Posted por em 23 maio 2015

O Povo Dourado

Apresentação do documentário “O Povo Dourado somos todos nós”, em o 5° Festival do Cinema Transcendental”, em maio de 2015, em Brasília

Elda Evelina Vieira

Em dezembro de 2013 recebi um link enviado pela minha filha. Este link referia-se ao projeto “O Povo Dourado somos todos nós”, que visava a produção de um documentário a respeito de uma lenda Tupi-Guarani. Seus diretores Cecília Engels, Daniela Perente e Felipe Kurc, são jovens que sentiram a necessidade de abraçar essa missão com dedicação, carinho, determinação e coragem.

A produção deste documentário exigiu conhecimento e envolvimento emocional que proporcionassem condições de tudo seguir a contento para as partes envolvidas, estas muitas vezes distantes fisicamente, mas aproximadas pela mesma emoção.

O próprio título encantou-me de pronto – O Povo Dourado somos todos nós. Trouxe-me a impressão da valorização e da beleza da Vida, da importância de todos os seres humanos, indistintamente. Esta ideia encaixou-se como uma “luva” na percepção que tenho de como a vida e todos nós somos importantes e devemos ser valorizados, mais do que isso, devemos buscar o valorizar a nós mesmos.

Depois desta primeira impressão foi interessante ver o nome de Kaká Werá Jecupé na divulgação do mito Tupi-Guarani “A Criação do Mundo – a Voz do Trovão”. Isto porque tenho uma grande admiração pelo trabalho dele, desde que conheci seu livro “A Terra dos Mil Povos”, há aproximadamente quinze anos. Livro este que me fez perceber a beleza e a riqueza cultural na história indígena no Brasil, ali contada, bem como o caminhar deste povo pelas nossas terras.

Cito textualmente uma reflexão proporcionada por Kaká Werá Jecupé em o livro “A Criação do Mundo – a Voz do Trovão”:

“… esta mitologia, cujo ápice é a profecia do nascimento do “povo dourado” é mais que uma metáfora e não se trata de nenhum sincretismo cultural e nem aculturação, nos termos antropológicos. Trata-se do florescimento de uma geração que tem a oportunidade de acolher as experiências de sabedoria profunda de cada “raça consciencial” na Terra, através de uma escuta profunda, sem preconceitos, e extrair daí uma síntese de orientação para o si mesmo e para o grupo no qual está inserido.

Um outro ponto que chamou a minha atenção foi o envolvimento de jovens alemães, através do casal Sylvia Vogele e Winfried Vogele, euritmista e maestro que, inspirados pelo mito, criaram a obra sinfônica e teatral “A Voz da Criação”.

Envolveram-se também no projeto a Associação Monte Azul, o grupo Arapoty Cultural de Itapeceria da Serra e o grupo de euritmistas da Escola Rudolf Steiner de São Paulo.

O documentário, como já mencionei, tem como direção os jovens Cecília Engels, Daniela Perente e Felipe Kurc.

Todo o trabalho foi realizado com muita dedicação e carinho, posso afirmar mesmo ser uma declaração de amor pela mensagem contida no mito.

Creio que uma tentativa de sensibilizar corações e almas para um novo olhar sobre os valores culturais das nações antigas desta terra a que hoje damos o nome de Brasil.

Decidi engajar-me neste projeto não só com a participação material, através do sistema de financiamento coletivo, como também espiritualmente, buscando envolvê-lo com o meu carinho e acompanhando o seu caminho através do Benfeitoria.

No início deste ano o projeto tornou-se realidade e aqui está o resultado, desejo que a história aqui contada, em várias formas de expressão, toque também seus corações.

Há um texto no livro “Terra dos Mil Povos” que para mim remete a uma reflexão profunda sobre nós Seres Humanos e o nosso caminhar:

“No caminho do guerreiro, cabe a você discernir o que foi tecido pelos fios divinos e o que foi tecido pelos fios humanos.

Quando você principia a discernir, você se torna um txucarramãe – um guerreiro sem armas.

Porque os fios tecidos pela mão do humano formam pedaços vivificados pelo seu espírito.

Essa mão gera todos os tipos de criação.

Muitas coisas fazem parte de você para se defender do mundo externo, geradas pela sua própria mão e pelo seu pensamento.

Quando você descobre o que tem feito da sua vida e como é a sua dança no mundo, desapega-se aos poucos das armas, que são criações feitas para matar criações.

De repente, descobre-se que, quando paramos de criar o inimigo, extingue-se a necessidade de armas.”

Meu carinhoso e fraternal abraço a todos que, de alguma forma, proporcionaram a realização de todo este trabalho, bem como a Organização Estação da Luz por acolher a proposta da apresentação do documentário no 5 Festival de Cinema Transcendental.

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Folheto distribuído para o público presenteApresentação do documentário-O Povo Dourado somos todos nós

Um Comentário

  1. 1-4-2017

    Amiga de fato amei… vou repassar o link a uma concunhada que mora em Campo Grande e é descente de uma tribo indígena (não me lembro qual no momento).
    E como você diz: o povo dourado somos todos nós sim! valorização da vida,
    valorização de nós mesmos…
    (Imprimi o texto para continuar refletindo…)
    Abraços.

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