Posted por em 30 nov 2018

Estudo oferecido no GFEIE Asa Norte, em 30-11-2018

Folheto distribuído ao público (PDF) – Testamento de Jesus

Áudio do estudo (mp3) – Testamento de Jesus


Poderíamos até mesmo dizer – Legado de Jesus – provavelmente ficaria mais adequado como tema do que se pretende discorrer.

Como se costuma dizer… comecemos do começo. Dos procedimentos que nos foram oferecidos pela Espiritualidade, por conta da formação do Planeta a que damos o nome de Terra, e a partir de como evoluiu até os momentos de hoje.

Levaremos em conta tanto ao que nos é permitido saber pela ciência, como também pelo que nos informaram Espíritos amigos, bem como ao que nos foi proporcionado pelos evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João. Sendo que, com relação à formação do Planeta, especificamente João.

Comecemos, então, pelo evangelista João, que afirmou, com muita clareza, a condição de Jesus – Jo 1:1-5, 9 e 10

1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 Ele estava no princípio com Deus.

3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

9 Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.

10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.

Já no nosso tempo, Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, trouxe-nos mais uma vez o conhecimento de que Jesus trabalhou, com outros seres angélicos, na formação do Planeta em que vivemos: (1)

“A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS

Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.”

Obs.: De acordo com a ciência, hoje, o Planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. A vida na Terra teria tido início há pelo menos 3,5 bilhões de anos. O surgimento dos primeiros hominídeos teria sido entre 13 a 4 milhões de anos atrás. O Humano (Homo sapiens) teria surgido há cerca de 350 mil anos (há referências também de 200 mil anos) e teria adquirido o comportamento semelhante ao que observamos hoje há cerca de 50 mil anos (*)

Se terminássemos aqui nossa narrativa, já teríamos informações relevantes para considerarmos o tema “Testamento de Jesus”, ou “Legado de Jesus”, como completivo, no que toca ao legado da criação do orbe e do processo de surgimento e evolução do Homem, deixando a cargo do imaginativo de cada um preencher os espaços com informações complementares, sejam as oferecidas pelos evangelistas, sejam aquelas disponibilizadas pelos Espíritos amigos ao longo dos tempos. Aqui não só referindo-nos àqueles do tempo atual, últimas décadas.

Precisamos compreender que ao longo dos milênios evoluiu o corpo, evoluiu a capacidade intelectual, assim como o adiantamento moral, tudo integrado ao comando maior do Mestre.

Antes mesmo da vinda do Cristo, na personalidade Jesus, houve vários Espíritos (encarnados ou instrutores espirituais) que acolheram como missão o divulgar os ensinamentos do nosso Mentor maior, identificado pelo evangelista João como “a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.”

Importante trazer algumas particularidades que reforçarão nosso entendimento a respeito do “Legado de Jesus”. Para muitos de nós, ainda se faz necessário que os esclarecimentos sejam mais detidos nos acontecimentos, somos ainda “meninos espirituais” (2) como nos diz Emmanuel.

O Ser Crístico, Espírito puro, que tomou a personalidade Jesus enquanto entre nós há dois mil anos, está conosco, como Mentor, Modelo e Guia espiritual (3), desde seu gerenciamento na formação do Planeta.

Diante desse fato, poderemos inferir que, ao longo dos milênios da Humanidade Terrena, tudo o que nos foi oferecido como conhecimento esteve sob a gerência de um plano espiritual sob coordenação do Cristo (Jesus, como o conhecemos). Terão sido aqueles que tomaram para si a missão de divulgar os ensinamentos, ao longo desse tempo, intuídos por seus discípulos, ou representantes delegados, para abrir véus do conhecimento para o aprimoramento intelectual e moral da Humanidade terrena.

Esclarecimentos dos Espíritos (4):

626 Só por Jesus foram reveladas as leis divinas e naturais? Antes do seu aparecimento, o conhecimento dessas leis só por intuição os homens o tiveram?

“Já não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Desde os séculos mais longínquos, todos os que meditaram sobre a sabedoria hão podido compreendê-las e ensiná-las. Pelos ensinos, mesmo incompletos, que espalharam, prepararam o terreno para receber a semente. Estando as leis divinas escritas no livro da Natureza, possível foi ao homem conhecê-las, logo que as quis procurar. Por isso é que os preceitos que consagram foram, desde todos os tempos, proclamados pelos homens de bem; e também por isso é que elementos delas se encontram, se bem que incompletos ou adulterados pela ignorância, na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie.”

Nessa passagem, em o Livro dos Espíritos, fica claro para todos nós o que por vezes poderíamos vir a questionar de o conhecimento, ao longo dos milênios, ter sido oferecido pelo Cristo, por nós nominado como Jesus. Dever-se-ia a eventual incompletude ou inadequação de qualquer saber oferecido anteriormente. Vale ressaltar que qualquer equívoco terá sido pela ignorância (falta de conhecimento adequado para conclusões alcançadas) daqueles que foram intuídos e não compreenderam devidamente o que lhes fora oferecido.

Grande é nossa responsabilidade nesse caminhar espiritual. Somos coparticipantes nesse processo. Tão mais nos detivermos nesse comprometimento, mais próximos estaremos de nossa meta evolutiva. Não só como individualidade, como também, e mais importante, no processo evolutivo da  Família Espiritual.

Diz-nos Jesus (Mc 16:15):

“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura.”

No momento em que Jesus instruiu os discípulos para essa missão, estava também instruindo a todos nós. Somos coparticipantes desse processo, como agentes cocriadores e propagadores da Boa Nova.

Quanto ao nosso papel no compartilhar, devemos considerar, nesse contexto, que todo conhecimento inspirado e compartilhado não se deteria somente no nosso ambiente terreno, considerando que todos nós assumiremos novas personalidades, ao longo dos milênios de nossas existências, como espíritos. Iremos “navegar” por outras paragens espirituais e materiais partilhando, em outras Moradas do Pai, todo o saber acolhido.

Não somos Espíritos com existência restrita em uma só dessas Moradas, nosso caminhar evolutivo desdobra-se por outros mundos e paragens espirituais e, no decorrer dessa jornada, temos como meta, como missão, esse compartilhar sendo agentes atuantes na evolução, não só restrita ao nosso orbe. Devemos conscientizarmo-nos da extensão de nossas atribuições como aprendizes comprometidos com o papel de discípulos e, em um futuro promissor, como apóstolos do Mestre.

Para sermos agentes cocriadores e propagadores da Boa Nova, teremos de acolher os ensinamentos maiores em nossos corações tornando-os explícitos em nós através de nossas palavras, pensamentos e ações. Sendo exemplos vívidos do Evangelho, como aguarda-nos Jesus, o Cristo.

Ele nos convida a todo o tempo a essa tarefa. No entanto, precisamos estar disponíveis para “ouvir” o que tem a nos dizer.

O Evangelho é nossa Cartilha diária para o aprendizado e meditação profunda.

Por vezes saímos por um atalho por acreditar ser mais fácil, cômodo. Ainda, como meninos espirituais, escolhemos situações de conforto, pelas facilidades que apresenta.

Diz-nos Joanna de Ângelis que, durante nossa caminhada espiritual, vamos paulatinamente tomando consciência da realidade do nosso Ser e, assim, promovemos nossa busca por níveis mais elevados de evolução. Na medida em que encontramos nossos caminhos, outros se descortinam à frente, fortalecendo e desvelando horizontes até então desconhecidos. (5)

Em complemento, oferecemos textualmente uma percepção importante para todos nós, citando Joanna de Ângelis no que poderemos entender como mais uma percepção do legado do nosso Modelo e Guia Jesus, o Cristo:

“O Homem-Jesus sabia-o, em razão de haver atingido anteriormente o mais elevado nível de evolução, que O destacava das demais criaturas terrestres, apresentando-se como o Modelo e o Guia a ser seguido. Criado por Deus, e havendo alcançado o excelente estágio de progresso e de iluminação em que se encontrava, aspirava para todos os indivíduos a mesma posição, tendo, por Sua vez, o Pai como exemplo e foco a ser conquistado.

Sendo o progresso infinito, não se contentou no que havia adquirido, detendo-se em improfícuo e absurdo repouso, por entender que entre Ele e o Criador medeia um verdadeiro abismo de evolução, tanto quanto um outro vão desafiador existe entre os seres terrestres e a situação que Ele desfruta na escala de valores morais e espirituais.

Assim sendo, propôs que ninguém se satisfaça com o já conseguido, antes cresça, busque, entregando-se ao esforço incessante da libertação dos atavismos iniciais, e ascenda no rumo da Grande Luz, tendo-O por condutor seguro.

Antes, porém, de ser empreendida por alguém essa busca, torna-se necessário que saiba o que deseja e para qual finalidade o almeja. (…)

Desse modo, a lição proporcionada por Jesus em grande desafio à criatura humana permanece como diretriz que não pode ser retirada do comportamento espiritual do ser: Buscai e achareis (Mt 7:7)” (5)

(1)     – A caminho da luz, Emmanuel, por Chico Xavier

(2)     – Caminho, verdade e vida, Emmanuel, por Chico Xavier

(3)     – Livro dos Espíritos, Questão 625

(4)     – Livro dos Espíritos, Questão 626

(5)     – Capítulo A busca, em o Jesus e o Evangelho, segundo a psicologia profunda, Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco

(*)   – Goodman M, Tagle D, Fitch D, Bailey W, Czelusniak J, Koop B, Benson P, Slightom J (1990). «Primate evolution at the DNA level and a classification of hominoids». J Mol Evol. 30

«Hominidae Classification». Animal Diversity Web @ UMich. Consultado em 25 de setembro de 2006.  

 

“Ele disse que se fazia essa pergunta todos os dias, para que servia a utopia? Se é que a utopia servia para alguma coisa.

Ele disse: “Vejam bem, a utopia está no horizonte e se está no horizonte eu nunca vou alcançá-la, porque se caminho dez passos, a utopia vai se distanciar dez passos e se caminho vinte passos, a utopia vai se colocar vinte passos mais além, ou seja, eu sei que jamais, nunca, vou alcançá-la. Para que serve?

Para isso, para caminhar.” Eduardo Hughes Galeano

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