Posted por em 12 mar 2020

Estudo que seria oferecido no Centro Espírita Paulo de Tarso, em 12-03-2020

A reunião foi suspensa em razão de recomendações da área de saúde, no período de cuidados que estamos passando.

Folheto distribuído ao Público (PDF) – Oração ao Brasil

Áudio do Estudo (mp3) – 

Oração ao Brasil

A casa Paulo de Tarso indicou-me o texto Oração ao Brasil, de Ruy Barbosa (1849-1923). Esta personalidade conhecida por todos nós como Águia de Haia, por sua participação na Conferência de Paz em Haia (Holanda) em 1907.

Este texto está no livro Falando à Terra, psicografado por Chico Xavier.

Personagem de nossa História, teve importância em diversas áreas do conhecimento – jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, abolicionista, tradutor e orador. Fundador da Academia Brasileira de Letras (1897).

O autor descreve vários aspectos sócio culturais e políticos da época em que esteve representando o Brasil na Europa. No entanto, o que realmente importa, a meu ver, na apresentação que Ruy Barbosa faz, é a expressão de gratidão que ele oferece ao Brasil, por tê-lo acolhido em sua experiência terrena. Vale citar aqui parte do texto:

Atravessei os pórticos do templo da fraternidade, que o teu clima de paz me oferecia. Deslumbrado à luz de teu céu, ajoelhei-me ante o Cruzeiro resplandecente que te inspira, recordando o Divino Herói Crucificado. (…)

O perfume da terra misturava-se à claridade do firmamento, e orei, agradecendo à Providência Divina o acesso aos teus celeiros de pão e de luz, de compreensão e de bondade. Em teus caminhos, rasgados pela renúncia de apóstolos anônimos, estampavam-se os rastros de todos os corações que se haviam fundido, no crisol do amor sublime, para os teus primeiros dias de nacionalidade. Ouvi o cântico das três raças, que o trabalho, a simplicidade e o sofrimento consagraram para sempre em teu nascedouro, e recebi a honra de compartir o esforço de quantos te prelibaram a independência.

(…) Lidador novamente sentenciado ao ostracismo, aguardei a morte, com a serenidade do servo consciente, feliz pela exação no cumprir seu dever e crente na tua destinação de Terra Prometida que o Rei Entronizado na Cruz…”

Encerra Ruy Barbosa com a seguinte Oração ao Brasil:

“Descerra hospitaleiras portas aos ideais da bondade construtiva, do perdão edificante, do ilimitado bem, porque somos em ti a família venturosa do Cristianismo restaurado, e, por amor, se necessário, mil vezes nos confundimos no pó abençoado e anônimo dos teus caminhos floridos de esperança, empunhando o código da justiça para o exercício varonil do direito, emergindo das sombras da morte – celeiro sublime da vida renascente.

Grande Brasil! Berço de triunfos esplêndidos, aberto à glorificação do Cristo, seja Ele a tua inspiração redentora, o teu apoio infalível, a trava-mestra de tua segurança; e, enaltecendo o messianismo do teu povo fraterno, em cujo seio generoso se extinguem todos os ódios de raça e se expungem todas as fronteiras do separatismo destruidor, que o Mestre encontre no âmago de teu coração o sagrado pouso das Boas-Novas de Salvação, descendo, enfim, da cruz de nossa impenitência multissecular para conviver com a Humanidade terrestre, para sempre.”

Quantos de nós não estariam aqui hoje em situação similar? Talvez não na magnitude da responsabilidade de Ruy Barbosa no seu trajeto terreno, mesmo que tão somente uma jornada de realizações menos expressivas sob o ponto de vista social ou profissional. Todos nós, indistintamente, assumimos compromissos para o exercício desta encarnação, como também em tantas outras vivências no plano físico.

“Alguns por não conhecerem o princípio das múltiplas existências, ou por não conhecerem ainda o Evangelho do Cristo, não têm consciência do seu trajeto por essas paragens. No entanto, tenham por certo o quanto nos cabe a responsabilidade de acertar nossos passos, endireitar nossos rumos, termos consciência de termos, nos ombros dos tempos, encargos a serem desvelados e ajustados nos caminhos da eternidade.

Importante valermo-nos do conhecimento do Evangelho para abrir nossos corações e consciência. Despertar a luz, como Espíritos que somos, de a vida ser eterna e, a cada passo, abrirem-se responsabilidades e oportunidades de realizações no Plano Físico para que, no Plano Espiritual, estejamos melhor aquinhoados de sentimentos nobres e propostas benfazejas para um futuro beatificante junto a companheiros de luz.

Então, conscientes da responsabilidade nessa jornada e haurindo condições mais nobres no decorrer desse caminhar, saibamos agradecer por inúmeras experiências e oportunidades de aprendizado, elevação moral e amplitude intelectual.

No ir e vir entre planos físicos e sutis, galgaremos níveis mais elevados no processo evolutivo e seremos agraciados por condições redentoras. Serão novas oportunidades decorrentes do como exercemos os compromissos assumidos e responsabilidades delegadas por seres amorosos do Plano Espiritual, sob orientação do Cristo, em Seu Evangelho de Luz.

Sejamos, irmãos, Espíritos perceptíveis aos caminhos que se abrem a todo o tempo à nossa frente, descortinando horizontes e oportunizando o desvelar da Luz que nos aguarda.” (1)

Gostaria de fazer uma interligação com o que contempla o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (2).

Este livro remete a algumas interpretações quanto ao Brasil ser o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho:

̶ alguns se questionam quanto a poder ser qualificado desta forma, se vemos a todo o momento situações que o fazem ter uma condição totalmente diversa do que se esperaria de um País com essa qualificação;

̶ outros concluem que ainda alcançaremos, um dia, essa condição.

Há um outro olhar a respeito da afirmativa apresentada como título do livro.

Sermos sim, já há tempos, um País destinado a ser Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.

Qual a interpretação para este ponto de vista?

Jesus, tendo um encontro com Ismael – Guia espiritual do Brasil –, disse a ele para encaminhar para o Brasil os Espíritos que não obtiveram êxito em encarnações passadas, estes com um passado muito difícil e sem méritos que lhes permitissem vivenciar suas próximas encarnações em lugares outros. O Brasil seria um País hospital. Esses Espíritos teriam ali oportunidades de novos aprendizados, ainda que não conseguissem demonstrar, de pronto, possibilidade de ajustes benfazejos.

O Brasil, na condição de hospital, seria lugar onde poderiam ser envolvidos por energias que viessem a despertá-los para uma caminhada espiritual à luz do Evangelho do Cristo. A convivência desses Espíritos seria o fogo depurador no cadinho em que venham a ser purificados para, então, poderem cumprir novas jornadas em outro patamar no processo evolutivo.

O Brasil é o Coração do Mundo e Pátria do Evangelho não por seus moradores já se encontrarem em condições sublimes de evolução espiritual mas, sim, pela ambientação ali proporcionada pelo Plano Espiritual de Luz, de prontidão a todo o tempo para o envolvimento e encaminhamento desses Espíritos para o despertamento moral e ético.

Assim, deveremos contemplar o nosso País e ter, em nós, o sentimento de imensa gratidão pelas oportunidades a nós disponibilizadas, para que venhamos a conquistar, por merecimento decorrente de novos comportamentos, em cumprimento ao que firmamos junto a nossos orientadores espirituais, no preparo de nossas reencarnações.

(1) Texto intuído enquanto preparava o Estudo a ser oferecido e redigia o texto para o folheto a ser distribuído ao público.

(2) Humberto de Campos, por Chico Xavier

No livro Aprender com o Mestre – Sobre o Amor, vol. II, Elda Evelina Vieira, Observatório do Texto

Um novo lugar

Há um lugar onde estaremos em contato com o puro amor. Este lugar que nos espera é onde a luz brilha intensa e de forma perene.

Lá chegaremos quando estivermos prontos para o encontro com Deus, no Mundo Celeste ou Divino. É quando teremos aprendido e exercido os ensinamentos oferecidos por Deus, através do Cristo.

Chegaremos a este novo lugar quando estivermos plenos para este encontro.”

Elda Evelina – Texto para a arte “Um novo Lugar”

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