Posted por em 10 out 2017

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido no Grupo Fraternidade, em 10-10-2017

Áudio do estudo – No Reino das Borboletas

Material distribuído ao público – No Reino das Borboletas – folheto

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“Tudo que vive, vive para sempre. Somente o invólucro, o que é perecível, desaparece. O espírito não tem fim. É eterno. Imortal.” Bhagavad Gita

Há várias histórias sobre as Borboletas e lagartas e, normalmente, a razão de ser de todas elas é trazer-nos reflexões primorosas sobre a vida e a necessidade de compreendermos as transformações pelas quais devemos passar para encontrarmos nosso estado de Ser de luz.

Somos espíritos imortais e ainda falíveis. Temos a nossa beleza, nossa própria luz, mas precisamos desenvolver nossa capacidade evolutiva para encontrar nossa essência.

Jesus disse:
– “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia.” Pv 4:18
– “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mt 5:13-16
– “Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”. Jo 12:36

A história na qual nos baseamos para este estudo tem como título No Reino das Borboletas (*).

Fala de um local onde viviam várias lagartas. Por certo, diante da narração apresentada, muitas delas estariam a reclamar das dificuldades que ali encontravam por viverem coladas à erva do pântano.

Um certo dia, uma formosa borboleta surgiu ao crepúsculo, refletindo o brilho da luz do sol. Pousou junto a um grupo de lagartas que se mostraram espantadas diante de tal beleza e fulgor.

A borboleta, dispôs-se a dizer-lhes que não deveriam se assustar, pois ela era parte da família de todas elas. Viera para trazer-lhes esperança. Conta que viriam a vivenciar experiências diferentes das que experimentavam naquele momento. Sugeriu-lhes que tivessem calma, paciência e fossem fortes. Deveriam esforçar-se para não se entregarem ao desânimo, mesmo que sob golpes do vento que por vezes varria as folhas em que viviam.

Deveriam acreditar e esperar por uma experiência que estaria por vir após longo sono. Ao acordarem, depois da fase de adormecimento, identificariam ter adquirido asas como seda, que refletiriam a luz do sol. Não mais viveriam a se arrastar ao solo, úmido e triste. Poderiam voar mudando totalmente a maneira de contemplar a vida. Seu alimento seria o néctar das flores.

Enquanto falava-lhes a emissária da esperança, as lagartas conversavam entre si exclamando não poderem acreditar no que viam, admirando-se pela sua beleza daquela e expressão misteriosa. Especulavam se não seria uma fada e afirmavam não se parecer em nada com elas.

A mensageira acrescenta que não deveriam ficar incrédulas. Esclarecia que as asas faziam parte da nova aparência que iriam adquirir, é um processo natural pelo qual deveriam esperar com confiança. Afirmava que se antes ela viva com elas, depois da transformação a ocorrer elas iriam viver com ela.

Iriam flutuar no espaço, experimentando voos à luz do sol. Libertadas do pântano, perceberão a leveza de seus corpos e virão a ser felizes.

Olhou carinhosamente suas irmãs e alçou voo de forma graciosa.

Chega nesse momento uma lagarta que não vira nem ouvira a borboleta com sua mensagem de esperança. Suas companheiras conversavam entusiasmadas pelo que ouviram há pouco. A lagarta que acabara de chegar, sendo a mais velha do grupo, começou a exclamar ser tudo uma insensatez, mentiras. Meros sonhos sem sentido. Como imaginar que lagartas viessem a ter asas. Puro devaneio. Seres alados são ilusões. Deveriam apegar-se à realidade. Iriam para outro lugar que encontrara onde terão mais alimento. Afirmara que a única meta é comer e depois o sono, a morte e o nada. Simples assim.

As outras lagartas ficaram desanimadas e calaram-se.

À noite, a lagarta mais velha, por certo a chefe do grupo. Adormeceu. Não despertara ao nascer do dia, mantivera-se imóvel.

As irmãs ficaram preocupadas. Mantiveram-se a observar curiosas o fenômeno.

Interrompemos a narrativa para uma explicação interessante.

A Borboleta, como lagarta, passa a maior parte da vida em estado de larva. Alimenta-se unicamente de folhas. Enquanto cresce e se desenvolve, troca de pele até vir a formar seu casulo. O tempo nessa condição pode durar por semanas ou por meses, dependendo da espécie. Após esse período rompe o casulo.

Voltando à história…

A lagarta que dissera às irmãs ser tudo um devaneio, referindo-se ao que lhes dissera a borboleta, quando despertou do sono houvera metamorfoseado em uma falena, com corpo aveludado, leve e esvoaçante.

Vale observarmos a semelhança entre o reino dos homens e o reino das borboletas.

Esta história traz-nos importante lição a considerar.

Muitas vezes temos a oportunidade de recebermos mensageiros a nos alertarem a respeito do que nos poderá advir após a experiência em corpo físico – o retorno ao plano espiritual, nossa verdadeira pátria.

Enquanto no mundo da matéria, vivenciamos experiências difíceis, enfrentando, simbolicamente, ventanias, pântanos. Temos a perspectiva de virmos a experienciar em outros planos uma vida mais suave onde perceberemos o mundo de uma maneira diferente.

Precisamos acreditar no que nos afirma Jesus no Evangelho, principalmente no que o evangelista transcreve das palavras do Mestre, quanto a sermos bem-aventurados – Mateus 5:1-11.

Ainda quanto ao contato entre o reino dos homens e o reino das borboletas, interessante lembrar uma outra história, chamada A lição da Borboleta (autor desconhecido):

“Um homem, certo dia, viu surgir uma pequena abertura num casulo. Sentou-se perto do local onde o casulo se apoiava e ficou a observar o que iria acontecer, como é que a lagarta conseguiria sair por um orifício tão miúdo. Mas logo lhe pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso, como se tivesse feito todo o esforço possível e agora não conseguisse mais prosseguir. Ele resolveu então ajudá-la: pegou uma tesoura e rompeu o restante do casulo. A borboleta pôde sair com toda a facilidade… mas seu corpo estava murcho; além disso, era pequena e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observá-la porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e se estendessem para serem capazes de suportar o corpo que iria se firmar a tempo. Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o restante de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura eram o modo pelo qual Deus fizera com que o fluido do corpo daquele pequenino inseto circulasse até suas asas para que ela ficasse pronta para voar assim que se livrasse daquele invólucro.

Algumas vezes o esforço é justamente aquilo de que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através da existência sem quaisquer obstáculos, Ele nos condenaria a uma vida atrofiada. Não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nunca poderíamos alçar voo.”

Ao longo de nossas existências ao vermos dificuldades por que passam muitos de nossos companheiros de jornada, cremos que precisamos facilitar o caminhar daqueles por quem temos mais apreço. Por vezes, criamos atalhos para podermos atingir objetivos com menor esforço. Até para nós mesmos queremos criar caminhos mais fáceis para alcançar metas.

Precisamos ter consciência de que as dificuldades que a vida nos apresenta são recursos valiosos para nosso aprendizado e amadurecimento espiritual e até mesmo intelectual. São nossos instrumentos que nos permitem alavancar nosso progresso moral e espiritual. Oportunizam que nos tornemos fortes para um caminhar mais seguro e firme.

A cada obstáculo vencido com coragem e fé, mais estruturados estaremos para o prosseguir no caminhar evolutivo.

É a forma como irrigamos e fortalecemos nossas asas para seguirmos em direção às estrelas. Sem esse esforço e desempenho proficiente, nossas asas serão frágeis e não conseguiremos alçar voos que nos elevem a níveis mais elevados, a níveis mais sutis da existência.

Em um estudo que fizemos sobre o livro do Apocalipse de João (último livro da Bíblia), há a menção de que o evangelista fora levado a planos mais elevados e observara as tribulações por que passavam as nações, como também certificara-se de que a espiritualidade ali trabalhava constante e intensamente para que a Humanidade fosse preparada para o processo evolutivo. Percebera João que as dificuldades e agruras pelas quais passavam os povos eram necessárias para que se promovesse a evolução de todos visando à vida verdadeira com a Verdade e o Amor.

Poderíamos até mesmo afirmar, levando em consideração interpretações das passagens do livro do Apocalipse, que as dores por que temos de passar durante nossas experiências como espíritos possam ser comparadas às dores de um parto… para que possamos nascer, diante das nossas vitórias, Filhos das Estrelas. Ou usando as palavras do Mestre Jesus, o Cristo:

“… para que se tornem filhos da luz.” Jo 12:36

A paz esteja com todos nós. A fé fortaleça nossos passos e possamos sair vitoriosos em nossa jornada espiritual.

(*) Contos e Apólogos, Irmão X, Por Chico Xavier

Lembrando uma frase do cronista, poeta  Rubem Alves: “Não haverá Borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”

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