Posted por em 3 maio 2019

Estudo oferecido no GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em 03-05-2019

Áudio do estudo (mp3) – Cartas Vivas

Folheto distribuído ao público (PDF) – Cartas Vivas


As Cartas do Cristo

Emmanuel traz-nos uma reflexão muito importante a respeito do tema. Esta tem como referência uma passagem de Paulo de Tarso em sua segunda epístola aos Coríntios, capítulo 3:

A excelência do ministério da nova aliança

Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros, ou de vós?

Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus Vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” (Coríntios 3:1 a 3)

Diz-nos Emmanuel:

“É singular que o Mestre não haja legado ao mundo um compêndio de princípios escritos pelas próprias mãos.

As figuras notáveis da Terra sempre assinalam sua passagem no planeta, endereçando à posteridade a sua mensagem de sabedoria e amor, seja em tábuas de pedra, seja em documentos envelhecidos.

Com Jesus, porém, o processo não foi o mesmo.

O Mestre como que fez questão de escrever sua doutrina aos homens, gravando-a no coração dos companheiros sinceros. Seu testamento espiritual constitui-se de ensinos aos discípulos e não foram grafados por ele mesmo.” (1)

Acrescenta:

“Recursos humanos seriam insuficientes para revelar a riqueza eterna de sua Mensagem. As letras e raciocínios, propriamente humanos, na maioria das vezes costumam dar margem a controvérsias. Em vista disso, Jesus gravou seus ensinamentos nos corações que o rodeavam e até hoje os aprendizes que se lhe conservam fiéis são as suas cartas divinas dirigidas à Humanidade.” (1)

Nessa passagem, o mentor de Chico Xavier refere-se aos ensinamentos transmitidos por Jesus, o Cristo, por ocasião de sua passagem entre nós há aproximadamente vinte séculos.

Os apóstolos foram agraciados pelo Mestre com ensinamentos oferecidos tanto de forma verbal, como também pelo exemplo que transmitiu na vivência com cada um deles. Esta terá sido a forma mais intensa e importante no compartilhamento da mensagem que deveria ser guardada nos corações e oportunamente distribuída da maneira que melhor aprouvesse a cada um de seus sucessores na divulgação do Evangelho.

Temos como referência dessa missão os Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João -, como também o livro Atos dos Apóstolos, bem como as cartas de Paulo de Tarso às Igrejas por ele visitadas ao longo de suas viagens, para divulgação dos ensinamentos de Jesus.

Só mesmo um Ser tão especial é capaz de gravar sua mensagem de forma vívida no coração e na mente daqueles com quem conviveu e para toda a humanidade.

Importante registrarmos que o Ser Crístico, que esteve entre nós na personalidade assumida pelo Cristo para estar conosco, está presente no Planeta em que vivemos desde muito antes, pois que, de acordo com o Evangelista João – Jo. 1:1-5, 9 e 10) e registros de Emmanuel no livro A Caminho da Luz, em sua introdução, Ele é o responsável pela formação do orbe terrestre. Este, de acordo com a ciência, tem sua formação estimada em 4,6 bilhões de anos.

Obs.: De acordo com a ciência, hoje, o Planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. A vida na Terra teria tido início há pelo menos 3,5 bilhões de anos. O surgimento dos primeiros hominídeos teria sido entre 13 a 4 milhões de anos atrás. O Humano (Homo sapiens) teria surgido há cerca de 350 mil anos (há referências também de 200 mil anos) e teria adquirido o comportamento semelhante ao que observamos hoje há cerca de 50 mil anos (*)

Antes mesmo da vinda do Cristo, na personalidade Jesus, houve vários Espíritos (encarnados ou instrutores espirituais) que acolheram como missão o divulgar os ensinamentos do nosso Mentor maior, identificado pelo evangelista João como “a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.”

Importante trazer algumas particularidades que reforçarão nosso entendimento a respeito do “Legado de Jesus”. Para muitos de nós, ainda se faz necessário que os esclarecimentos sejam mais detidos nos acontecimentos, somos ainda “meninos espirituais” (2) como nos diz Emmanuel.

O Ser Crístico, Espírito puro, que tomou a personalidade Jesus enquanto entre nós há dois mil anos, está conosco, como Mentor, Modelo e Guia espiritual (4), desde seu gerenciamento na formação do Planeta.

Diante desse fato, poderemos inferir que, ao longo dos milênios da Humanidade Terrena, tudo o que nos foi oferecido como conhecimento esteve sob a gerência de um plano espiritual sob coordenação do Cristo (Jesus, como o conhecemos). Terão sido aqueles que tomaram para si a missão de divulgar os ensinamentos, ao longo desse tempo, intuídos por seus discípulos, ou representantes delegados, para abrir véus do conhecimento para o aprimoramento intelectual e moral da Humanidade terrena.

Esclarecimentos dos Espíritos (3):

  1. Só por Jesus foram reveladas as leis divinas e naturais? Antes do seu aparecimento, o conhecimento dessas leis só por intuição os homens o tiveram?

“Já não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Desde os séculos mais longínquos, todos os que meditaram sobre a sabedoria hão podido compreendê-las e ensiná-las. Pelos ensinos, mesmo incompletos, que espalharam, prepararam o terreno para receber a semente. Estando as leis divinas escritas no livro da Natureza, possível foi ao homem conhecê-las, logo que as quis procurar. Por isso é que os preceitos que consagram foram, desde todos os tempos, proclamados pelos homens de bem; e, também por isso é que elementos delas se encontram, se bem que incompletos ou adulterados pela ignorância, na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie.”

Grande é nossa responsabilidade nesse caminhar espiritual. Somos coparticipantes nesse processo. Tão mais nos detivermos nesse comprometimento, mais próximos estaremos de nossa meta evolutiva. Não só como individualidade, como também, e mais importante, no processo evolutivo da Família Espiritual.

Diz-nos Jesus (Mc 16:15):

“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura.”

No momento em que Jesus instruiu os discípulos para essa missão, estava também instruindo a todos nós. Somos coparticipantes desse processo, como agentes cocriadores e propagadores da Boa Nova. Mensagens vivas em todo lugar e a todo o tempo.

Para sermos agentes cocriadores e propagadores da Boa Nova, teremos de acolher os ensinamentos maiores em nossos corações tornando-os explícitos em nós através de nossas palavras, pensamentos e ações. Sendo exemplos vívidos do Evangelho, como aguarda-nos Jesus, o Cristo.

Ele nos convida a todo o tempo a essa tarefa. No entanto, precisamos estar disponíveis para “ouvir” o que tem a nos dizer.

O Evangelho é nossa Cartilha diária para o aprendizado e meditação profunda.

A Lição da Semente

Conta-nos Neio Lúcio, em uma das lições no livro Jesus no Lar, que Jesus em uma reunião com seus discípulos discorre sobre a dificuldade em se ver vencidas aflições da vida humana. Acompanhamos a todo o momento a ocorrência de guerras, injustiças, incompreensão, sofrimento.

Mesmo nos Templos, Lar do Senhor, podemos observar a presença do orgulho, da vaidade, ódio, revolta.

Ainda que desejemos ter o coração puro e limpo, há espinheiros e obstáculos outros que impedem que venhamos a alcançar uma condição favorável ao nosso desenvolvimento moral.

Faz uma comparação do Reino de Deus a uma semente de trigo. Quando esta é lançada ao solo poderá sofrer o peso da terra e dos detritos que venham impedir que se desenvolva de imediato. No entanto, se vem a germinar, nada a impede de seguir o seu caminho natural. Não obstante o solo em que esteja seja escuro, seu impulso natural é buscar a luz. Independe das dificuldades que lhe surja, “haja sol ou chuva, faça dia ou noite, trabalha sem cessar no próprio crescimento e, nessa ânsia de subir, frutifica para o bem de todos.”  (5)

Quando somos tocados pela mensagem do Mestre, ainda que as dificuldades se apresentem, a dor venha a ser constante, a injustiça e o sofrimento estejam à nossa volta, experimentamos, antes de tudo, o impulso em direção à luz do amor, dos ensinamentos maiores, à presença do Mestre em nossas vidas. As seduções do mundo não têm ressonância em nosso Ser.

O objetivo primordial é o encontro com o Ser Divino, fonte do Amor verdadeiro.

De forma natural, em nosso caminhar distribuímos esperança e produzimos frutos benfazejos. A busca pelo contato com o Pai é constante.

Ainda que estejamos conectados ao solo, há um impulso incontrolável em busca de nossa elevação.

Em certo momento, Pedro indaga ao Mestre sobre aqueles que recebem a mensagem, conhecem os princípios da caridade e não os praticam.

Jesus explica que esses são aquelas sementes que dormem, não obstante terem sido lançadas ao solo para germinarem. Têm guardados em si os ensinamentos, valiosos predicados do Céu, mas ainda inertes por algum tempo.

No entanto, quando vierem as chuvas, os furacões que as revolvam, proporcionando novas posições no solo, germinarão. São as oportunidades para reformulação de valores, conceitos, renovadoras de experiências.

Sejamos instrumentos amorosos compreendendo e auxiliando.

(1)       As Cartas do Cristo, Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, por Chico Xavier

(2)       Meninos espirituais, Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, por Chico Xavier

(3)       Questao 626, em o Livro dos Espíritos

(4)       Livro dos Espíritos, Questão 625

(5)       A Lição da semente, Jesus no Lar, Neio Lúcio, Chico Xavier

(6)       Reflexões da Alma III, Elda Evelina, Bokess Editora

(*)   – Goodman M, Tagle D, Fitch D, Bailey W, Czelusniak J, Koop B, Benson P, Slightom J (1990). «Primate evolution at the DNA level and a classification of hominoids». J Mol Evol. 30

«Hominidae Classification». Animal Diversity Web @ UMich. Consultado em 25 de setembro de 2006.

Uma reflexão para nosso caminhar:

“Semeadores e semeados

Lembrando a Parábola do Semeador…

Todos somos semeadores de sementes dos mais variados tipos.

Podemos estar semeando alegria, fé, coragem, compreensão, tolerância, perdão; ou semeando sementes outras: dores, tristeza, incompreensão, raiva, rancor, medo.

Também somos semeados todo o tempo.

Quanto a sermos semeadores, precisamos estar atentos. Qual tipo de semente temos semeado pelos caminhos pelos quais transitamos durante nossas vidas – flores ou ervas daninhas; frutos agradáveis ao paladar ou de sabores amargos?

Quanto a estarmos sendo semeados, qual o tipo de terreno que estamos oferecendo às sementes que nos são oferecidas pelos caminhos?

Façamos uma reflexão profunda a respeito e façamos nossas escolhas.” (6)

 

Oração de Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre,

Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.

 

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