Posted por em 14 jun 2018

A primeira vez que tomei contato com a Copa do Mundo foi em 1958… nossa, há 60 anos! Eu estava com seis anos e meio.

Ficava observando meu cunhado Fernando ouvindo os jogos por um rádio de pilha – uma tremenda novidade à época -, praticamente “colado” na orelha. Era uma integração de tecnologia, corpo humano e esporte, quase formando um só “corpo”, ali na minha frente.

Ficava ele, meu querido cunhado, andando de lá para cá, por vezes intenso. Não podia ser interrompido, totalmente absorto na sua… pensei em atividade, ou trabalho circunstancial, não encontrei uma forma mais adequada para descrever em palavras a minha visão. Totalmente circunspecto, profundamente atento ao que ouvia.

Imagino hoje, pelo que conheci do Fernando, que ele estaria “montando” todo o jogo em sua mente, a partir das narrativas oferecidas pelo comentarista que, à época, era extremamente minucioso nos detalhes de tudo o que se passava no campo.

Esse foi o meu “batismo” na Copa do Mundo.

Cheguei a acompanhar a copa de 1962, mas não tenho histórias para contar. Eu me lembro de ter havido algum problema, mas não faço ideia do que tenha sido. Algo com o Pelé…

Bem, por que não aproveitar a tecnologia para buscar o fato? O Google me respondeu. Em um jogo com a Tchecoslováquia – dissolvida em janeiro de 1993 com a criação de dois novos países: República Tcheca e a Eslováquia) -, o Pelé se machucou e entrou Amarildo que, junto com Garrincha – uma história à parte que mereceria ser contada. Resultou em uma vitória sobre Espanha em jogo de estreia, 2×1.

Voltando ao que me proponho a dizer.

Depois de 1962 só me lembro de ter acompanhado a Copa de 70… não poderia ser diferente!

Uma equipe de grandes craques, verdadeiros artistas de campo. Era encantador observá-los jogando. Dribles, tomadas de bola como maestros da bola e de campo. Garrincha, então! Fantástico vê-lo movendo-se como um malabarista, parecia encantar a bola e fazê-la fazer coisas, como poder-se-ia dizer: Que qualquer um poderia duvidar ser possível.

Eu, que nunca fui apaixonada pelo futebol, ainda me lembro: Jairzinho, Tostão, Pelé, Júnior, Rivelino, Carlos Alberto Torres, Piazza, Félix, Clodoaldo, Everaldo, Gérson e Brito. Peço desculpas se eu me esqueci de alguém.

Como eu disse, o Garrincha é uma história à parte pela forma como se dedicava de corpo e alma ao que fazia. Expressava isso de forma exuberante no seu gingado com a bola e a maestria na administração da área sob a sua “batuta”, no caso suas pernas que, apesar de serem tortas na sua formação estrutural, eram perfeitas no que fazia: jogar futebol.

Quem me conhece sabe o meu prazer em observar a atuação de um profissional – seja cantor, ator, intérprete, jogador, não importa a área de atuação, até mesmo um escritor, um palestrante -, que é apaixonado pelo que faz. Este demonstra inevitavelmente a sua integração com o tema e o movimento de sua expressão. É apaixonante! A “arte” desse profissional é inigualável a outros que tão somente executam algo, ainda que com preciosismo, mas sem paixão.

Ah! Interessante contar minha atuação em 1970. Assisti ao jogo final – Brasil x Itália 4×1 – vestida de calça verde e blusa amarela. Com a vitória resolvemos, meu pai, minha mãe e eu, naturalmente, sair de carro para comemorar nas ruas de Brasília.

Seguimos em direção à Esplanada dos Ministérios e lá encontramos outros torcedores tão ou mais empolgados do que nós. Uma verdadeira carreata. Tínhamos um Karman Guia vermelho. Eu me sentei no capô do carro (uauuu! Hoje inconcebível fazer algo assim!) e seguimos em frente. A carreata seguiu até o Palácio da Alvorada (Residência presidencial) e lá, em grande algazarra e ao som de Prá frente Brasil e coisas assim, até mesmo do Hino Nacional, foram abertos os portões do Palácio da Alvorada e foi-nos permitida a entrada para que comemorássemos a vitória diante daquele monumento com arcos desenhados por Oscar Niemeyer.

Bem, por qual razão estou eu aqui, alguém que não acompanha futebol nem gosta de ouvir os jogos atualmente?

Uma sobrinha querida tem como tarefa jornalística escrever um artigo sobre a Copa do Mundo de 2018 e pediu que fizéssemos uma panorâmica sobre os preparativos pessoais para esse evento e expectativas que teríamos a respeito do evento.

Eu disse que gostaria mesmo de ter algo a dizer, mas o futebol não faz parte dos meus interesses. Tenho minhas razões, mas prefiro não elencá-las aqui. Deixo minhas opiniões pessoais para comentários informais e presenciais.

A minha expectativa com relação a esses eventos fica nas apresentações artísticas por ocasião da abertura e encerramento. Costuma serem lindíssimas e muito especiais. Sempre aguardo esses momentos e procuro acompanhar com atenção, são um deleite para os meus olhos e outros níveis de percepção que sejam ali “provocadas”.

Eu disse isso a ela. No entanto, pediu-me que falasse sobre meus sentimentos a respeito. Então… aqui está.

Abraços fraternos a todos, com carinho.

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