Posted por em 12 nov 2018

Estudo oferecido no Grupo da Fraternidade Irmão Estêvão, em 12-11-2018

Folheto distribuído ao público (PDF) – Não creais em todos os Espiritos

Áudio do estudo oferecido (mp3) – Não creais em todos os Espíritos

Missão dos profetas

As referências históricas a respeito de profetas sempre remetem a personalidades com dom da adivinhação.

No entanto, no Evangelho, profeta tem uma significação mais ampla e profunda – aquele que tem como missão instruir os homens e lhes falar sobre os ensinamentos maiores.

É uma missão muito importante, muito especial, à qual deveríamos nos engajar todos nós – sermos porta-vozes das mensagens evangélicas, sermos propagadores dos ensinamentos do Amado Mestre Jesus.

Mais do que meros propagadores por palavras, sermos exemplos vivos desses ensinamentos em todos os momentos, através das nossas ações.

Compaixão para com os que estão na infância espiritual

Aqui uma reflexão importante sobre nossas atitudes diante das pessoas que ainda se mostram infantis na lide evangélica.

Quando observarmos alguém com atitudes não condizentes com os ensinamentos evangélicos, sejamos compassivos. Compassivos sim, mas nunca coniventes. Oremos por esses irmãos partilhando com ele energias do plano maior para que possam ser sensibilizados pela luz e encontrem seus verdadeiros caminhos.

A não condenação foi um dos ensinamentos que o Mestre nos deixou. Ele sempre demonstrou compaixão por todos aqueles com quem conviveu, crendo na capacidade de cada um encontrar o seu verdadeiro caminho algum dia. A condenação é um sentimento que afasta, que agride. A compaixão, por sua vez, é um sentimento que expressa acolhimento, amparo, amor.

Emmanuel, na mensagem “Meninos Espirituais”, no livro Caminho, Verdade e Vida, diz:

“Jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto. A estrada percorrida pelo homem experiente está cheia de crianças dessa natureza. Deus cerca os passos do sábio, com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba luz e para que essa mesma luz seja glorificada. Nesse intercâmbio substancialmente divino, o ignorante aprende e o sábio cresce.

Os discípulos de boa-vontade necessitam da sincera atitude de observação e tolerância. É natural que se regozijem com o alimento rico e substancioso com que lhes é dado nutrir a alma; no entanto, não desprezem outros irmãos, cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos.

Toda criança é frágil e ninguém deve condená-la por isso.”

Reflexões sobre o que contém o Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XXI, itens de 6 a 8

Não creais em todos os Espíritos

O Evangelho Segundo o Espiritismo alerta-nos a ficarmos atentos ao grande interesse despertado pelos fenômenos, bem como pela própria Doutrina, crendo que esta promove milagres e prodígios. Diz-nos textualmente(1):

“Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os não opera. Do mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia revelaram as leis do inundo material, ele revela outras leis desconhecidas, as que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual, leis que, tanto quanto aquelas outras da Ciência, são leis da Natureza.”

Esse interesse, por certo, ocorre pelo desconhecimento, ainda, dos princípios e leis naturais que regem esses fenômenos.

O Espiritismo veio, com o auxílio de Espíritos esclarecidos, proporcionar conhecimentos que nos explicam grande parte dos fenômenos e nos auxiliam a compreender os fundamentos desses, suas causas e resultados.

O intercâmbio do plano físico com o plano espiritual tem sido clareado pelos estudos e exercício do aprendizado decorrente. Mais e mais compreendemos a respeito, como também percebemos a seriedade com que devemos trabalhar nossas capacidades mediúnicas, pois a maneira com que deve ser exercida deverá ter embasamento não só no conhecimento das leis e seus princípios materiais. Mais importante do que o saber e o como fazer (aspectos puramente exteriores), estão os fundamentos morais acolhidos pelos trabalhadores nessa seara.

Podemos observar muitas vezes pessoas demonstrarem querer nos falar a respeito do Evangelho e dos prodígios do Amado Mestre, enquanto entre nós como Jesus. No entanto, podemos observar algumas dessas mesmas pessoas poucas vezes exercitando, de forma verdadeira, os princípios evangélicos em suas vidas. Essas pessoas são falsos profetas, pois não mantêm a essência dos ensinamentos em seus corações e, por isso, não conseguem agir como verdadeiros apóstolos do Cristo.

Alertam-nos, ainda, os Espíritos em o Evangelho Segundo o Espiritismo, sobre o devermos tomar todo cuidado não com só com os que abusam da credulidade das  pessoas a  passarem por dificuldades físicas, emocionais ou até mesmo espirituais, e buscam o auxílio para amenizarem suas dores. Revela a Doutrina também que devemos nos cuidar com relação a alguns trabalhadores no plano espiritual, pois o fundamento primordial no exercício desse labor deverá ser a elevação moral de quem busca a prática dessa tarefa.

Aqueles que ainda se encontram no plano físico, ao procurarem uma Casa de socorro espiritual, devem ter o cuidado de se socorrerem junto a instituições sérias, bem estruturadas intelectualmente, mais ainda espiritual e moralmente. Quanto aos que buscam exercer uma missão de caráter mediúnico, deverão cuidar-se nos intercâmbios espirituais, conscientes da responsabilidade de se manterem equilibrados – emocional e moralmente – para poderem promover um trabalho harmônico, sério, respeitoso e proficiente.

Citando o Evangelho Segundo o Espiritismo(1):

“Meus bem-amados, não acrediteis em todo Espírito; mas, experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se tem levantado no mundo.” O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais. É a maneira de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente, podem aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade da árvore; uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos.”

Instruções dos Espíritos – Os falsos profetas

Encontramos ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo(2):

“Nada que seja puro pode provir de fonte má.” É assim, meus irmãos, que deveis julgar; são as obras que deveis examinar. Se os que se dizem investidos de poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais alto grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras, apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus.(…) Desconfiai dos que pretendem ter o monopólio da verdade!”

O Cristo, nosso modelo e guia, essencialmente Amor, far-se-á presente através de seus tarefeiros espirituais onde e quando o trabalho será exercício sob a mesma égide do Amor. Aqueles que lhe seguem o exemplo: os brandos e humildes de coração.

Diz-nos Emmanuel, que atualmente recorre-se à observação dos frutos para avaliar as sementes que lhes deram origem.

Assim também deveríamos nós tomar como referência nossas realizações, para promovermos uma autoanálise da qualidade de nossas ações.

Nem sempre a forma como nos expressamos perante o mundo, no convívio familiar ou social, atesta a verdadeira intenção que reside em nosso íntimo. Será pelos frutos, produzidos com o nosso ser e agir, que iremos verdadeiramente expressar o nosso verdadeiro Ser.

Importante a busca pelo aprendizado intelectual, ensinamentos edificantes. No entanto, será pela prática do arcabouço conquistado nessa seara do saber que realmente iremos ser identificados por nossos companheiros, seja no plano físico, seja no plano espiritual.

O nosso Ser não será identificado pela nossa aparência, resultante de tantas vicissitudes que tenhamos enfrentado e pelo que poderemos ser observados como tendo “defeitos” (malformações, desvios ou fragilidades físicas). Seremos conhecidos pelos “frutos” que oferecermos, como nos alerta o próprio Mestre.

Para que venhamos vencer os obstáculos ainda presentes no nosso íntimo, precisamos enfrentá-los com equilíbrio e verdadeiro interesse em transformá-los em “pontes” a nos levarem a novos patamares intelectuais e morais. É nos autoconhecermos, com propósitos de soerguimento, que alcançaremos metas a que nos chama o Mestre – “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:48)

Citando Emmanuel(3):

Em tudo o que sentirmos, pensarmos, falarmos ou fizermos, doemos aos outros o melhor de nós, reconhecendo que, se as árvores são valorizados pelos próprios frutos, cada árvore recebe e receberá invariavelmente atenção e auxílio do pomicultor, conforme os frutos que venha a produzir.

(1)    – Fonte Viva, Emmanuel, por Chico Xavier, FEB

(2)     Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXI, item 7

(3)    – Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXI, item 8

(4)    – Rumo certo, Emmanuel, por Chico Xavier, FEB

Sugestões de leitura:

“Atitudes renovadas” e “Iluminação interior” – Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco – Editora Leal

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