Posted por em 5 jul 2014

Mandala Brasil-ColômbiaBom dia.

Hoje o Brasil amanheceu mais triste… Poderiam perguntar: por que, afinal de contas ganhamos o jogo com a Colômbia?!

Ganhamos? É verdade que o resultado foi de 2 a 1, a favor do Brasil, mas o que realmente ganhamos?

A ilusão que nos proporciona a vitória conquistada em um jogo de resultado positivo, em bolas na rede, a nosso favor.

Pensando de forma mais racional, o que esse resultado trouxe no dia de ontem – 4 de julho de 2014 – a todos nós brasileiros, pelo menos, creio eu, para a maioria?

Trouxe a tristeza de perceber o quanto alguns jogadores ainda estão vivendo no tempo em que o esporte era uma luta e os atletas eram simplesmente guerreiros que faziam de seus corpos armas de morte.

Sabemos, no entanto, tudo ser oportunidade de aprendizado e seria muito bom que o ocorrido servisse de oportunidade para reflexão para todos nós, principalmente para aqueles torcedores que, quando veem um jogo mais aguerrido, até mesmo brutalizado, ficam empolgados e torcem por aquele tipo de jogada.

Será que as pessoas que agem assim – jogadores e torcedores – não percebem que os que sofrem esse tipo de ataque são pessoas como nós; são pais ou filhos de alguém… poderiam ser seus filhos ou seus pais?!

O jogador da Colômbia que impulsionou o joelho, de forma brutalizada, nas costas do Neymar pensou em algum momento que ali estava um Ser Humano, alguém que, como ele próprio, estava ali representando um povo em busca da alegria e não da tristeza?

Na apresentação da minha exposição “Fronteiras imaginárias, em um só sonho” eu disse:

“As fronteiras são linhas imaginárias que o Ser Humano crê poder demarcar, pelo simples prazer de se sentir capaz de impor limites de acordo com o seu sentido de poder e querer.

No entanto, o Planeta é um ser único por onde navegam ventos, brisas, sonhos, amores, luzes, brilhos, cores. Por onde os seres que aqui vivem querem trafegar livremente, ter o seu ir e vir pelas florestas, pelos mares, pelos rios, pelos ares, até mesmo pelas estradas sem vida, sem flores, sem mata, sem água, sem cores.

Por vezes alguns povos se reúnem quase como um só corpo. Mostram seus jogos, suas habilidades, seus sonhos de conquistas esportivas. Mostram suas camisas molhadas pelo suor da luta, levantam seus gritos de guerra sem sangue, só para liberarem suas energias contidas pelas emoções, angústias, ansiedades.

Levantam seus corpos em saltos, içam seus braços como a socarem o vento, como a demonstrarem sua força, coragem, determinação e desejo de vencer.

Querem levantar a taça da vitória… Qual vitória? (…)”

No caso de ontem – jogo Brasil vs Colômbia – qual foi a vitória que alcançamos?

Espero que a vitória sobre nossos instintos ainda tão brutalizados. Vitória esta alcançada a partir da reflexão sobre o que estamos fazendo de nossas vidas.

Desejo mesmo que este momento se torne uma oportunidade de um novo encontro interior em cada um de nós, encontro com o Ser melhor que somos, mas ainda não descobrimos ser.

Para o Neymar Jr. eu envio o meu carinhoso e fraternal abraço, desejando que ele se recupere e possa ainda trazer muitas alegrias a todos nós e, principalmente, a ele próprio e sua família. Deus o envolva em luz.

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