Posted por em 22 out 2018

Estudo oferecido no Centro Espírita André Luiz – Guará (DF), em 25-10-2018

Folheto que iria ser distribuído ao público (PDF) – Vós sois o Sal da Terra – Agentes de Ensino

Áudio do estudo (mp3) – Vós sois o Sal da Terra – Agentes de ensino


Vós sois o sal da terra” (Mt 5:13)

Como podemos interpretar a passagem em que Jesus nos conclama a sermos o  “Sal da Terra”?

Por muitas vezes temos ouvido e visto que ser o sal da Terra é buscarmos “temperar” o mundo com algo que seja incorruptível, que não perde a sua verdadeira essência em qualquer que seja a circunstância.(1)

O primeiro olhar que temos sobre o tema remete-nos a uma missão grandiosa que nos exigiria determinação e comprometimento.

Sabemos que o Mestre recomenda nossa participação nesse projeto, no entanto não sabemos bem o como fazer para atingir essa meta.

Lemos os textos evangélicos, buscamos apreender seus ensinamentos, podemos até mesmo propormo-nos à prática, mas… sermos o sal da Terra, do Planeta!?

Interessante buscarmos a interpretação e tentarmos encontrar o caminho mais promissor para o cumprimento dessa recomendação de Jesus.

Refleti por vários dias. Procurei inspiração em livros, em vídeos de outros palestrantes.

Sempre as ideias principais levam à proposta de tentarmos transformar o ambiente em que vivemos, termos o propósito de até mesmo tentar transformar o mundo!

Nós, crianças espirituais, na maior parte das vezes tendo como ambiente de “trabalho” uma pequena vizinhança, um grupo de estudos, a família… como levarmos os ensinamentos do Mestre para planos mais amplos?

Ocorreu-me então algo que é obvio – começando pelo que nos é possível fazer. Em um primeiro olhar pode parecer-nos razoavelmente simples… mas não é!

Precisamos também pensar na melhor forma de fazê-lo! Se não tomarmos esse cuidado poderemos fazer ruir o trabalho a que nos dispomos realizar.

O objetivo é – ser o sal da Terra

Por onde começar – pelos que nos são mais próximos.

Como realizar, que instrumentos temos à mão, que sentimentos nos impulsionam a esse trabalho, qual metodologia a seguir, quais são nossos prazos para alcançar o objetivo?

Ser o sal da Terra

Podemos dizer: ser um semeador. Espalhar sementes que, não obstante em contato com outros ingredientes, conservam suas características benéficas.

Diz-nos o espírito Vinicius (Prof. Pedro de Camargo):

“O sal jamais está inativo. Onde quer que se encontre, está como que agindo sempre, visto exsudar continuamente aquela essência que lhe é peculiar.” (1)

Também nos fala que o sal não se dá a conhecer pelo exterior (cor e aparência). Pode ser confundido, em um primeiro olhar, com outras substâncias. No entanto, tão logo fazemos contato com ele, percebemos haver grande diferença em relação a essas outras essências.

Função do sal – é um elemento “doador”. Oferece suas propriedades ao meio em que está inserido não absorvendo as propriedades dos elementos a ele misturados, conserva-se puro, sem se corromper.

Sal da Terra

Trazendo agora um olhar mais lúdico e amoroso.

Fui em busca de novos olhares sobre o tema e encontrei uma música de 1981 – Sal da Terra. Letra de Beto Guedes e melodia de Ronaldo Bastos. A parte final da letra é assim:

Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois

Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra

Como me tocou profundamente a versão do autor quanto a o que viria a ser o Sal da Terra!

Deixa viver, o amor
O sal da terra

O Sal da Terra é o Amor. Nós, para sermos o Sal da Terra, como nos apregoa o Mestre, precisamos ser AMOR. E como foi referido logo acima… sermos semeadores do AMOR que existirá em nós.

Educar

“A educação real organiza sociedades dignas, onde a Ciência, a Filosofia, a moral e as Artes vicejam francamente sob atmosfera  favorável; onde há campo vasto para todas as atividades do Espírito e onde todas as aspirações elevadas da alma encontram possibilidades de realização. (…)

A missão do Espiritismo é educar para salvar. Enquanto este fato não penetrar a mente e o coração da maioria dos espíritas, a luz não estará no velador, e o Paracleto (*) ver-se-á embaraçado na tarefa de reivindicar os direitos do Divino Redentor, restaurando o Cristianismo de Jesus, desse Jesus que foi mestre, teve discípulos e proclamou a liberdade do homem mediante a educação racional do Espírito.” (2)

Educação e compromisso

Professores, Seres especiais que surgem em nossas vidas.

Quando ainda pequenos, encantam-nos o mostrar a beleza dos símbolos, pequenos desenhos que nos podem levar a descobertas incríveis.

Ao longo de nossos caminhos novas descobertas descortinam-se e nossas mentes ficam maravilhadas por tanto conhecimento a se apresentarem a nós. São horizontes que se mostram, de início sem sentido… mas vêm esses Seres, mostram-nos as senhas, quebram os códigos, por vezes criptografados, e nossas mentes começam a compreender o sentido que as imagens, por vezes indecifráveis, vão surgindo.

Eles, quando mais conscientes do seu papel e sensíveis à nossa ansiosa busca pelo aprender nesse caminho mágico que é a vida, percebem que não só devem derramar as informações, que são tantas e tantas a ponto de fazerem girar nossas cabeças. Eles percebem que devem fazer das informações links para as questões da própria vida, proporcionando o fazer sentido tudo, não são só conhecimento vazio a ser absorvido.

O professor, como agente do conhecimento, é aquele que convida o seu pupilo a entrar no seu mundo mágico e compreender o quanto pode transformar o seu próprio mundo também em algo encantado. É o aprender com alegria.

A beleza do aprender está na alegria de compreender que o mundo mágico do conhecimento não é estático, é dinâmico. É como olhar para o horizonte, caminhar em sua direção, perceber que, apesar de as imagens se aproximarem pouco a pouco, há ainda um caminho com muitas belezas a serem descobertas e o professor, que é consciente e sensível, proporcionará a seus alunos a curiosidade, aguçará suas mentes a quererem ir em frente, em busca do horizonte mágico, cada vez mais amplo e cada vez mais mágico.

Quando aprendemos a beleza de tudo isso, também iremos querer ser agentes do conhecimento e certamente iremos compartilhar tudo isso com nossos próprios discípulos, sejam eles alunos, filhos, netos, sobrinhos, amigos. Não importa, pois descobrimos a beleza e a alegria da vida, mesmo quando por vezes se mostra indecifrável.

Sal da Terra / Educação e compromisso

Missão de cada um de nós como Sal da Terra e como agentes no ensino do Evangelho

Primeiro de tudo precisamos nos encantar com os ensinamentos do Mestre Jesus. Abraçar não como só como leitores e estudantes do Evangelho, esta é só a nossa introdução, tendo como foco nossa jornada de trabalho.

A partir desse momento, faz-se necessário encontrarmos nossa empatia com o conteúdo desse Evangelho. Não mais ser tão só uma coletânea de informações vistas de maneira intelectualizada. Deverá passar a ser um arcabouço de onde apreenderemos noções básicas e imprescindíveis ao nosso viver.

Deverá passar a fazer parte de todos os nossos momentos. Alinhar nossos olhares: para nós, para o próximo, para a vida, para o passado, para o presente, para o futuro.

Absorver a beleza que há em cada palavra do Cristo, em cada ensinamento. Aprender a interpretar à luz do Seu amor, presente enquanto entre nós como Jesus, e durante todo o tempo, desde a formação ao Planeta e eternamente, como Cristo, Espírito Puro.

Ao conseguirmos realmente alcançar esse entendimento, estaremos preparados para prosseguir no trabalho do autoconhecimento, da reforma íntima, e sermos mediadores no semear do Sal da Terra… o Amor.

Agentes do ensino do Evangelho, não só nos grupos de estudos, nas conversas entre familiares, amigos…

Sermos agentes do ensino do Evangelho nas atitudes do dia-a-dia, no comprometimento íntimo, verdadeiro e natural na nossa jornada.

(1)       Nas pegadas no Mestre, Vinicius, FEB Editora

(2)       O Mestre na educação, Vinicius, FEB Editora

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