Posted por em 14 set 2016

Aprender com o Mestre - Ilustração msg site

Estudo oferecido no Grupo Fraternidade (SGAS 909), em 14-09-2016.

Áudio do estudo (mp3) – Igreja Viva

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Por vezes referimo-nos a uma igreja como sendo o templo em que se reúnem adeptos de algum seguimento religioso. Enfim, à edificação física onde ocorrem encontros para estudos, pregações e eventos de confraternização. No entanto, este é o significado de templo.

Para alguns ainda há a distinção entre igreja e Igreja. Sendo igreja, com “i” minúsculo o correspondente ao templo, à edificação física, e com “I” maiúsculo, a congregação de seus fiéis.

Buscando refletir sobre o tema Igreja Viva, estaremos tomando como base o significado em sua origem (*):

– no contexto bíblico, o termo igreja designa “reunião de pessoas”, sem estar necessariamente associado a uma edificação ou a uma doutrina específica;

Enfim, Igreja representa a congregação de pessoas, irmãos na fé, buscando seu encontro com Deus.

Nesse sentido, Igreja cristã tem como embasamento para o seu trabalho o Evangelho, os ensinamentos do Mestre, Jesus o Cristo.

Algumas passagens em os evangelhos onde Jesus refere-se à Igreja e ao Reino de Deus:

“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.” (Lc 17:20)

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha assembleia, comunidade (Igreja), e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mt 16:18

Outras passagens em o Novo Testamento onde poderemos identificar a palavra igreja como referência à congregação de pessoas:

…e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos.” (Atos 11:26)

“Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele.” (Atos 12:5)

“Quando chegaram e reuniram a igreja, relataram tudo quanto Deus fizera por meio deles, e como abrira aos gentios a porta da fé.” (Atos 14:27)

“E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e relataram tudo quanto Deus fizera por meio deles.” (Atos 15:4)

Em Mateus 24:1-2 encontramos a seguinte passagem:

“Ora, Jesus, tendo saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos, para lhe mostrarem os edifícios do templo.

Mas ele lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.”

Muitos templos suntuosos já foram derrubados ou severamente prejudicados em suas edificações e fundações. No entanto, o que poderemos dizer com relação à Igreja Viva?

Em o texto Igreja Viva, do espírito Vinicius (livro Nas pegadas dos Mestre), encontramos:

“Mas, enquanto caíam ruidosamente, as edificações de baixo, surge a edificação espiritual, a Igreja Viva de Jesus-Cristo, aquela que há de trazer ao mundo a verdadeira civilização, cujas bases, firmadas sobre a moral indestrutível do Evangelho, constituirão a segurança da paz; e, por conseguinte, a felicidade dos povos e das nações.”

Quais virtudes devemos esperar da Igreja Viva, para que atenda a esta condição?

– ter como embasamento para o seu trabalho o Evangelho, os ensinamentos do Mestre;

– assegurar o cumprimento da doutrina do Amor;

– desenvolver ações que tenham como proposta a expansão de emanações fraternas;

– cuidar do acolher novos participantes com o sentimento de quem sabe de suas próprias dificuldades e limitações. No entanto, oferecer o melhor de si mesma para proporcionar oportunidades de compreensão e acolhimento da Boa Nova para esses novos aprendizes;

– ir ao encontro do autoconhecimento e da reforma íntima de seus congregados, sem o que não conseguiriam ser instrumentos eficazes em sua obra;

– portar-se com firmeza de propósitos, não obstante qualquer que sejam os obstáculos apresentados no decorrer da jornada;

– o tropeçar é natural, o ferir-se é compreensível, mas a persistência é desejável e esperada;

– pautar suas ações na humildade, caridade e renúncia.

O Evangelho que nos foi oferecido pelos evangelistas, a partir dos ensinamentos proporcionados pelo Mestre Jesus, o Cristo, contém orientações e exemplos de profunda importância para nossas reflexões e diretrizes que deveremos seguir para encontrar nosso caminhar para evolução espiritual.

Devemos ter como referência o próprio Sermão do Monte (Mt. 5, 6 e 7).

Começa assim:

“Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:” (Mt. 5:1-2)

As bem-aventuranças (Mt. 5:3-12):

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.

Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.”

Para finalizar um alerta do próprio Mestre:

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.

E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.

Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.

E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.

Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” (Mt. 7:24-29)

Precisamos ser fortes, buscarmos vencer as batalhas que se nos sejam apresentadas nesse caminhar de exercícios e aprendizados.

As dores que nos sobrevierem, em razão de nossos compromissos do passado remoto ou recente, deverão ser enfrentadas com compreensão dos desígnios divinos, que visam tão-só nosso caminhar em direção à luz.

Precisamos estar confiantes nesse processo que nos cabe e é-nos entregue em confiança para nos retificarmos, proporcionando a nós, Espíritos em evolução, a grande oportunidade de galgar mais um degrau na busca pela ascendência, missão que nos cabe a cada jornada, seja no plano físico, seja no plano sutil.

É imprescindível que mantenhamos o propósito da lide pelo soerguimento moral, não obstante os conflitos purificadores.

Estejamos conscientes de nossas limitações e fragilidades, mas não nos submetamos a elas. Faz-se necessário sermos humildes, entretanto isso não quer dizer que devamos sucumbir a elas. Devemos sim sobrepor-lhes nossa coragem, determinação, esperança e, principalmente, a fé.

Em cometendo erros, recomecemos a lide em busca dos acertos e das reparações que se façam necessárias e urgentes, impostergáveis. Não deixemos para depois, para uma próxima existência, o que podemos resolver agora.

Lembremo-nos da Parábola do Semeador: “Eis que o semeador saiu a semear”.

Acordemos para o fato de que, como cristãos, somos semeadores. A semente é o Evangelho e este deve ser oferecido para que produza frutos. Por vezes nós queremos desistir de semear por não acreditar que a semente venha a germinar e cumprir a sua missão. Não devemos nos esquecer de que cabe a nós a missão de distribuir a semente e aguardar de forma suave o resultado da semeadura.

Quando acolhemos o Evangelho em nossas vidas, acontece em nós grandes mudanças, em todos os sentidos. Devemos então compartilhar as transformações que ocorrem em nós e replicarmos a semente que acolhemos em nossos corações.

Para que possamos ser identificados como Igreja Viva é esperado de nós tão-somente que observemos os preceitos delineados por Jesus, o Cristo, nosso Mestre e Guia (questão 625 de o Livro dos Espíritos):

“Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

Jesus.” “

Estejamos certos de que Jesus aguarda que aprendamos e pratiquemos os mandamentos maiores, as Leis Divinas que estão impressas na consciência de cada um de nós e nos comportemos como servos fieis da Igreja Viva.

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