, Deus nos acolhe, nos ama e proporciona inúmeras oportunidades para que reencontremos a nossa essência divina e reformulemos nossa jornada em direção à evolução espiritual, ainda que de forma lenta, e que iremos alcançar essa meta em algum momento – essa certeza é a nossa consolação.

O Cristo é Consolador, pois ele nos proporciona a oportunidade de nos conscientizarmos de ser possível alcançar mundos evoluídos em algum momento, pois o amor vence todas as barreiras, bastando que verdadeiramente nos empenhemos em seguir e exercitar os ensinamentos do Mestre em nossas vidas.

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