Posted por em 23 set 2017

Olhares - Exposição

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Há muitas maneiras de olhar.
Muitos pensam que só podemos olhar de olhos abertos.
Como se enganam!
Também podemos olhar com os olhos da Alma e esta não precisa dos olhos físicos para enxergar. É com os olhos da Alma que podemos enxergar mais profundamente e muito mais longe.
Para a Alma não existem distâncias, nem obstáculos, olhos embaciados ou dificuldades visuais decorrentes de lesões de qualquer natureza.
Com a Alma enxergamos melhor de olhos fechados. É quando ficamos mais disponíveis ao que ocorre além da matéria.
A maneira de olhar também pode ser diferente, tanto com os olhos da matéria, quanto com os olhos da Alma.  
Depende das nossas emoções que nos tomam em cada momento.
Há vezes que podemos ver algo de uma forma e em outro momento ver a mesma coisa de outra forma.
É muito interessante estar atento a como vemos os fatos, as emoções; como percebemos a paisagem, o céu, as nuvens, os pássaros, as flores… Tudo o que nos cerca.
Ah! Interessante também perceber o olhar o olhar de alguém… Sentir qual emoção nos toca, se há ressonância ou não em nossos corações.
O olhar conta-nos muitas coisas e, por certo, nós nos expressamos pelo nosso olhar.
Se queremos guardar algum segredo precisamos cuidar do nosso olhar. Ele pode suscitar curiosidades àqueles que nos olham e, sem nos cuidarmos quanto ao que nosso olhar está expressando, podemos ficar frágeis por alguns momentos. Veja bem! Cuide-se!!!
Os olhos materiais podem ser enganados, vale lembrar as apresentações de prestigitadores, ilusionistas, pessoas hábeis na manipulação de imagens e movimentos.
Isso não se dá com os olhos da Alma. Esta está sempre alerta, pois seu “olhar” vê com a intuição, com a percepção sutil, e não costuma estar enganada com o que “vê”.
Certa vez ouvi alguém dizer que percebemos o mundo não só com os olhos, também com os ouvidos, olfato, pela sensibilidade, sentimentos, emoções, com o tato, pelos nossos condicionamentos, memórias, conceitos, conhecimentos.
Compreender o que nos cerca passa pelo olhar sob várias fontes de percepção. Quanto mais conhecimento, memórias, sentimentos, melhor e mais aguçado torna-se nosso olhar para alcançar os significados dos acontecimentos em maior amplitude e profundidade.
Olhar o mundo à nossa volta não se limita a visualizar os contornos, as cores, as formas.
Olhar vai muito além.
Também compreende perceber-se, sentir a própria alma, mesclar sentimentos, imagens, sons, trazendo para si as emoções que o amalgamar proporciona e oportunizar nosso Ser o transformar-se a partir da experiência concedida.
Podemos perceber o quanto precisamos nos desapegar do concreto para absorver os conceitos novos. Um olhar panorâmico, perceber o todo sem nos determos no detalhe que reduz a nossa capacidade de aprender o que seja o Caminho e apreender seus verdadeiros valores.
Muitos filósofos terão aprendido a olhar com os olhos da intuição.
Ao longo dos séculos, o Ser Humano, em sua grande parte, foi perdendo essa capacidade e se apegou ao Ego, à percepção pelas sensações físicas.
Muitos de nós já conseguiram alcançar a consciência de que precisamos nos libertar do apego às percepções do EGO, saber que perceber o invisível está além dos olhos físicos, está no olhar com a Alma.
Quando buscamos esse olhar mais profundo, precisamos estar prontos a perceber o mundo mais sutil que coexiste com o mundo material. É o olhar com os olhos da Alma, é a visão espiritual em ação. Este olhar proporciona a nós percepções muito mais abrangentes do que o dos olhos do corpo, este muito mais limitado, restrito em suas percepções muitas vezes “contaminadas” pelos preconceitos e valores do dia-a-dia.
Lembrando reflexões levadas em o documentário Janelas da Alma (entrevistas com pessoas que têm deficiência visual – plena ou parcial). A experiência de se perder a visão física pode trazer desconforto, mas ao mesmo tempo pode ser enriquecedora porque passamos a ter um “olhar” mais aguçado para o que nos acontece. O enxergar pode proporcionar uma limitação para a percepção do mundo. O conhecimento nasce do incômodo, que nos faz procurar novas alternativas e percepções.
Neste mesmo documentário, Oliver Sacks, neurologista, neorocientista, escritor de grande conceito na sua área de atuação (falecido em 30-08-2015) traz a seguinte reflexão:
“Se dizemos que os olhos são a janela da Alma, sugerimos, de certa forma, que os olhos são passivos e que as coisas apenas entram. Mas a Alma e a imaginação também saem. O que vemos é constantemente modificado por nosso conhecimento, nossos anseios, nossos desejos, nossas emoções, pela cultura, pelas teorias científicas mais recentes.
Acredito que… se alguma vez vimos raspas de ferro sobre um ímã e qual o comportamento de um campo magnético, acredito que isso entra no imaginário de certa maneira e posso ver o campo invisível do imã. Eu posso vê-lo, sem o ver. Posso vê-lo com os olhos da mente.”

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