O perdão de Jesus – Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem

Posted por em 21 mar 2015

ImgCapaSite-EvangelhoAmor

Áudio do estudo oferecido na FEB no dia 30 de novembroPai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem

Audio (mp3) da palestra oferecida no GFEIE, em 28 de marçoPai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem

Separador-Evange

Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas.

E o povo estava ali a olhar. E as próprias autoridades zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus. (Lucas 23:33-35)

O estudo a que daremos seguimento é sobre um momento muito especial em que Jesus, no Calvário, já crucificado, diz: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.

Creio que esta passagem pode levar-nos a ter duas interpretações sobre esse momento.

A primeira seria a de olharmos as palavras de Jesus como de alguém que pede ao Pai que perdoe a multidão pela escolha de oferecer a Ele, e não Barrabás, para a morte na cruz. É Jesus pedindo ao Pai que perdoe as pessoas pelo que estavam fazendo com Ele.

Ao mesmo tempo em que poderíamos interpretar desta forma, ocorreria a nós, também, uma reflexão por decorrência. Por qual razão Jesus não ofereceria Ele próprio o perdão à multidão, já que a ação no caso estaria sendo dirigida a Ele? Pedir ao Pai que perdoasse quando Ele próprio, Jesus, é que estaria sendo sacrificado!

Bem, diante da implicação decorrente de se pensar de Jesus estar se sentido dorido pelas atitudes da multidão, e sabendo que Ele estava em um nível espiritual elevado e, por isso, não estaria se sentindo prejudicado pela multidão, isso nos leva a buscar um novo olhar para o que ali ocorrera.

Há uma reflexão, então, que oportuniza uma alternativa consoladora, de amor e misericórdia.

Jesus pedira ao Pai que perdoasse a multidão não porque O estaria oferecendo em sacrifício, mas pelo fato de esta mesma multidão estar prejudicando a si mesma. A multidão que ali estava a gritar e mobilizar-se pela morte de Jesus estava investindo em sua própria perdição, criando débitos enormes no seu processo de busca evolutiva.

O quanto aqueles espíritos que ali estiveram a gritar “Crucificai-o, crucificai-o” estavam assumindo compromissos terríveis pelos quais iriam arrepender-se um dia.

No entanto, até que alcançassem a primeira graça, a do reconhecimento da falta cometida no exercício do autoconhecimento, que antecede à graça do arrependimento, muitos séculos ainda poderiam viver no sofrimento decorrente por essas faltas!

Quantas dores ainda experienciariam por seus atos impensados e tomados pelo impulso da emoção incontida! Muitas vezes com o sentimento de culpa, que amarga as nossas vidas e sentimo-nos perdidos sem saber o que fazer, como nos libertar! Não obstante isso, é positivo percebermos o erro, pois só a partir desse momento haverá uma mobilização interior para o encontro com o Eu e a busca pela compreensão do que somos e do que devemos fazer para seguirmos em frete no processo de autodescobrimento.

Alcançada esta primeira graça viria, então, a bênção do arrependimento. É o momento em que o espírito se abre para receber a luz do amor a ele dirigido pelo Pai. É quando se conscientiza de que há algo mais do que ele próprio e precisa conectar-se com essa luz disponível a todos nós todo o tempo, mas nem sempre estamos preparados para percebê-la e acolhê-la em nós.

Neste momento o sofrimento transforma-se em paz interior. É a fé mobilizando a grande transformação do espírito. A luz vem de Deus, mas a profunda mudança precisa ser promovida pelo espírito, à luz do amor do Pai.

A partir do momento em que nos dispomos a acolher esta luz e despertamos em nós a fé que estivera adormecida, prontamente oferecemo-nos para a passagem pelo próximo passo do nosso processo de evolução espiritual que é o da expiação. Sentir em nós as dores que proporcionamos àqueles com quem partilhamos algumas existências na carne, aprender com o sofrimento e a sublimá-lo no entendimento de que experiências estas são nossas oportunidades de crescimento espiritual, de elevação moral.

Depois de alcançarmos essa nova bênção, abrimos o nosso coração para uma nova etapa, a do resgate, quando nos disponibilizamos a partilhar o que aprendemos sobre o viver, o sofrer e o amar e oferecemo-nos para compartilhar esse amor proporcionando, àqueles outros, oportunidades de também aprenderem e evoluírem, mesmo que isso nos leve a sacrifícios. No entanto, esses não serão com sofrimento, mas com alegria pelo que poderemos proporcionar aos companheiros de jornada que aprendemos a amar de forma verdadeira, reconhecendo cada um deles como irmãos, filhos do mesmo Pai que a todos ama igualmente.

Jesus, naquele momento em que pede ao Pai que nos perdoe, já nos visualizava passando por todas essas fases mencionadas e já ali envolvia-nos em Seu amor e compaixão, pedindo ao Pai que nos acolhesse em seu regaço com a energia do perdão.

Não obstante os momentos de dor, em razão dos flagelos pelos quais passava, Jesus não deixou um só momento de nos amar e ali intercedeu por todos nós.

Menciono que perdoe a nós porque certamente muitos de nós estavam lá naquele momento e alguns certamente já transitaram por várias dessas etapas, aqui mencionadas, ao longo de vários séculos. Alguns estão expiando, outros quem sabe já resgatando.

Ali do alto do Calvário, de sobre a cruz, ele contemplou toda multidão e viu ali a todos nós, a humanidade terrena, que iria sofrer as dores que proporcionam a busca pelo autoconhecimento e o despertar do arrependimento, bem como receberiam a bênção da expiação e a beleza do amor em ação no resgate que nos eleva à condição de verdadeiros irmãos de humanidade.

É pela consciência de termos sido envolvidos pelo amor de Jesus, pela energia do perdão do Pai que temos condição de seguir nossa jornada evolutiva com confiança e fé.

3 Comentários

  1. 19-5-2018

    E por que não uma terceira interpretação?
    A de que a morte de Jesus teria sido um erro? Por que não?
    Perdoar o quê? Aquilo que Lhe estavam a fazer? Estavam a mata-lo.
    Jesus pede ao Pai que perdoe os assassinos, pois não sabiam o que estavam a cometer um erro em mata-Lo. Não pode ser também uma interpretação a tirar?
    O que Jesus pedia? Não era que acreditassem N’Ele, pois essa era a vontade de Deus? Acreditaram? Não.
    Se acreditassem, certamente não o teriam morto. É uma interpretação possivel também.

    • 18-10-2018

      Boa tarde. Sei que demorei a retornar para você. Não foi por rejeitar a sua reflexão, mas porque não era a minha intenção acolher tal alternativa. Afinal de contas, foi um trabalho com um objetivo para o qual a interpretação que você ofereceu não caberia. Sempre podemos ter olhares diferentes para uma mesma questão. Eu mesma gosto muito de buscar alternativas para analisar. Isso sempre me proporciona oportunidades para ampliar horizontes. Agradeço a sua sugestão e não dispensei, não obstante talvez tenha dado essa impressão. No entanto, no caso específico desse trabalho, será o que já contemplei. Fraternal abraço.

      • 18-10-2018

        Muito obrigado.
        Agora me lembro, contudo ao rele-lo fico com a impressão de que não fui muito claro. Estou errado? Fiz perceber qual poderia ser uma terceira interpretação?
        Um abraço
        LN

Deixe uma resposta para Elda Evelina Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *