Foto e arte
Ontem (29-11-2016) uma amiga postou as cores do céu de Brasília ao final da tarde – azul forte, colorizado pelo laranja, rosa, azuis em vários tons, como em fogo.
Disse algo assim na sua primeira expressão: os brilhos do fogo foram refletidos no mesmo momento no céu, durante o pôr do sol.
Eu imaginei que estivesse referindo-se tão somente às cores como que o céu em fogo.
Postei uma foto e disse: Realmente lindo!
Ela comentou então que estivera se referindo ao que estava ocorrendo na Esplanada dos Ministérios naquele mesmo momento. Dei-me conta, então, que quisera dizer dos incêndios simbólicos e reais decorrentes de mobilizações de algumas pessoas e os choques com a polícia em frente ao Congresso Nacional.
Percebi que a exuberância do céu naquele fim de tarde poderia ser ao mesmo tempo expressão do que ocorria bem próximo de nós.
Ao tempo que aquela explosão de cores no céu proporcionava emoção pela beleza em multiplicidade de cores, estaria também refletindo, nas mesmas cores, a violência decorrente da insensatez, da insanidade, do desrespeito, da incompreensão de muitos, independente das ideias e ideais que estivessem querendo ali defender.
As ideias e ideais devem ser apresentados e defendidos com serenidade, dignidade. Não é a força física que fará com que essas sejam acolhidas e aceitas, será sim pela força moral e ética de quem as estejam apresentando e querendo defender.
Penso mesmo poder pedir aos céus terem sido as cores que naquele momento expressava uma forma de absorver toda aquela violência e insensatez para transmutá-las e proporcionar mais bom senso a todos nós.