Posted por em 1 nov 2016

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido no Centro Espírita Casa do Vô, Vila Nova Divineia, Núcleo Bandeirante-DF, em 01-11-2016

Áudio do estudo (mp3) – Alma após a morte… outras reflexões

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Após o desenlace da experiência física, há uma continuidade da vida, não mais como Alma, e sim como Espírito. Vale lembrar que, no espiritismo, denominamos Alma o Espírito que passa pela experiência em corpo físico. Por conseguinte, Espírito é o que verdadeiramente somos, independente de estarmos vivenciando experiência material.

Serão novas oportunidades para o aprendizado, o reconhecimento do que somos, de como nos comportamos, em que fomos bons, ou não, como poderemos ser melhores.

Dependendo da forma como conduzimos nossa vida terrena, encontraremos amigos, parentes de encarnações passadas, poderão ser momentos de saudades, de resolver questões não concluídas com companheiros de jornadas anteriores, novos aprendizados, novas lições e provas que nos oportunizarão crescimento espiritual e proximidade com nossas metas.

Saber o como vivenciar nossas experiências em corpo físico, sabermos da necessidade de aprendermos mais e melhor sobre nossa responsabilidade em relação às Leis Divinas inscritas em nossa consciência; acreditar na vida futura, o que nos aguarda como seres em processo evolutivo, a importância de nos reconhecermos como seres eternos; o encadeamento das experiências vivenciadas, a interação de tudo o que nos ocorre e nas relações com outros espíritos, independente de estarmos encarnados ou não.

A vida continua e é de grande valor assumirmos essa verdade.

Internalizando esse conceito e aprendendo mais e mais sobre viver, seja no plano físico ou no plano sutil; a interação entre essas experiências, implicações de nossas atitudes, não importando o onde, o quando, mas sendo de profundo valor o como, teremos probabilidade de acertar em nossas escolhas e beneficiarmo-nos dos resultados a serem obtidos com essa noção de responsabilidade, consciência e dever junto à espiritualidade mais elevada que nos acolhe, orienta, consola e instrui. Mais ainda, junto ao Amado Mestre que nos aguarda com confiança e esperança em nós.

Passando a refletir o que é o processo do caminhar para o desenlace da vida material.

O que se entende como morte do corpo físico é a extinção de suas funções vitais. É uma definição óbvia. Com o envelhecimento ou deteriorização do corpo, este fica frágil, mesmo quando jovens e acometidos de uma determinada doença. Isto é fácil de compreender.

O que poderíamos falar a respeito deste tema que nos pudesse enriquecer, acrescentar informações para uma reflexão mais profunda.

“Somos Seres imortais, nossa verdadeira identidade, neste Universo multidimensional, é o Espírito que dá vida ao nosso corpo e, através dele, assume uma personalidade com valores, compromissos, responsabilidades éticas, particularidades bem específicas, bem como características físicas que nos identificam junto a outros espíritos também vivenciando experiências únicas, com compromissos e responsabilidades que dizem respeito ao processo evolutivo de cada um.

Enquanto neste corpo com que nos identificamos por alguns anos, passamos por vários processos de experiências, aprendizados, conhecimento que nos alavancam na jornada evolutiva, por vezes no sentido que nos oportuniza progresso espiritual, em outros momentos não nos permitimos evoluir e estacionamos, postergando nossa ascensão espiritual, o que nos leva a ter de repetir experiências até que consigamos encontrar o nosso verdadeiro caminho em direção ao que o Mestre nos convida: “Sede perfeitos como perfeito é nosso Pai celestial.” Bem como nos aconselha Paulo em II Coríntios 13:11: “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.”” (1)

Creio que é muito importante abordarmos, além do que diz respeito às nossas condições físicas – motoras, intelectuais e cognitivas -, o como desenvolvemos o nosso viver enquanto acolhidos pelo corpo físico que nos oportuniza a experiência e o aprendizado. Enfim, esse período a que damos o nome de vida.

Na realidade, a forma como nos mantemos nesse período, como encarnados, é que nos vai remeter a que tipo de morte, ou vida após o desencarne, iremos experienciar.

Creio, então, que seria bom refletirmos sobre o que nos ocorre entre o período em que estivemos na condição de espírito, depois como alma (espírito encarnado), e o preparo para um novo desencarne, quando teremos nova experiência como espírito, sem o invólucro do corpo físico.

Preparando este estudo lembrei-me de outra reflexão a respeito do envelhecimento, que consta do livro “Reflexões Evangélicas”, sob o título Envelhecer com sabedoria, que aborda o tema sob a ótica de como deveremos procurar viver.

Quando jovens nós conduzimos nossa jornada com a confiança de que tudo está certo, temos muita energia e cremos poder fazer qualquer coisa e tudo ficará bem. Não alcançamos uma verdade muito simples, vamos envelhecer e teremos que enfrentar várias situações, fragilidades, limitações físicas, emocionais e intelectuais.

E o envelhecer com sabedoria é uma abordagem muito interessante sobre esse período. É quando o corpo está, muitas vezes, declinando em seu vigor.

O que seria envelhecer com sabedoria? Não podemos só contemplar um período em que já estejamos perdendo esse vigor físico e intelectual, precisamos pensar sobre este assunto desde mais cedo, porque é um preparo para esta fase a que estamos fazendo referência. Para que este momento, mais à frente, não nos alcance desprevenidos.

Muitas pessoas não conseguem administrar o chegar aos quarenta, outras até mesmo antes, aos trinta. Chegam a sentirem-se desajustadas e emocionalmente perturbadas com a chegada dos anos, como se essa condição não tivesse sido levada em conta. Não se prepararam para o inevitável.

Há uma constatação importante que devemos ter em mente… ou nós envelhecemos, ou partimos jovens para o plano espiritual. Não há outra opção. Percebem?

O envelhecer com sabedoria, então, é percebermos ser um momento que nos vai chegar, a não ser que deixemos o corpo físico antes do envelhecimento.

A primeira coisa de que devemos nos conscientizar é: não é ruim envelhecer. Envelhecer é o resultado de ainda estarmos aqui, vivenciando uma fase de aprendizado, de convivência com os nossos queridos, com nossos familiares.

Precisamos aprender a gostar de estarmos envelhecendo. Quem não gostaria de continuar a viver em corpo por mais tempo e poder usufruir dessa convivência com familiares ou pessoas queridas? Precisamos olhar o envelhecer de forma positiva.

Como alcançarmos a velhice de uma forma tranquila, com mais sabedoria, emocionalmente bem?

Nós temos que buscar o nosso autoconhecimento, algo de que a doutrina nos fala muito.

Sempre ouvimos esta chamada: precisamos nos autoconhecer. Precisamos saber o que somos, quem somos, qual o nosso perfil. Esse perfil corresponde a um caminho que Jesus mostra em seus ensinamentos? Será que estamos agindo corretamente? Vivenciar cada cometimento de erro não com assunção de culpa, mas como um momento muito importante de perceber em que precisamos nos melhorar. É um momento de sabedoria da nossa parte. Só conseguiremos alcançar esse momento, perceber essa realidade, se estivermos com o olhar mais tranquilo com relação à nossa. Sem sentimento de culpa, sem medos, sem mágoas, sem ressentimentos, até por nós mesmos.

Nosso olhar deveria ser como de alguém que se percebe em condições de buscar um caminho melhor.

Se olhamos para nós como seres perfeitos, não procuraremos nos melhorar, pois já nos acharemos em condição de saber sobre tudo e não precisaríamos rever atitudes, agregar conhecimentos, enfim, reformarmo-nos espiritualmente.

Só vamos buscar um caminho de reforma íntima, de revisão de valores, sentimentos e comportamentos, se identificarmo-nos como seres que erram e precisam mudar.

Precisamos nos conhecer melhor. A partir desse momento, nós seremos mais sábios, não só na velhice, mas em toda a vida. E o quanto mais cedo nós nos propusermos a esse autoconhecimento e autorreforma, mais cedo nós iremos alcançar essa perfeição. Poderá levar alguns mil anos, não importa, se não nos propusermos a isso poderemos levar muitos mil anos mais.

Caso tenhamos o propósito a esse autoconhecimento e reforma íntima quando jovens, vivenciaremos o envelhecimento de forma mais tranquila e mais sábia realmente.

A busca deve ser mais ampla, não só do autoconhecimento, mas também do aprendizado. Qual é a nossa referência para evolução espiritual? A mensagem do Cristo. Ele esteve conosco, como Jesus, companheiro de jornada terrena, para nos ensinar como chegar a uma condição espiritual melhor. Seus ensinamentos estão fundamentados no próprio exemplo que Ele nos deu. O que mais marcou a Sua presença conosco foi o seu modo de agir, sempre coerente com os ensinamentos que buscou repassar a todos nós.

Conhecer mais sobre os ensinamentos de Jesus vai nos proporcionar condições de fortalecer a nossa fé, mais confiança e convicção. Vai nos proporcionar uma percepção melhor do mundo em que estamos vivendo.

Quanto mais conhecimento, sentimentos e emoções temos, de forma mais ampla conseguiremos perceber o que nos ocorre, com mais detalhamento, com mais nuances, com mais profundidade. Melhores condições nós teremos de nos perceber e ver em que precisamos mudar.

E na medida em que vamos revigorando esse olhar, mudando a nós mesmos, e buscando interagir melhor com as pessoas e com as coisas que nos acontecem, mais evoluídos estaremos.

Envelhecer com sabedoria é valorizar o Eu Espírito e que estamos aqui em um processo evolutivo. Esse processo evolutivo requer que tenhamos mais conhecimento, que cresçamos intelectual, moral e espiritualmente. Em fazendo isso, passaremos por esse período de forma mais tranquila. Enfatizando, passaremos por essa fase de uma forma mais sábia. Estaremos melhor com o mundo e com as nossas fragilidades.

Por vezes poderemos ter algumas recaídas! Sim, é fato. Em momentos que tivermos alguma notícia mais dura, ou enfrentarmos alguma doença ou dificuldade, até mesmo familiar, teremos recaídas. Somos frágeis, ainda estamos em processo de aprendizado, inclusive com relação a como agirmos. A cada experiência dessas vamos nos fortalecendo mais, se soubermos superar os problemas com fé e confiança.

Quando tivermos a percepção de que o término da nossa experiência na Terra está próximo, deveremos vivenciar esta experiência também de forma tranquila e com alegria. As lamentações e o apego à vida ou às pessoas com quem estamos experienciando essa jornada, o ressentimento e a saudade virão a nos prejudicar nessa passagem.

Procuremos não ficar acabrunhados por estarmos envelhecendo, sejamos gratos por isso.

Precisamos estar sempre ativos na busca por novos caminhos, novos conhecimentos, novos olhares. Não podemos nos acomodar, e sim ter sonhos e procurar realizar esses sonhos de forma saudável. Deveremos manter a nossa esperança, mantermo-nos vivos emocionalmente.

Precisamos viver de forma a que nosso corpo não fique enfermo precocemente.

Viver de maneira saudável não está no cuidar só do corpo, mas também no cuidar da mente, do nosso ser em plenitude, o Espírito que somos. Cuidar com mais carinho do nosso verdadeiro Eu. Buscar os ensinamentos do Mestre, vivenciá-los da melhor forma que nos for possível; buscar o autoconhecimento, nossa reforma íntima e alcançarmos o momento da nossa passagem, confiantes e com esperança.

  • (1) – do livro Evangelho é Amor – Reflexões Evangélicas, Elda Evelina, Bookess Editora

Texto do livro Aprender com o Mestre – sobre o amor, Elda Evelina, Bookess Editora

links para os poemas lidos durante o estudo:

Sonhar e despertar

Canto de amor e de vida

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