Posted por em 2 set 2015

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Áudio da palestra no Centro Espírita Casa do Caminho, Guará II, em 5 de setembro de 2015 (mp3) – Porta estreita – Nossas escolhas

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A todo momento estamos fazendo escolhas. Inúmeras opções ocorrem-nos todos os dias, a todo momento, não obstante muitas vezes não tenhamos consciência disso.

Logo no início do dia podemos decidir por várias situações: tomarmos ou não o café da manhã; irmos trabalhar ou simplesmente buscar uma atividade lúdica e prazerosa; buscarmos algo novo que seja promissor, ou tão-somente continuar fazendo as mesmas coisas de todos os dias, sem disposição a mudanças etc.

As escolhas são nossas, mas devemos ter consciência das implicações das opções que acolhemos.

Creio que todos nós queremos ser felizes, mas o que representa alcançarmos a felicidade?

Para alguns o ser feliz é buscar aventuras, realizações de sonhos, ter dias alegres, fazer o que gosta etc.

Em cada uma dessas opções há uma contrapartida: o que conseguirei com esta ou aquela escolha; quais as consequências de eu imergir em algum de meus sonhos? Caso eu consiga ter um dia alegre hoje isso representa que conseguirei repetir todos os dias, ou buscar apenas este sentimento hoje poderá resultar em prováveis dissabores no amanhã? Terei condições de só fazer o que gosto, ou terei que administrar meus momentos entre o que gosto e o que preciso fazer para ter uma vida equilibrada?

Nossas escolhas têm de estar embasadas na sensatez, no equilíbrio emocional.

Precisamos fazer um plano de vida, escolher nossos objetivos e traçar uma dinâmica de ações e escolhas que permitirão o atingimento das metas, da forma mais eficaz que nos for possível.

Nosso tempo é importante, pois não temos muito controle sobre ele, sob o ponto de vista da vida como um todo.

Não estamos aqui falando de sucesso sob o olhar de alcançarmos status social, poder aquisitivo, conquistas materiais. Estamos aqui abordando o projeto de vida para o Eu Espiritual que somos.

Somos Espírito em um corpo físico que nos proporciona a oportunidade de aprendizado e evolução intelectual e espiritual.

Então, sob esta perspectiva, quais seriam as escolhas mais adequadas?

Em o texto Porta Estreita (1 ), Emmanuel fala sobre escolhas que fazemos, sejam no plano espiritual, sejam no plano físico. Traçamos metas, mas nem sempre atingimos os objetivos, resultando em novas buscas e novos projetos.

No plano espiritual, no mais das vezes, quando identificamos erros que foram cometidos nas oportunidades da vivência em um corpo, seja na experiência imediatamente anterior, seja em outas mais remotas, conscientizamo-nos da necessidade em tomar decisões que remetem a escolhas para refazermo-nos moralmente e elaborarmos um novo futuro mais lúcido e equilibrado.

Traçamos uma dinâmica de ações que entendemos mais adequada para o atingimento das metas, sempre sob a coordenação de amigos do plano sutil a orientar-nos de forma a sermos mais comprometidos e mais eficazes que nos for possível.

Elaborado todo o projeto e definidos os objetivos, passa-se a programar o retorno à vida física.

Neste momento estamos engajados a realizar nossa experiência física de modo a sermos pessoas melhores; ajustar pendências com inúmeras pessoas com as quais temos acertos a fazer; resgatarmo-nos moralmente, através do autoconhecimento e reforma interior; enfim, buscarmos a nossa evolução espiritual de forma mais efetiva.

Reiniciamos, então, uma nova experiência em corpo, cheios de sonhos e projetos visando nossa evolução. No entanto, somos beneficiados com o embaçamento da memória pretérita.

Normalmente é oferecida a percepção de que este empanamento da memória se dá para proteger-nos emocionalmente, pois não conseguiríamos lidar com as informações sobre o que fomos ou fizemos. É um benefício, um presente para que tenhamos melhores condições de seguir de forma mais saudável, sem angústias exacerbadas pelas escolhas e ações inadequadas no nosso passado.

Creio ser interessante trazer neste momento uma reflexão oferecida por Joanna de Ângelis ( 2 ) a respeito do esquecimento temporário de nossas ações por ocasião de uma nova vivência física.

Ela oferece-nos um outro olhar sobre esta mesma questão, eventualmente não percebido por nós, apesar de a Doutrina oferece-lo em seus postulados:

“Ninguém transita na Terra sem experienciar o resultado dos seus atos anteriores, o que é perfeitamente compreensível.

Grande número de queixosos afirma que não se lembra do momento em que delinquiu, o que lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes.

Deus concede o parcial olvido do passado, por compreender que as lembranças boas ou más não se restringem apenas ao indivíduo, mas ao grupo no qual se movimentou, facultando-lhe, então, caso recordasse, tomar conhecimento das ocorrências que foram praticadas pelos demais da esfera fraternal.” (grifo nosso)

Voltando à reflexão sobre a nova oportunidade de vivência em corpo físico.

Reencarnamos com propósitos sublimes de experimentarmos uma nova forma de viver, comprometidos com acertos e reajustes, empenhados em fazer as melhores escolhas, até mesmo de expiações visando reparações, e seguirmos por caminho de realizações úteis de trabalho, fraternidade, caridade, normalmente nominado de “porta estreita”.

Ao longo desta caminhada que se inicia, muitas são as alternativas que se nos apresentam, inúmeras escolhas são oferecidas ao longo da jornada e impõe-se a nós a necessidade de promovermos escolhas.

Precisamos acautelarmo-nos quanto a isso. Precisamos ser firmes nas opções que abraçamos. As oportunidades mais exuberantes e convidativas, dependendo dos nossos propósitos, são aquelas não muito comprometidas com as escolhas que precisamos acolher.

As que nos proporcionariam uma jornada mais coerente com o projeto elaborado na espiritualidade normalmente exige de nós sacrifícios, dedicação, revisão de princípios e adequação de comportamentos. Escolhas que eventualmente não são as que acolhemos para nosso viver.

Normalmente preferimos as que são mais exuberantes ao nosso olhar, as mais fáceis de serem executadas, as que nos oferecem mais prazer do que oportunidades de luta e realizações visando objetivos salutares e espiritualizados.

É importante que estejamos atentos, vigilantes. Lembrando as palavras de Jesus: “Vigiai e orai.“ (Marcos 14:38)

Em procedendo a escolhas incoerentes com os compromissos assumidos e inadequados ao nosso caminhar espiritual, em determinado momento percebemo-nos perdidos por não termos aproveitado bem a oportunidade oferecida e escolhida no plano sutil.

Muitas das vezes este acordar se dá em momentos de muita dor, por doenças graves ou incidentes com consequências muitas vezes irreparáveis.

Este despertar se mostra difícil e exacerba a dor já existente, com sentimentos de arrependimento e culpa.

Neste momento queremos fazer mudanças, recuperar o caminho original, fazermos a nossa reforma. No entanto, nem sempre será possível. Faz-se presente em nosso íntimo o desejo de uma nova oportunidade para voltar e recomeçar.

Percebemos, na maioria das vezes, que é tarde para esta retomada de propósitos e sentimo-nos infelizes e decepcionados com nossas escolhas. Podemos até traçarmos um novo caminho para seguir a partir daquele momento, mas temos consciência de termos desperdiçado muitas oportunidades maravilhosas e abençoadas.

Como diz Emmanuel (1): “Mas… é tarde. Rogaram a “porta estreita” e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas “portas largas”, volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.”

Por certo Emmanuel refere-se a entrar de novo na “porta estreita” na mesma experiência física, pois a misericórdia do Pai proporciona a nós inúmeras oportunidades, tantas quantas sejam necessárias, para que nos despertemos e encontremos o caminho da “porta estreita” e consigamos entrar e cumprir a jornada de forma plena e abençoada.

 

  1. Livro Vinha de Luz, Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier
  2. Livro Atitudes Renovadas, texto A bênção das reencarnação, Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco

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