Posted por em 29 mar 2022

Áudio – leitura do texto que foi elaborado para acolher o conteúdo do assunto e posterior apresentação ao vivo na reunião de 29-03-22.

Link para o vídeo contendo o Estudo >> https://youtu.be/9zYIeZcuHqA 

“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.” — (Mc 10:50.)

Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel – Cap. 98

Este tema tem como referência o Capítulo dez do Evangelho de Marcos.

Interessante que façamos uma reflexão sobre todo o texto do evangelista, pois que a passagem do Evangelho traz importante conteúdo para o que nos é oferecido por Emmanuel, visando o Estudo que se segue.

Inicialmente seria interessante procurarmos entender o que significaria o termo “Capa”. Poderíamos encontrar várias interpretações. Desde o entendimento a partir do significado oferecido por Dicionário da Língua Portuguesa:

– “Espécie de casaco sem mangas; Cobertura de papel para livro ou caderno.” (1)

– “Cobertura, revestimento, indumento.” (2)

– “Máscara, fantasia” (3)

A parte do texto de Marcos, a que se refere Emmanuel, está na parte final do Capítulo. São 52 versículos e é no versículo 50 que está a passagem tema do nosso Estudo.

Foram abordados os temas, adultério e divórcio na parte inicial do Capítulo.

A seguir, foi a passagem em que algumas pessoas trouxeram algumas crianças para que tocassem no Mestre. Os discípulos repreenderam aqueles que lhes traziam as crianças.

Jesus indignou-se com a atitude dos discípulos e disse que lhe trouxessem as crianças, pois que o Reino de Deus é desses pequeninos.

Acrescenta Jesus: “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele. E tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou. (Mc 10:15 e 16)

Seguindo esse contexto, chegou até o Mestre um homem que a ele pergunta: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”

Jesus então lhe diz que “Ninguém é bom senão um, que é Deus.” (Mc 10:18)

A este homem diz o Mestre: “Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe.”

Afirma o homem que havia guardados esses Mandamentos desde a mocidade.

Neste momento o evangelista Marcos narra que: “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.

Nesse momento o homem entristeceu-se, pois que tinha muitas propriedades.

Jesus então disse aos discípulos: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc 10:23)

Em determinado momento, Jesus falou-lhes do que lhe adviria a partir daquele momento.

Aproximando-se do Mestre, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Pediram-lhe que ficassem, um à direita e

outro à esquerda de Jesus.

Jesus respondeu-lhes: “qualquer que dentre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mc 10:45)

Foram para Jericó e, saindo desta cidade com os discípulos e uma multidão.

No caminho, estava Bartimeu, cego, filho de Timeu, mendigando junto do caminho.

 Este ouvindo que era Jesus de Nazaré que ali se encontrava, começou a clamar: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim.” Nesse momento fora este repreendido por muitos, mas Bartimeu clamava ainda mais, pedindo misericórdia.

Jesus pediu então que chamassem o cego. Assim se fez e disseram a Bartimeu: “Tem bom ânimo; levanta-te , que Ele te chama.”

Nesse momento vem a passagem que deu origem ao texto de Emmanuel: “ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.” (Mc 10:50.)

Jesus pergunta-lhe então o que queria que se lhe fizesse. Bartimeu responde: “Mestre, que eu tenha vista.

O Mestre então lhe disse: “Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” (Mc 52)

Diante de todas essas afirmativas do Mestre quanto ao Reino de Deus, podemos tecer algumas reflexões.

O tema oferecido por Emmanuel – Capas – e as passagens da narrativa oferecida pelo evangelista Marcos, oferecem-nos oportunidades para interessantes reflexões.

Tomando primeiro a interpretação da palavra Capas, como nos oferecem os dicionários mencionados, podemos interpretar tanto como uma simples capa (indumentária). No entanto, não faz muito sentido Emmanuel ter acolhido esta palavra sem que lhe destinasse uma interpretação mais significativa no contexto em que se insere.

Ao ler o texto com cuidado mais acurado, detive-me em uma das sugestões do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa – Máscara. Buscando um pouco mais de recursos para interpretação, encontrei uma leitura sobre o termo sob a forma de Máscara emocional:

– Espécie de disfarce criado como uma forma de proteção. Distorção da personalidade para ser mais aceito, para não demonstrar a dor que está sentindo ou, simplesmente, para conseguir se adaptar e sobreviver ao ambiente no qual se está inserido.” (4)

– “… alguns indivíduos se escondem atrás de personas criadas para se protegerem da potencial dor que o envolvimento com os demais pode acarretar, enquanto outras estão apenas tentando conquistar aquilo que é de seu interesse.” (4)

Tendo então o entendimento acima oferecido pela área da psicologia, podemos entender a intenção de Emmanuel no contexto de seu texto:

As pessoas humanas exibem no mundo as capas mais diversas. Existem mantos de reis e de mendigos. Há muitos amigos do crime que dão preferência a “capas de santos”. Raros os que não colam ao rosto a máscara da própria conveniência. Alega-se que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, que é imprescindível atender à movimentação do século; entretanto, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor, tal qual é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material ou os da exagerada noção de sofrimento. A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. Nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas.

Assim somos muitos de nós. Apresentamo-nos nem sempre como o Ser verdadeiro que existe em nós. Por vezes escolhemos “personalidades” para nos apresentarmos na sociedade, no meio em que vivemos, identificados diferentemente do que realmente do que realmente somos.

No caso da passagem oferecida pelo evangelista Marcos e as reflexões de Emmanuel sobre o tema “Capas”, proporciona a nós a oportunidade de buscar em nossos momentos, sejam particulares ou sociais, o entendimento de como estamos lidando com o Ser que somos. Estamos sendo verdadeiros em nossa maneira de ser?

Termos o entendimento de que devemos ser como uma criança ainda pura de coração. Sermos verdadeiros, sem máscaras, sem vestimentas com que queiramos nos apresentar como privilegiados ou buscadores de privilégios.

Façamos como Bartimeu, despojarmo-nos da “capa” para nos apresentarmos ao Mestre, sermos puros de coração para podermos receber o Reino de Deus.

(1) www.lexico.pt/capa

(2) Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, Francisco Ferreira dos S. Azevedo)

(3) Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, Francisco Ferreira dos S. Azevedo)

(4) jrmcoaching.com.br – José Roberto Rodrigues

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *