Eu navego pela música, desenho e arte com papel desde a minha infância, incentivada pelos meus pais.
Vim de uma família musical. Estudei música até minha adolescência e nunca me desliguei da percepção musical. A música sempre fez parte da minha vida. Gosto de trabalhar com a pintura e a escrita tendo a música como pano de fundo. O ritmo e a melodia interferem no meu trabalho, por isso escolho o tipo de música de acordo com o tipo de trabalho a ser desenvolvido. Por vezes, a própria música escolhe como eu vou ser levada para o que pretendo fazer.
Não vejo como fazer arte, em suas mais variadas formas de expressão, que não seja motivada pelo coração. Para mim, a arte é a própria expressão da Alma, do sentimento que trazemos em nós. Meu processo criativo é ‘startado’ de várias formas. Por vezes, eu já estou com uma ideia pronta, seja na pintura, desenho ou escrita e, então, parto para a concretização. Em outros momentos, eu quero realizar algo específico e fico trabalhando mentalmente o que escrever ou pintar. Fico elaborando no meu imaginário por horas ou até mesmo dias – o que fazer, como fazer, caminhos e etapas que devo seguir etc. – até perceber que o trabalho está pronto na mente. A partir de então, vou para a concretização da ideia. O sentimento que me move é sempre o de expressar algo que possa sensibilizar outras pessoas.
Fazem parte dos meus trabalhos temas como: pássaros, flores, nuvens no céu, lua, sol, estrelas, atitudes e emoções do Ser Humano. Caso seja sensibilizada por algo, eu me vejo impulsionada a refletir e, na maior parte das vezes, sou intuída a escrever ou pintar algo relacionado ao sentimento que me mobilizou, até mesmo as duas coisas.
Meu contato com a arte vem de muitos anos. Com a escrita poética/literária, de forma mais contundente, comecei meu navegar nos anos 90. Não obstante já ter escrito alguns textos – poemas e reflexões – na minha adolescência. Ao iniciar este processo criativo com as letras, pensei em combinar as duas formas de expressão – pintura e palavras. Até um determinado momento nesse caminhar, todos os meus trabalhos com a pintura ou desenho tinham como parte integrante um texto, invariavelmente. Hoje, nem tanto, há muitos desenhos ou pinturas que não estão vinculados a algum texto, mas são em minoria. Por vezes é o texto que “pede” uma arte, em outros momentos é uma pintura que “exige” um texto. Quanto ao objetivo… o meu foco principal é o texto, levar uma reflexão às pessoas. A mensagem é sempre de paz, amor e imersão na energia de criação do Universo. À época em que comecei esse processo, acreditei que a pintura viesse proporcionar um interesse especial, maior do que o texto solitário. Assim, resolvi conectar as duas coisas – a imagem convidar às palavras. De início, um texto que tivesse uma ilustração. Depois começaram as artes que pediram um texto que as completassem.
Quanto a técnicas utilizadas, comecei com o desenho – lápis e papel, caneta nanquim, lápis de cor. A fase a que me refiro é a da minha infância. Fui estimulada, desde muito criança, a me expressar pelo desenho.
Na adolescência, comecei a trabalhar com óleo, quando pintei o meu primeiro quadro “óleo sobre tela” – Madona – 60 x 40cm. Sempre estimulada por meus pais, tomei algumas aulas de pintura, especificamente acrílico sobre tela, com o artista Bianchetti. Foi por pouco tempo, mas proporcionou um olhar mais profissional, ainda que bem incipiente.
Também navego pela arte da fotografia. Comecei muito pequena. Minha primeira máquina fotográfica ganhei do meu pai na minha infância – creio que tinha sete ou oito anos. Tenho a máquina até hoje (2022).
Com novos recursos que foram surgindo ao longo dos anos, eu me encantei com o uso da tecnologia para o meu caminhar artístico. Comecei a me envolver com o uso de softwares (hoje Aplicativos) para expressões artísticas. Comecei a desenvolver desenhos e pinturas no computador. Depois me adaptei também a APPs em tablets. Um novo mundo surgiu à minha frente.
Não abandonei a arte em papel, tela, lápis, pincéis canetas e outros recursos, são muito importantes para o meu trabalho. Deixar que as oportunidades, a se apresentarem para mim, ditem o caminho a escolher.
Certa vez me perguntaram: “Você utiliza recursos como softwares modernos, tablet, mesa digitalizadora, arquivos em altas resoluções para trazer ao mundo digital sua poética plástico-visual. Como as dicotomias entre sensibilidade e intelecto, coração e mente, ciência e espiritualidade, arte e tecnologia influenciam as expressões estéticas de suas pinturas eletrônicas?
Respondi à época:
– “Interessante a sua pergunta. Gostei de você trazer este tema à nossa conversa. No meu caso, não vejo como fazer o que gosto sem estar conectada à sensibilidade, espiritualidade, ciência, tecnologia. Estão tão interligadas que não vejo como me expressar sem estar envolvida com todas essas áreas. São um todo inseparável para mim. Sempre gostei de tecnologia, é como se fizesse parte do meu Ser. Na minha infância eu desenhava naves espaciais e astronautas nos meus cadernos, por exemplo. E isso foi no mínimo há 55 (1) anos! Sempre gostei de estudar, de ler, de pensar sobre o que leio. Aos doze anos comecei a escrever (à época, máquina de escrever manual) e isso me encantou. Normalmente tenho dificuldade com o escrever à mão. Esta, a mão, não acompanha o desenrolar do meu raciocínio. O escrever à máquina facilitou muito esse processo. Imagine então quando tive acesso ao computador!? Foi a solução para essa minha dificuldade. A agilidade no digitar proporciona muito conforto ao escrever. Há aproximadamente 25(2) anos tive contato com alguns softwares (hoje denominados aplicativos) para desenho, até mesmo para produção de animação. Meus olhos brilharam, literalmente. Mais recentemente, há aproximadamente 26 anos, introduzi o Photoshop no meu trabalho. Primeiro para a arte digital com fotografias, depois com utilização dos recursos para desenho e pintura. Hoje trabalho com o ArtRage e o Photoshop no computador e o Procreate e o Amaziograph no iPad. São excelentes, com recursos muito interessantes. No entanto, nada se compara a pegar um lápis, caneta, pincel entre os dedos e trabalhar na tela ou no papel.”
Certa vez fui “provocada” a falar um pouco sobre meu caminho na escrita.
Já na adolescência, eu gostava de escrever pequenos textos – reflexões, trovas, poemas.
No entanto, o que me impulsionou no desenvolvimento de textos mais expressivos e intensos foi o escrever meu primeiro livro – “Renascendo do Amor” (hoje em sua 3ª Edição.
Neste livro registrei algumas experiências que precederam o acidente, suas implicações e a determinação em vencer as dificuldades que vivenciara. A tiragem da publicação foi toda direcionada à doação. Queria que as pessoas viessem a sentir a minha emoção e força em vencer os problemas, as restrições decorrentes das sequelas e, também, buscassem a mesma força e determinação para suas vidas.
Este resultou de eu querer compartilhar uma experiência, intensa em vários sentidos – momentos difíceis, como também de grande importância em minha vida. Tendo sofrido um acidente, com sequelas importantes, fiquei um bom tempo recolhida sem poder desenvolver atividades de qualquer tipo.
Esses momentos proporcionaram novos olhares sobre vários assuntos, principalmente sobre a vida.
Passei a escrever outros livros – Prece (I e II), Um Novo Caminhar, Imagens e Mensagens, Anjos do Coração e da Felicidade, Viagens, Alegria do Natal e outras histórias (parceria com uma de minhas netas), Mensagens (I a IX), Palavras para o Coração, Reflexões Evangélicas I e II, Evangelho é Amor I e II, Aprender com o Mestre I e II, Reflexões da Alma I, II, III, IV e V, Arte em Cores, Formas e Letras, Textos em Contextos e, o mais recente, Breves Reflexões, lançado em abril de 2022.
Os livros Reflexões Evangélicas (I e II), Evangelho é Amor (I e II) e Aprender com o Mestre (I e II), têm como conteúdo textos que desenvolvo ao ser convidada para palestras que têm como tema o Evangelho.
Desde a primeira oportunidade de falar sobre o Evangelho eu quis desenvolver um texto, ou fazer referência a livros que viessem a ampliar o “olhar” das pessoas sobre o tema abordado. Passei a produzir um pequeno folheto com reflexões e sugestões de leituras complementares. Estes ficam disponíveis para o público. Também compartilho em minha “página” Palestras no meu site – EldaEvelina.com.
Quando da oportunidade da entrevista a que me referi antes, sugeriram que eu deixasse uma mensagem para os leitores. Eu o fiz em dois textos que reproduzo aqui:
Arte e artistas
“É triste perceber que muitos não compreendem que sem a arte a vida seria vazia… de expressões, de sentimentos, de cores, de beleza, de emoções, de alegria… sabe por que? Porque os artistas estão por toda a parte dizendo, fazendo algo para tornar melhor os nossos dias. A questão é que os verdadeiros artistas trabalham no anonimato, dia-a-dia, buscando por um mundo melhor para todos e para si mesmo. A arte está além do fazer das cores, das formas, das letras, expressões perceptíveis aos sentidos. Está também, e principalmente, no acolher o outro com carinho, emocionar com um sorriso, oferecer um ombro amigo, saber ouvir quando o outro precisa de dizer o que sente, falar quando o outro precisa de ouvir algo que o enobreça e conforte. Seja um artista da vida.” Em o livro Reflexões da Alma II, Bookess Editora.
A arte e sua expressão
“A Arte poderá expressar o belo, a tristeza, o amor, o ódio, o rancor, a fraternidade, a caridade, os sonhos, fantasias, religiosidade. Enfim, é a expressão das nossas emoções, das viagens de nossa alma. A Arte, independente de sua forma de expressão – artes plásticas, eletrônica, literatura, música, fotografia etc. – é um instrumento de mobilização, interação e realização. Em sendo uma expressão que se faz pública, pois o artista deseja que outros partilhem de seu trabalho e de seus sentimentos, o idealizador da obra precisa ter consciência da sua responsabilidade ao divulgar sua arte, pois, a energia emanada de sua obra certamente envolverá aqueles que vierem a ter contato com o sentimento ali expresso.” Em o livro Reflexões da Alma, Bookess Editora.
Deixo aqui meu carinhoso e fraternal abraço
- Atualmente posso dizer há 30 e poucos anos.