Ler é, para mim, um exercício indispensável. Faz parte da minha vida desde a minha tenra infância.
Aprendi a ler antes mesmo de frequentar a escola. Minha curiosidade e interesse pelas letras, palavras e seus sentidos surgiram muito cedo.
Meus pais, percebendo esse interesse, incentivaram-me à leitura. Havia até um exercício diário de ler as notícias no nosso pequeno jornal da minha cidade no interior de Minas. A leitura era em voz alta, devendo obedecer à cadência exigida pela pontuação grafada nos textos.
Uma outra circunstância merece ser revelada. A prática pela leitura da Bíblia, diariamente. Nasci em uma família Presbiteriana e a leitura da Bíblica fazia-se importante no contexto familiar e se estendia quando da frequência aos Cultos e Escolas Dominicais (como se denominava a Evangelização infanto-juvenil na Igreja).
Buscar o conhecimento é uma dinâmica do meu cotidiano, seja em livros, pequenos textos, diálogos presenciais ou em filmes, afirmativas que normalmente me levam à busca pelas explicações, entendimentos, questionamentos, confirmações e … tantas outras.
Não consigo absorver informações sem tentar compreender o seu sentido e suas implicações em contextos e conhecimentos já adquiridos. É para mim necessário acolher o impulso por identificar relações e interações destes com aquelas.
Certa vez escrevi: “Nós percebemos o mundo não só com os olhos, também com os ouvidos, através do olfato, pela sensibilidade, sentimentos, emoções, com o tato, pelos nossos condicionamentos, memórias, conceitos, conhecimentos.
Compreender o que nos cerca passa pelo olhar sob várias fontes de percepção. Quanto mais conhecimento, memórias, sentimentos, melhor e mais aguçado torna-se nosso olhar para alcançar os significados dos acontecimentos em maior amplitude e profundidade.”
Tenho também interesse pela leitura de textos lúdicos, além dos técnicos, conceituais e filosóficos. No entanto, o interesse pelo romance e similares reduziu-se muito ultimamente. Não sei se por estar mais exigente quanto ao conteúdo, talvez por estar percebendo que o tempo está muito curto – seja pela própria percepção do decorrer das horas, ou até mesmo porque o meu tempo também está se esvaindo aos poucos e preciso ser mais exigente na busca pelo conhecimento, aproveitar melhor enquanto minha condição intelectual mantém-se ativa.
Para muitos de vocês que estão lendo este texto a afirmativa no parágrafo anterior pode soar estranha, ou até mesmo ter um tom meio esdrúxulo. No entanto, para muitos que me conhecem mais de perto, será muito natural ler e compreender o sentido do que disse.
Bem, esse flutuar pelo que a leitura representa para mim é para prestar minha homenagem ao Dia do Leitor, que se comemora no dia 7 de Janeiro.
Aos leitores o meu carinhoso e fraternal abraço.