Posted por em 30 dez 2016

Estudo oferecido no GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, Asa Norte, em 30-12-2016

Áudio do estudo (mp3) – Construção da Paz

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Reflexões introdutórias

Antes de começar a falar sobre a Construção da Paz eu preciso fazer uma confissão a vocês.

Não é uma confissão simples, mas sim de grande importância e que gostaria provocasse reflexões profundas em todos vocês.

Desde a primeira vez em que fui convidada a falar aqui, isto ocorreu em fevereiro de 1998. O tema? Evocações, Capítulo XXV do Livro dos Médiuns.  Em abril do mesmo ano foi sobre o tema Jesus contigo, do livro Messe de Amor, Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco. Desde então tenho estado nesta lida de buscar o estudo do Evangelho à Luz da Doutrina.

De início, eu buscava, nos estudos, o conhecimento da Doutrina Espírita, nos livros básicos, como também em algumas leituras complementares. Uma busca pelo aprendizado, mais dirigido ao conteúdo e ao como explanar os conceitos ali contidos, para que fosse compreensível pelo público a quem me dirigisse.

O tempo foi passando e eu continuei nessa tarefa que, para mim, foi enriquecedora e a cada momento mais e mais importante para a minha própria vida.

A cada oportunidade de busca pelo aprendizado, observei o quanto esse caminhar proporcionava abrir novos horizontes, não só com relação ao Evangelho do Cristo, ou mesmo ao Evangelho Segundo o Espiritismo. Meu olhar sobre os ensinamentos oferecia-me um descortinar de necessidades para o Espírito que habita o meu corpo.

A partir desse momento, percebi que não deveria restringir-me tão somente ao sentido dos textos, deveria ser mais do que isto. Precisaria buscar o compreender os ensinamentos e fazer com que eles tivessem sentido para o nosso dia a dia. O conhecer seu conteúdo levava à necessidade do compreender para que pudesse, a partir de então, ter condições de tentar oferecer o entendimento àqueles com os quais iria partilhar o estudo realizado.

Qual o sentido dessas palavras?

O estudo sobre a Construção da Paz levou-me a uma introspecção mais profunda ainda, comparado com o que todos os estudos já haviam provocado em mim.

Percebi a complexidade de um processo assim. Envolve tantas variáveis que dificilmente conseguirei abordar, ainda que tão somente uma parcela do que representa.

Não é uma questão de simplesmente buscar uma tranquilidade interior; sentir-se bem apesar de movimentos ou barulhos ao nosso redor. Esta é uma paz relativa, frágil.

A Paz verdadeira exige de nós um processo constante, contínuo; uma conexão ininterrupta do Ser mental, racional, com a Alma que anima nosso corpo. Interligação estreita com as Leis Divinas inscritas em nossa Consciência, essencialmente com o amor em sua mais sublime expressão.

Ainda não estamos em estágio de alcançarmos essa beatitude, mas deverá ser a nossa meta.

Enquanto não ativarmos um processo dessa magnitude em nós, a paz que alcançaremos será efêmera. Bastará um movimento desarmonioso inesperado em nossa direção para nos desestabilizar e provocar uma reação da nossa parte, reação essa fará reverberar uma energia que redundará em ondas consequentes… e inconsequentes.

Estudar o Evangelho não é tão só conhecer os textos. Precisamos buscar o entendimento, a compreensão. Depois… o internalizar e o agir consentâneo com o aprendizado adquirido.

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Construção da Paz

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz à Terra. Não vim trazer paz, mas espada. ” (Jesus em Mateus 10:34)

A passagem leva-nos a interpretar que os ensinamentos de Jesus geraram reações conflitantes naqueles que os receberam.

Quando Jesus disse que não havia trazido a paz e sim a divisão (ou espada), certamente não estava dizendo que gostaria de trazer a espada, mas que a divisão seria inevitável.

Faz-nos crer que ele já previra situações em que pessoas de uma mesma família fariam opções diferentes sobre que religião, conceitos, valores e princípios filosóficos seguir. A vaidade e o orgulho ainda arraigados em nós promoveriam discordâncias e dissenções – a espada ou a divisão.

Não respeitamos as diferenças e cremos ter o domínio sobre a verdade. Não percebemos que cada um de nós está em um patamar evolutivo distinto dos demais companheiros de jornada. Alguns mais intelectualizados, outros mais sensíveis emocionalmente, outros mais espiritualizados.

O importante é compartilhar o que temos de melhor em nós e aprender com os irmãos de caminhada o que eles têm para nos oferecer e ensinar. Seguirmos juntos, de forma harmoniosa, em nossa jornada de evolução.

A paz tão almejada por todos nós, e pregada pelo amado Mestre Jesus, acontecerá quando a fraternidade universal suceder ao ódio; a luz da fé iluminar as mentes por ora nas trevas do fanatismo. Quando o Consolador se fizer verdadeiramente presente em nossos corações e nos conscientizarmos da essência do sentido das palavras do Cristo e os homens, então esclarecidos, compreenderão que somos todos irmãos, filhos de um mesmo Pai… Deus.

Não conseguimos ter paz ainda porque, apesar de acreditarmos em Deus e nos ensinamentos do Mestre, ainda não estamos convictos, temos dúvidas, convivemos com incertezas. Principalmente quando se nos apresentam situações que exigem profundas reflexões a se mostrarem bem diversas daquelas com as quais estamos mais afinizados.

Para apresentar um tema é preciso envolver-se, ou melhor, imergir o mais profundamente possível no conteúdo a ser oferecido, buscar o entendimento, e não só isso, é observar o que efetivamente representa o estudo não só na vida das pessoas que irão ouvir, como também, e principalmente, acolher as referências, o conteúdo, em nossas próprias vidas. Identificar o quanto aquele tema tem a ver conosco, nossos conceitos, valores, crenças.

Não é levar um tema tão somente de forma intelectualizada, é preciso sentir, emocionar-se, tentar internalizar o ensinamento que está ali contido.

Falar sobre o tema Construção da Paz proporcionou um dos mais profundos mergulhos, tendo como objetivo a busca do como estar lidando com as intempéries do mundo à volta e o tentar encontrar e manter a Paz interior.

O que é viver em paz?

É viver em um mundo onde não haja violência, dissenções?

Estamos em um mundo de expiações e provas. Então, neste momento ainda não nos seria possível vivenciar esta paz

Então, como poderíamos experimentar essa condição?

A paz é algo que acontece no nosso interior, independente da ambientação externa que nos cerca. Não é necessariamente a ausência de inquietação, ou estarmos indiferentes às condições dos nossos companheiros de jornada, pois isso seria falta de amor, insensibilidade à dor alheia. Podemos estar insatisfeitos com ocorrências ao nosso redor e, no entanto, confiarmos na providência divina e continuarmos nosso caminhar com fé.

É ter a consciência tranquila de haver buscado sinceramente o dever bem cumprido; do proceder de acordo com as Leis Divinas.

Para encontrarmos a Paz verdadeira, é importante termos em paz a nossa consciência. Investirmos no autoconhecimento, na autotransformação, na higiene emocional, e investirmos no desenvolvimento de virtudes como:

Verdade    Tolerância    Indulgência    Compaixão    Honestidade    Humildade Ética    Moral    Esperança    

Essas virtudes já fazem parte do nosso Reino interno, precisamos tão somente fazê-las brilhar em nós, pois a Paz está diretamente ligada ao desenvolvimento, à iluminação dessas virtudes. Ela ocorre na medida em que respeitamos as Leis Divinas inscritas em nossa consciência, quase sempre embaciadas por nossas condições evolutivas ainda incipientes.

O descumprir alguma dessas Leis compromete a nossa jornada em direção à Paz e à felicidade. Desviamo-nos da rota rumo à nossa senda redentora.

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jesus em João 14:27)

A paz verdadeira Ele nos trouxe, a paz a que se referiu quando estava para deixar o plano material. A paz que o mundo não dá.

Como conseguiríamos alcançar essa paz que não é do mundo, mas que pode ser conquistada no mundo?

Há algumas reflexões que nos podem auxiliar na busca por uma resposta a esta indagação.

A paz que nós queremos tanto só vai ocorrer quando percebermos a real necessidade de vivermos de forma fraterna.

Enquanto estivermos com o olhar de julgamento, nós não teremos paz. É comum percebemos algo e nos incomodarmos com a forma como outro é. Se nos sentimos incomodados já deixamos de sentir paz. Essa falta de paz não é por causa do outro, é por nós mesmos! Nós é que nos permitimos sentir incomodados por o outro ser diferente do que gostaríamos que fosse.

Não é simples nós identificarmos nossas fragilidades, imperfeições. Não queremos ver os nossos próprios erros, não queremos nos enxergar como realmente somos. Ainda somos orgulhosos e vaidosos. Não devemos nos sentir culpados por isso, é uma realidade que pode e deve ser transformada.

Se fôssemos perfeitos não estaríamos vivendo em um mundo de expiação e provas, já estaríamos em um mundo de regeneração, pelo menos.

Precisamos nos conhecer mais. Quem eu sou, como me comporto perante a vida, qual é a minha atitude nas minhas relações com as pessoas?

Li certa vez uma frase que nos remetia à seguinte reflexão: se eu partir amanhã, eu poderia dizer hoje que estou satisfeito com o que sou? Será que eu estou fazendo o que deveria fazer? Ou preciso mudar algo em mim?

Caso tenhamos esta proposta como meta, certamente conseguiremos ser melhores a cada dia, transformando pouco a pouco o Ser que somos.

Todas as noites deveríamos fazer uma reflexão sobre como foi o nosso dia: Meu comportamento foi adequado; há algo que deveria ter sido diferente e por isso devo procurar mudar o meu comportamento?

No dia seguinte, antes das tarefas rotineiras, deveremos pensar: Qual o compromisso que devo assumir hoje visando melhorar a minha vida, minhas atitudes?

Fazendo isso nós vamos encontrando a paz aos poucos, começaremos a gostar mais de nós mesmos.

Quanto mais satisfeitos estivermos com o nosso comportamento, com o nosso olhar, com os nossos pensamentos, mais estaremos em paz. Não porque teremos encontrado a perfeição, mas saberemos que poderemos transformar a nós mesmos.

Todas as vezes em que nos percebermos em condições de mudar, e de nos melhorarmos, estaremos mais perto de encontrar a paz.”

Nosso compromisso não é tão somente buscar a Paz em nós. Mantermo-nos no estado de beatitude é também ajudar nossos companheiros de jornada a encontrarem-na no recôndito da sua Alma. E não só isso, é ter atitudes que os façam conseguir mantê-la, tendo comportamento fraterno. Respeitar seu modo de pensar, suas necessidades, seu tempo de compreender sobre a vida, ainda que sejam diversos dos nossos.

Vivemos em um mundo em que coexistem várias personalidades (1) com suas próprias idiossincrasias. É importante que tenhamos consciência disso. Cada um de nós tem o seu próprio modo de proceder; seu tempo para compreensão das ocorrências; valores muito particulares construídos durante a vida atual, bem como por várias existências ao longo de séculos ou milênios.

Mesmo quando estamos dispostos a buscar a Paz e tentar mantê-la em nós, por várias vezes podemos receber comentários de companheiros que nos levam a reagir de forma não fraterna. É quando a atitude do companheiro acaba por tirar a nossa harmonia interior e, de nossa parte, também agimos de forma a trazer desconforto a ele. Sabemos não ser fácil esse convívio.

“Lembremo-nos da passagem em que Jesus disse: Vós sois a luz do mundo. (…) Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:14 e 16)

Nós somos luzes, mas não nos permitimos fazer brilhar.

Nós vamos encontrar a paz quando percebermos esse Ser de luz que somos e deixarmo-nos brilhar para iluminar o mundo.

O que aprendemos durante a nossa jornada deve ser tornado útil, não pode ser guardado.

Quando nós efetivamente percebermos isso e cada um de nós fizer com que a luz própria brilhe, o seu conhecimento seja compartilhado, o mundo tornar-se-á melhor.

Vamos nos lembrar também de um grande pensador e educador brasileiro – Paulo Freire. Ele disse certa vez: “não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. ” (2)

Precisamos ter persistência, mesmo quando não atingimos, de imediato, nossos objetivos. Quando queremos atingir uma meta, temos que promover na nossa vida atitudes que nos levam a alcançar essa meta.

Para alcançarmos a nossa paz e atingirmos aquilo a que viemos, devemos estudar, acolher o conhecimento, compartilhar, reconhecermos que somos luz e fazer brilhar essa luz e agir. Se não agirmos o mundo não muda, continuará sendo o mundo para o qual simplesmente olhamos.

Temos que olhar o mundo e tentar transformar esse mundo. Sermos agentes da autotransformação e da transformação da sociedade em que vivemos, do mundo em que estamos inseridos.

Vale a pena assistir a um documentário cujo título é “Quem se importa” (3). É uma amostra da mobilização que há em várias partes do Planeta visando a nossa conscientização sobre o que há no mundo e o que podemos fazer para melhorar as condições em que vivemos.

Precisamos ter esperança e olhar para o mundo como seres iluminados que somos. Porque a paz nós conseguiremos descobrindo que somos pessoas melhores do que imaginamos.

Vamos ter a esperança do verbo esperançar e sermos agentes da nossa transformação.

Voltando à paz e à divisão a que se refere o texto de Mateus. A divisão ali referida ocorreu porque as pessoas não tinham a conscientização que buscamos hoje: sermos abertos ao novo e olharmos o novo como algo que pode ser acrescido ao nosso conhecimento e à nossa vida. Não termos tantos bloqueios, nem ficarmos cristalizados em preconceitos.

Termos um olhar fraternal com relação às pessoas e de acolhimento a ideias que podem transformar o mundo, e sermos agentes dessa transformação. Assim nós alcançaremos a paz a que Jesus se referira: “Deixo-vos a Paz, a minha Paz vos dou. Não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27)

Será a nossa paz interior que vamos fazer brilhar no contexto em que estamos vivendo. Fazendo brilhar a nossa luz seremos agentes dessa transformação.”

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(1) Personalidades – identificação do Espírito enquanto em corpo material

(2) Não nascemos prontos-provocações filosóficas, Mário Sérgio Cortella, Editora Vozes

(3) Quem se importa – “Um filme para quem acredita que pode mudar o mundo”, de Mara Mourão, DVD

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Desejamos a todos um ano abençoado

Paz e luz em 2017

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Proposta de um recomeço

Como normalmente programamos nosso recomeço?

Qual o sentido de tentarmos o recomeço com os mesmos objetivos sem avaliar bem o que queremos e como chegarmos lá?

É imprescindível que tenhamos uma proposta antes de tudo.

Fazermos uma avaliação do que tivemos, das experiências vivenciadas.

O que foi bom e queremos manter? O que queremos mudar?

Será que é o melhor para nossas vidas? Ou simplesmente estamos teimando em querer, apesar de sempre tentarmos e não conseguirmos?

Algumas vezes temos que tomar decisões rápidas, sem tempo para grandes reflexões. No entanto, na maior parte das vezes temos a oportunidade de parar e meditar sobre nossas propostas, nossos objetivos. Normalmente são essas decisões as mais importantes que temos a tomar.

Assim, deveremos ter um carinho muito especial nesse momento, para aproveitar bem a oportunidade e tentar fazer direito nossas escolhas.

Apesar das dificuldades, devemos fazer de nossas vidas uma oportunidade para sermos felizes. Precisamos mudar a nossa disposição pela vida.

Muitas vezes ouvimos pessoas dizerem que precisam sofrer para evoluir, para crescer espiritualmente.

Na realidade, o que precisamos é de oportunidades de aprendizado, e normalmente essas oportunidades vêm acompanhadas de dificuldades, porque muitas vezes ainda não conseguimos aprender sem ter que enfrentá-las.

Mas precisar de sofrer é outra coisa. Não precisamos nem devemos sofrer. Precisamos sim compreender que qualquer que seja a dificuldade ou a dor, ela é o nosso instrumento de aprendizado e crescimento espiritual. Para que seja efetiva em nossas vidas precisamos estar conscientes da sua importância e apreender o ensinamento que ela nos proporciona.

Sofrer é não aceitar ou compreender que a dor é nosso instrumento de evolução. Quando nos conscientizamos da sua importância no nosso processo de crescimento não sofremos, muito pelo contrário, ficamos gratos pelo aprendizado que ela nos oferece.”

Em o livro “Mensagens – Livro IX”, Elda Evelina Vieira, Editora Bookess

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Renovação do espírito

“Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3-5

“Importa-vos nascer de novo.” João 3-7

Crescimento espiritual

Como devemos contemplar a nossa oportunidade de aprender e buscar a nossa evolução?

Muitas vezes sentimo-nos impelidos a buscar o aprendizado, o enriquecimento intelectual. No entanto, nós nos restringimos a isso tão somente, sem nos ocuparmos com o aprendizado espiritual.

Conquistamos várias tecnologias, ampliamos nossos horizontes visando apenas o conhecimento científico e deixamos de observar, de refletir sobre a razão de estarmos experienciando a oportunidade que é a própria vida – um presente muito especial.

Quando nos sentimos impelidos a conquistar o conhecimento em suas várias faces, buscamos melhorar a nossa capacidade de manter e utilizar esse conhecimento. No entanto, não percebemos que há algo maior, mais representativo nesse vivenciar.

O simples armazenamento desse saber não pode nem deve ser o bastante.

Ele deve ser útil e aplicado no dia-a-dia, objetivando a melhoria da qualidade de vida, não só nossa, mas de todos aqueles com quem partilhamos esse momento na eternidade.

Devemos perceber a responsabilidade a nós conferida por termos conseguido obter novos conhecimentos, por termos ampliado nossos horizontes intelectuais.

Se não bastasse isso, temos também, e sobremaneira, a responsabilidade pelas nossas conquistas espirituais.

A busca pela evolução do espírito deverá ser nossa preocupação primeira. Refletirmos sobre o estarmos vivenciando uma oportunidade muito especial.

Qual a razão de estarmos aqui e como poderíamos tornar essa oportunidade o mais útil possível.

O evoluir espiritualmente representa querermos estar bem com o que nos cerca.

O espírito, ao conquistar novos níveis evolutivos, sente a necessidade de ser útil, de compartilhar o que conseguiu amealhar ao longo de sua existência.

É um fator imprescindível para o prosseguimento da sua jornada. Ele não consegue sentir-se em paz quando não está sendo útil. O compartilhar passa a ser sua própria razão de ser.

Estar feliz é sentir-se com o dever cumprido, é ver outras pessoas conquistando os mesmos patamares por ele alcançados. É conseguir que seus companheiros de jornada também evoluam. É trazer para perto de si todos os que se encontram em dificuldades. É oferecer as mesmas oportunidades a que teve acesso ao longo da sua caminhada, utilizando os meios ao seu alcance.

É ser um instrumento nas mãos da providência divina.”

Em o livro “Reflexões da Alma III”, Elda Evelina Vieira, Editora Bookess

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Viver em Paz

É sempre bom falarmos algo sobre a paz, principalmente nos momentos em que nos encontramos com tantas lutas internas e externas ocorrendo por todo esse Planeta maravilhoso, mas tão sofrido e angustiado por causa daqueles que nele vivem.

A paz é um sentimento que vem de dentro de cada um. Se não há paz no mundo é porque ainda há muitos sem paz no coração.

A paz vem do perdão, do amor por si mesmo, pelo irmão de jornada; amor por aqueles menos afortunados, menos providos de amparo, de alimento, de agasalho, de conhecimentos.

Devemos estar sempre atentos ao que nos ocorre no coração, principalmente aqueles que abraçaram um caminho em que se enaltece o amor e onde tanto se fala da causa e efeito. Todos passamos por experiências, se não idênticas, muito semelhantes ao longo de nossas vidas.

Se hoje somos mais beneficiados pelo poder aquisitivo, pela casa em que moramos, pela capacidade intelectiva, pelo acesso às informações; ontem pudemos estar em condições bem desfavoráveis, quem sabe até muito semelhante àqueles que hoje marginalizamos, ou até desprezamos.

Não devemos alijar de nosso convívio, de nosso afeto, as pessoas que nos são estranhas no vestir, no proceder, ainda que nos pareçam excêntricas ou desviadas do correto caminho.

Devemos amar a todos e entendermos que ontem também mal procedemos e com certeza tivemos alguém que nos amparou, aconselhou, nos acolheu em seus braços e nos tornou melhores, mais fortes.

Sejamos o amparo de pessoas que estão no seu caminho de crescimento espiritual. Sejamos a sua alavanca para o progresso.

Tenhamos os nossos braços livres e abertos para acolher junto ao corpo um sofredor, alguém angustiado, magoado, porém com plena capacidade de se reerguer e crescer espiritualmente. Todos temos essa capacidade.

Não sejamos preconceituosos. Esse sentimento não combina com o amor. Acreditar em Deus e aceitar o Evangelho de nosso amado Mestre Jesus é aceitar o amor como condição única para estarmos aqui e buscarmos o aprendizado.

Cada um de nós seja envolvido pela chama maravilhosa desse sentimento divino.

Sejamos uma chama de amor a brilhar e aquecer esse mundo em que vivemos.

Quando verdadeiramente amarmos, a paz será profunda em nós e em todo o Planeta.

Busquemos a paz no amor e no perdão.”

Em o livro “Um Novo Caminhar”, Elda Evelina Vieira, Editora Bookess 

 

Um Comentário

  1. 31-12-2016

    Ótimas reflexões. Beijos

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