Posted por em 13 maio 2019

Estudo oferecido no GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão, em 13-05-2019

Folheto distribuído ao público (PDF) – Necessário é nascer de novo

Áudio do estudo (mp3) – Necessário é nascer de novo

Capítulo IV do Evangelho Segundo o Espiritismo

Itens 5 a 9

5 (…) Retorquiu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

– O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito.”

“8. (…) Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.

9. O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção – “não sabes donde ele vem, nem para onde vai – significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.”.

Reencarnação

O conceito de múltiplas vidas do Ser Humano faz parte de várias culturas há milênios: egípcios, gregos, hindus, persas, romanos e judeus. Há muita semelhança entre os conceitos dessas culturas a respeito da Palingenesia (1), principalmente no que se refere a ser um recurso no processo de evolução do Ser. Há algumas particularidades dos conceitos, dependendo dos níveis de conhecimento de parte daqueles povos quanto aos chamados Mistérios sobre a vida.

Vê-se fortalecida a ideia da multiplicidade das vidas com o advento do Espiritismo.

A reencarnação compartilha, com a possibilidade de comunicação com o Plano Espiritual, o ponto de discordância do Catolicismo e do Protestantismo com princípios doutrinários do Espiritismo, codificado por Kardec.

Identificamos a reencarnação como uma manifestação da misericórdia Divina. A justiça de Deus presente em nossas vidas. É a demonstração do grande amor que Ele tem para com todos nós. São oportunidades maravilhosas que temos para aprender e crescer intelectual e espiritualmente e de nos recuperarmos de eventuais erros que tenhamos cometido.

É como podemos compreender as diversidades nas suas mais variadas expressões.

A descrição do processo reencarnacionista no Ministério da Reencarnação, em “Nosso Lar” (2), é digno de um estudo à parte. Também em o livro “Ícaro Redimido” (3), de Gilson Freire, nós podemos verificar procedimentos ricos e detalhados, minuciosos e complexos no preparar de uma Reencarnação.

São etapas minuciosamente desenvolvidas tanto pelos mentores espirituais, quanto pelos espíritos envolvidos. A reencarnação de um Ser não é um procedimento isolado, envolve espíritos que também estarão comprometidos com a vida e o processo evolutivo dos reencarnantes.

É um processo muito mais abrangente do que podemos imaginar.

André Luiz, em seus livros, expõe com muita propriedade essas etapas e a complexidade do processo. São anos, até mesmo décadas, de trabalho e estudos na tentativa de se fazer de uma vida na carne uma oportunidade de sucesso em mais uma etapa no processo de evolução, seja espiritual, intelectual ou emocional de um indivíduo.

Nós somos espíritos em evolução. Começamos como seres simples e ignorantes.

Ao longo de várias existências em corpo físico, e também passando por várias experiências sem ele, como espíritos desencarnados, nós prosseguimos no aprendizado.

Todo aprendizado e descobertas são importantes, mas o mais significativo nesse processo de evolução é o aprendizado espiritual. São os valores morais, éticos; o amor que se expande em nossos corações, por todas as pessoas com quem convivemos.

No início, só conseguimos amar aqueles que estão mais perto de nós mas, com o tempo, conseguimos ampliar este amor, abrangendo outras pessoas que conhecemos, com quem trabalhamos, com quem estudamos, com quem nos encontramos todos os dias. Processo que, por certo, visa o caminhar em direção ao amor à Família Universal.

É necessário que entendamos que o aprendizado na escola, adquirido nos livros, na conversa entre amigos, em palestras, é muito importante e, melhor ainda, se conjugarmos com estes o aprendizado do Evangelho de Jesus, o aprendizado espiritual.

Nosso aprendizado é um processo constante, todos os dias. É uma informação que conseguimos ouvindo rádio, vendo televisão, lendo um jornal, assistindo a palestras. Seja onde ou por que meio for, sempre estamos aprendendo algo. Devemos, no entanto, nos preocupar com o que estamos aprendendo, pois recebemos informações de vários tipos e de um elenco amplo de pessoas. Precisamos escolher o aprendizado que irá ser útil para nós e para a melhora da qualidade de vida que temos.

É a soma desses aprendizados, sejam intelectuais, sejam espirituais, que será a nossa herança dessa vida, ou melhor, dessa encarnação que recebemos como presente de Deus.

Quando deixamos este corpo físico (o que a maioria das pessoas chama de morte) passamos para outro estágio desse aprendizado, estaremos sem o corpo que conhecemos, mas levaremos conosco todo o aprendizado que conseguimos amealhar.

Nesse novo estágio, também teremos oportunidades para aprender muitas coisas, seja sob o aspecto intelectual, seja sob o aspecto espiritual e moral.

Quando recebemos a oportunidade de voltar a um corpo físico, teremos avançado no nosso aprendizado e, no novo corpo, poderemos testar o conhecimento adquirido, como também aprendermos mais e, assim, ampliar nosso horizonte cultural e espiritual.

Evoluir é aprender mais e mais e saber aplicar o que aprendemos para a evolução da nossa qualidade de vida e daqueles com quem convivemos.

É uma oportunidade valiosa que temos para exercitar tudo aquilo que aprendemos pelas várias experiências que já tivemos, como também de ter novas experiências com novos aprendizados.

A Reencarnação é uma prova do amor e da misericórdia de Deus. Encarnando e reencarnando conquistamos a nossa evolução espiritual e, assim, paulatinamente, progredimos e seguimos em direção à clareza que nos permitirá ter a percepção plena de que o Reino de Deus já encontra-se em nós.

Jesus afirmou, como está registrado em Lucas 17:21: “O reino de Deus está dentro de vós.”

Podemos perguntar então: se o Reino de Deus está em nós, por que razão não o percebo em mim?

No fundo de um lago, de água cristalina, há uma pérola de valor inestimável. Entretanto, para que a pérola possa ser vista da superfície, é indispensável que as águas estejam tranquilas; se estiverem agitadas pelo vento, a pérola continuará no mesmo lugar, mas não poderá ser vista. A porção de água do lago corresponde à nossa alma. Da mesma forma que não dá para enxergar através das águas agitadas, não dá para perceber o Reino de Deus através de nossas almas agitadas. Apenas quando as águas serenam, a pérola pode ser vista. Da mesma forma, apenas quando a alma for serenada, quando tivermos a nossa alma livre das perturbações inerentes ao apego a questões materiais, o Reino de Deus, que é a mais valiosa entre todas as pérolas, poderá ser percebido. (autor desconhecido)

Possamos nós nascer de novo, todos os dias, em espírito. Deixar os conceitos velhos de lado e adquirir novos valores, deixando surgir o Ser novo e melhor que existe em cada um de nós.

(1)    Palingenesia, é formada de duas palavras gregas – Palin, de novo; gênesis, nascimento. Em termos gerais, seria nascer de novo, ou renascer. Poderá ser estendido o sentido para reencarnação.

(2)    Nosso Lar, livro de André Luiz, psicografia de Francisco Xavier, em que o autor narra sua experiência no Plano Espiritual. Primeiro livro da Coleção A Vida no Mundo Espiritual.

(3)    Ícaro Redimido, Psicografia de Gilson Freire. Descreve o resgate e a recuperação do espírito Santos Dumont após o seu suicídio em 1932, segundo o relato de uma entidade cujo pseudônimo é Adamastor. Embora a obra estenda-se em particularidades da vida pós-morte do grande inventor, aborda essencialmente a depressão e o suicídio, sob a ótica da doutrina espírita.

A presença do conceito de reencarnação em povos da antiguidade

Reencarnação é também chamada de Palingenesia, junção de duas palavras gregas – Palim significa novo e Gênesis que significa nascimento.

Interessante constatar-se que a crença na imortalidade da Alma e nas vidas sucessivas está presente há milênios e podemos identificar registros deste fato em várias Civilizações deste a antiguidade.

Por exemplo: na Índia, no Egito, na Pérsia, na Grécia, na Judeia, entre os Druidas, entre os Romanos, bem como abordada na Escola Neoplatônica. (1)

Entre os hindus podemos verificar nos Vedas e no Bhagavad-Gitã. Os registros mostram a crença de que a alma não nasce nem morre nunca, eterna. A eternidade da alma, em suas “viagens” por vários corpos físicos, tem como princípio a sua evolução progressiva e como objetivo a destruição dos desejos e recompensas pessoais. Chegando-se à perfeição suprema não mais precisam ter experiências em corpo.

Entre os egípcios, a ideia da reencarnação era cultuada entre as classes dos iniciados nos mistérios de Ísis – instituições públicas mantidas pelo Estado de livre acesso a todas as classes sociais. Aqueles que passavam por todos os níveis de estudos alcançavam o conhecimento e a nítida compreensão de seu futuro após a morte e das leis que regem os mundos superiores. No entanto, nem todos frequentavam estas instituições e não alcançavam o conhecimento que permitiria estar preparados para enfrentar a morte de forma corajosa.

Pitágoras introduziu o conceito dos renascimentos da alma depois de seu contato com a doutrina das vidas sucessivas em suas viagens ao Egito e à Pérsia.

Entre os iniciados, o princípio desta doutrina focava a ascensão gradual e progressiva, sem que houvesse de forma alguma a regressão a níveis inferiores.

No entanto, entre o povo pouco evoluído ensinava-se que a alma que não houvesse atingido grau evolutivo mais elevado deveria renascer em corpos de animais.

O Pai da História acreditava que a alma, atingindo patamares mais elevados poderiam migrar para outros astros – outras moradas no Universo.

Aristófanes e Sófocles afirmavam que os Mistérios poderiam ser chamados de esperanças da morte.

Os ensinos secretos falavam sobre a unicidade de Deus; a pluralidade dos mundos e a rotação da Terra (como afirmaria Copérnico e Galileu mais tarde); multiplicidade das vidas sucessivas.

Entre os judeus ensinava-se aos iniciados a imortalidade da alma, as vidas sucessivas e a pluralidade dos mundos habitados. Estes ensinamentos encontram-se em diferentes obras que constituem a Cabala. (1)

Os gauleses acreditavam na unidade de Deus e nas vidas sucessivas. A Terra seria um mundo intermediário para migração da alma em direção a mundos superiores.

Durante a Idade Média a crença na reencarnação ficou velada severamente e proscrita pela Igreja.

Informações coletadas na obra Reencarnação de Gabriel Delanne, Autch Editora.

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