Posted por em 13 maio 2013

Decor-MaraiposaPodemos observar, ao longo do caminho de aprendizado e de busca pela elevação moral em nossas vidas, que nem sempre é fácil a prática do amor, mesmo sem ser de forma plena, o que estamos ainda muito longe de conseguir alcançar.

Não exatamente porque o amor seja de difícil aceitação, mas porque a prática exige de nós compreensão, tolerância, respeito a si mesmo e ao próximo, compaixão.

O exercício do amor deve começar na prática do autoamor que, por sua vez, compreende o autoconhecimento e a autoaceitação.

Na grande maioria das vezes nós não nos aceitamos como somos. Estamos em conflitos internos entre o que gostaríamos de ser; o que achamos que os outros querem que sejamos; o desejo de corresponder às expectativas alheias por entendermos que isso é importante para a convivência diária. Todo esse processo resulta na falta de paz interior e na insatisfação com o nosso próprio ser.

Joanna de Ângelis remete-nos sempre à necessidade do autoconhecimento. Tal recomendação tem grande importância nesse processo de aprendizado, autoaceitação e autoamor.

Não há como nos aceitarmos como somos se estamos inseguros com a nossa maneira de ser e, para promovermos uma mudança expressiva nessa jornada, precisamos nos conhecer melhor, avaliar nossas fragilidades; saber em que precisamos mudar, como mudar e onde queremos chegar nesse processo. Só o autoconhecimento permite esse caminhar de forma segura, com autoconfiança.

Disse-nos Jesus, certa vez: – “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8:32).

Conhecer a verdade sobre nós mesmos proporciona a autoconfiança necessária para seguirmos em nossa jornada com determinação, pois nos sentiremos fortes no prosseguir.

A partir de então, nós nos sentiremos mais confiantes no compreender o próximo e auxiliar de forma mais efetiva. É quando, partindo do conhecer a nós mesmos, nossas fragilidades, necessidades, desejos, falhas, conquistas etc., poderemos avaliar melhor nossos companheiros de jornada e, então, teremos melhores condições de encontrar oportunidades mais adequadas e ações mais indicadas nesse convívio.

Quando não nos detemos nesse autoaprendizado e não adquirimos confiança no proceder e não aplicamos os preceitos da Lei do Amor (compreensão, tolerância, respeito, compaixão) acabamos por interferir indevidamente na vida daqueles que queremos ajudar.

Talvez vocês estejam se perguntando: “Se eu quero ajudar, se é esse o meu propósito, por que minha maneira de tentar realizar possa ser identificada como indevida?”

É muito importante que reflitamos sobre isso.

Todos nós estamos envolvidos em uma jornada de aprendizado e evolução – intelectual, moral, espiritual. Estamos em estágios diferentes nesse processo: alguns mais intelectualizados; outros mais evoluídos moral e espiritualmente, apesar de não terem conquistado nessa vida nível intelectual expressivo. Em síntese, estamos em estágios distintos, em condições diferenciadas de aceitação, compreensão e prática do que nos sobrevém nessa caminhada evolutiva.

Essa constatação só ocorre com o autoconhecimento e com a percepção, apesar de tênue, da Verdade a que se referiu Jesus.

Com essa percepção sobre a Verdade teremos condição de ter uma perspectiva melhor de como praticar o Amor em auxílio aos nossos companheiros de jornada.

Somos Espíritos individualizados, com nossas próprias capacidades, idiossincrasias, experiências particulares nessa e em outras vidas. O auxiliar exige de nós avaliações individualizadas, muito particulares onde o objetivo e a atitude devem estar em consonância com os perfis emocional, espiritual, intelectual do destinatário de nossas ações.

É de se considerar que, muitas vezes entendemos ser o melhor para outrem o que acreditamos ser o melhor para nós – avaliação decorrente de experiências próprias em circunstâncias semelhantes pelas quais passamos.

Voltamos a lembrar que somos almas individualizadas, com experiências distintas ao longo de várias vidas, com valores e conceitos bem particulares. Nossas necessidades, por consequência, são diferentes como também nossas percepções sobre o certo e o errado; sobre o bem e o mal; o que é importante ou não para o nosso viver; sobre os sonhos que alentamos em nosso Ser mais íntimo; nossos valores, até mesmo religiosos.

Se queremos praticar o Amor em forma de auxílio, devemos estar atentos a essas percepções e aplicarmos o autoconhecimento em direção ao conhecimento sobre aquele Ser que queremos ajudar. Caso contrário, poderemos estar em direção diametralmente oposta à dos objetivos que temos em mente.

Poderemos com uma ação inoportuna e inadequada afastar esse companheiro de jornada do nosso convívio, perdendo uma excelente oportunidade de acolhê-lo fraternalmente e, mais ainda, de aprendermos mais sobre como nos relacionar com o diferente, enriquecendo o nosso viver e conviver.

Caso venhamos tentar impor a nossa verdade, poderemos tirar do outro a oportunidade de aprender mais sobre si mesmo, pois as dificuldades pelas quais esteja transitando podem ser as experiências necessárias para sua evolução moral e espiritual. Estaremos perdendo, de nossa parte, a oportunidade de aprender a conviver com o que nos incomoda, em razão do nosso orgulho e vaidade em acharmos que detemos o certo e a verdade em nós.

Devemos auxiliar sim, sempre. Indistintamente, sem condicionamentos emocionais ou preconceituosos. No entanto, nosso auxílio deverá alcançar o outro de forma fraterna, amorosa. Devemos agir como Paulo nos coloca em sua primeira carta aos Coríntios:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. (…)

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” I Coríntios 13:1 e13

7 Comentários

  1. 15-5-2013

    Pois é Elda, concordo plenamente com a afirmação de que se exercitarmos o amor em nós mesmos através do autoconhecimento, o nosso aprendizado, a nossa evolução seria bem mais suave e rápida…
    porque será que não nos lembramos disso quando surgem as oportunidades? (vigiai / vigiai / vigiai…)

    • 15-5-2013

      Amiga Regina, a cada dia nós nos defrontamos com a realidade de que muito ainda temos a aprender e, mais ainda, a aprender a praticar ensinamentos tão simples, mas que nos exigem dedicação, reflexão, autoconhecimento, fraternidade e compaixão. O confortador é sabermos que um dia, com certeza, alcançaremos esse nível de elevação. A questão é: queremos que esse caminhar seja mais lento ou mais ágil? Cada dia em que me defronto com alguma dificuldade fico a pensar o quanto ainda tenho nesse trilhar! Não podemos desanimar e sim continuar nos esforçando, não é isso?

  2. 15-5-2013

    Olá,amiga Elda!
    Parabéns pelo texto “Amor e auxílio”. Adorei quando você escreve sobre o “autoamor”. É verdade. Só podemos dar aquilo que temos. Para amar ao próximo, precisamos amar a nós mesmos, sem hesitação.
    Abraço.
    Moura.

    • 15-5-2013

      Oi, amigo. Muito grata pelo seu comentário. É sempre bom que estejamos atentos às nossas dificuldades, pois assim teremos mais tolerância e compaixão para com o próximo. Essa tolerância e compaixão já serão os indicadores de estarmos seguindo no caminho certo em direção à fraternidade e ao amor. Não é assim? Abraços fraternos.

  3. 15-5-2013

    Elda, mais uma vez, obrigada. Sua mensagem surgiu na hora certa para a reflexão sobre esse assunto. Beijos e carinho,
    Malu

    • 15-5-2013

      Grata pelo carinho, amiga. Muita paz para você. Bjs

  4. 18-5-2013

    OI ELDA TUDO BEM? ADOREI O SEU TEXTO, MAS COMO E DIFICIL AMIGA SRER TOLERANTE COM QUEM NOS MACHUCA!!!!!!!!!!!!!MAS PEDIMOS A DEUS TODOS OS DIAS PARA TERMOS MELHOR ACEITACAO E PACIENCIA!!!!!!!!!!!!UM DIA CHEGO LA!!!!!!!!BJOSSSSS!!!!!!!!

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