Audio (mp3) do estudo oferecido no Grupo Espírita Dr. Luiz Antônio, em 7 de abril de 2015 – O dever bem cumprido
A homenagem foi dirigida ao Sr. João Abreu (falecido no mês de março/2015) , fundador do Grupo Espírita Dr.Luiz Antônio,
e a sua viúva Dr. Conceição. Dedicados trabalhadores e exemplos de dedicação e amor ao trabalho na lide doutrinária espírita, à luz do Evangelho do Cristo.
Mostra-nos a vida, à luz do Evangelho e da Doutrina, que nosso caminhar tem por meta o aprender, o amar, o evoluir.
Ao longo da existência buscamos vários caminhos. O aprender é um processo constante, independente de ser útil, bom ou não. Estamos sempre colhendo informações, fazendo conexões entre os dados coletados e transformando tudo isso em conhecimento.
Esse conhecimento é a base para tudo o que decidimos fazer a partir de cada oportunidade que se nos apresente. Usamos as informações para compreender o mundo, as pessoas, os movimentos sociais e também políticos; ampliamos o nosso campo de conhecimento a cada momento, a cada atitude, a cada pensamento dirigido a uma reflexão consciente; tiramos conclusões a partir das nossas ações, sejam elas dirigidas a nós mesmos, ou dirigidas à coletividade.
A nossa relação com o que nos cerca, a partir de conhecimentos adquiridos e conquistados, não só é aplicado para compreender o mundo: ambientes, pessoas, animais ou coisas. Ele também é base para promover mudanças, a partir das conexões feitas entre as informações. Podemos transformar e nos transformar. E esse movimento promove nossa evolução como seres pensantes.
A questão é: como estamos usando nossas informações, o conhecimento adquirido e conquistado, o aprendizado decorrente desse processo?
Podemos estar fazendo do aprendizado uma aplicação positiva ou negativa. Ou até mesmo as duas coisas, por vezes sendo úteis e bem intencionados, em outros momentos perdendo ótimas oportunidades de proceder a belas realizações.
Vamos deter-nos, para a nossa reflexão neste momento, nas decisões sobre alternativas que promovem mudanças positivas em nossas vidas. Ao dizer nossas estou me referindo à Humanidade como um todo. Sabemos que mesmo um pequeno pensamento nosso repercute sobre o Universo sendo um agente importante de transformação.
Vejam bem, um pequeno pensamento, uma ideia que se mostra interessante e a partir dela procedemos a conjecturas, elaboramos ações… a partir desse momento essas ações como que tomam vida e estaremos disponibilizando nossas ideias àqueles que têm sensibilidade para as perceber, seja alguém no plano físico da vida, seja um espírito no plano invisível.
Compartilhamos, a todo momento, informações, ideias, conhecimento e, na quase totalidade não temos percepção de o estarmos fazendo. Somos agentes constantes.
A grande questão a ser considerada é: qual o tipo de agente temos sido? Temos sido praticantes de boas causas; buscamos o a nossa reforma moral; temos como meta o aprimoramento nas relações sociais; visamos a transformação, para melhor, do meio em que vivemos?
São perguntas que devemos nos fazer e almejarmos alcançar sempre respostas afirmativas para todas elas.
Quando pautamos nossas ações dentro desses princípios conseguimos ter nossa consciência tranquila; sempre somos auxiliados nos projetos que abraçamos, seja na forma de ideias a serem consideradas, seja no fortalecimento da nossa coragem e determinação em alcançar os objetivos.
A dinâmica do aprender, fazer e transformar é determinante da nossa evolução espiritual, principalmente se envolvidos pela energia do amor, conjugada à fé em realizar.
Em procedendo assim, encontraremos a alegria em viver, a satisfação em ser útil através da caridade em sua mais forte expressão. Poderemos chegar mesmo a dizer como o apóstolo Paulo, na II Epístola a Timóteo 4: 6-8:
“Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia;”
Citando Emmanuel em o texto “No reino interior”, do livro Vinha de luz:
“Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.” – Paulo. (ROMANOS, 14:19.)
“Não podemos esperar, por enquanto, que o Evangelho de Jesus obtenha vitória imediata no espírito dos povos. A influência dele é manifesta no mundo, em todas as coletividades; entretanto, em nos referindo às massas humanas, somos compelidos a verificar que toda transformação é vagarosa e difícil.
Não acontece o mesmo, porém, na esfera particular do discípulo. Cada espírito possui o seu reino de sentimentos e raciocínios, ações e reações, possibilidades e tendências, pensamentos e criações.
Nesse plano, o ensino evangélico pode exteriorizar-se em obras imediatas.
Bastará que o aprendiz se afeiçoe ao Mestre.”
Creio ser importante também fazer referência à questão 314 de O Livro dos Espíritos:
Aquele que deu começo a trabalhos de vulto com um fim útil e que os vê interrompidos pela morte, lamenta, no outro mundo, tê-los deixado por acabar?
“Não, porque vê que outros estão destinados a concluí-los. Trata, ao contrário, de influenciar outros Espíritos humanos, para que os ultimem. Seu objetivo, na Terra, era o bem da Humanidade: o mesmo objetivo continua a ter no mundo dos Espíritos.”
Teremos plena confiança no dever cumprido e a satisfação de havermos participado do importante processo na transformação das condições da Humanidade, ainda que em nível pontual. Pois teremos deixado o nosso exemplo e sensibilizado outros a buscarem o caminho pelo qual trilhamos.
Busquemos o aprendizado do Evangelho do Cristo, o praticar seus ensinamentos e tentar promover a autotransformação que, pelo nosso exemplo no trabalho edificante, far-se-á agente transformador do meio em que vivemos.
Parte do poema “Caminho de viver”, de Elda Evelina
Sou Ser eterno e muito ainda a aprender.
Tenho uma luz dentro de mim
Que preciso fazer acender.
Tenho um poder no meu interior
Que o Mestre afirmou existir.
Posso ousar persistir
Em fazer do meu caminhar
Uma jornada de luz,
De esperança, de paz e de amor.
E isto vou me empenhar em conseguir.
Mil anos ainda podem me exigir
Para que eu consiga esta meta alcançar.
O que não posso é desistir
De esta jornada trilhar.
Seguirei em frente, vale a pena acreditar.
Não por recompensas ou glórias,
Contrapartidas terrenas, tão-somente.
Elevar-se espiritualmente
Tem sentido diverso, é transcendente.
Está além do que alcança hoje nossa mente.
Confiar é preciso e trabalhar
Nossa Alma em fazer-se acreditar,
Ter fé e prosseguir.
Nos ensinamentos do Mestre se empenhar
Com força e coragem no caminhar.