Mediunidade com Jesus – Verdadeiro exercício da mediunidade

Posted por em 10 jan 2017

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido no Centro Espírita Dr. Luiz Antônio, Lago Sul, Brasília (DF), em 10-01-2017

Áudio do estudo (mp3) – Mediunidade com Jesus

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Certa vez Chico Xavier foi perguntado sobre como entendia a mediunidade espírita com Jesus. Ele respondeu:

“– Para mim, e digo isso apenas com respeito à minha pobre e apagada pessoa, mediunidade espírita com Jesus tem sido um processo de iluminação, pelo qual, quanto mais os Bons Espíritos escrevem e se comunicam por meu intermédio, mais evidentes se tornam os meus defeitos e inferioridades, não só perante os outros como também diante de mim mesmo.

Compreendo, desse modo, que mediunidade com Jesus para mim tem sido um encontro progressivo e constante comigo mesmo, em que a luz dos Amigos Espirituais me mostra, sem violência, quanto preciso ainda aprender e trabalhar para melhorar-me.”[1]

Diante dessa resposta oferecida pelo Chico, podemos perceber que o exercício da mediunidade com amor e caridade, à luz do Evangelho do Cristo, já se mostra recompensa mais do que suficiente àquele que se dedica ao trabalho de intercâmbio entre o Plano Espiritual e o plano físico, com vistas à aplicação do bem e amparo aos que sofrem e buscam compreender a razão do que lhes acontece.

O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas, lembra a seus auxiliares, no trabalho de disseminação dos ensinamentos do Mestre, que eles não deveriam buscar seu sustento junto às igrejas e comunidades que visitavam. Deveriam, sim, exercer um ofício para ter condições de adquirir o alimento e o que lhes fosse necessário à vida. O trabalho de divulgação do Evangelho não poderá ser a visto como fonte de sustento.

Diz-nos o Evangelho Segundo o Espiritismo:

“Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.”[2]

Em O Livro dos Médiuns, encontramos:

“Todas as faculdades são favores pelos quais deve a criatura render graças a Deus.”[3]

Em mais uma reflexão de Francisco Xavier, a respeito do assunto, quando perguntado sobre nada ter recebido ou receber por todo o seu trabalho dedicado ao exercício mediúnico, respondeu:

“- Graças a Deus, nunca entrou em nossas cogitações receber qualquer remuneração pelos livros psicografados, que os nossos amigos espirituais consideram como sendo um depósito sagrado. Mas é preciso que eu me explique. Tenho tido uma compensação muito maior do que aquela que pudesse vir ao meu encontro através do dinheiro: é a compensação da amizade.

O Espiritismo e a mediunidade trouxeram-me amigos tão queridos, que me dispensam tanto carinho, que eu me considero muito mais feliz com estes tesouros do coração, como se tivesse milhões à minha disposição.”

É assim que devemos nos sentir no exercício da mediunidade, em qualquer circunstância: gratos pela oportunidade maravilhosa de sermos úteis àqueles que buscam amparo, compreensão, acolhimento em seus momentos de dores, dúvidas e angústias.

Essa faculdade nos é oferecida como bênção e oportunidade de reajuste em razão de faltas cometidas, desvios de comportamento em outras vidas. É importante que tenhamos consciência disso para que sejamos instrumentos úteis nas mãos de nossos mentores e espíritos amigos.

Importante ressaltar que o exercício no trabalho mediúnico deverá representar, antes de tudo, aprendizado para o próprio médium. Observando as orientações oferecidas pelos amigos espirituais como oportunidades para reflexão sobre a sua própria vida, comportamento, valores. Internalizando os ensinamentos, poderá o trabalhador fortalecer a sua fé e confiança; aprimorar suas faculdades e, mais do que isso, tornar-se um Ser melhor e mais produtivo no meio em que vive.

Em sendo um Ser melhor e um trabalhador mais efetivo, virá a ser um agente transformador na sociedade, com os ensinamentos de que será veículo como instrumento de amigos do Plano Espiritual. Transmitirá confiança no que compartilhar, pois será merecedor de crédito por aqueles a quem oferecer ajuda, principalmente pela condição exemplar de suas atitudes.

Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos que, para os médiuns, a mediunidade é “um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais.”[2]

Todos devem ter acesso à Luz oferecida pelo Evangelho e pelos Espíritos amigos. Ninguém poderá ser privado de receber qualquer auxílio espiritual em razão de não ter condições de pagar. Esse amparo deverá estar à disposição de todos, independente da condição financeira.

Como nos esclarece o Evangelho: “Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.” [2]

Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, …; de graça recebestes, de graça dai.” (4)

[1] Instruções Psicofônicas – F. C. Xavier – Espíritos diversos
[2] Capítulo XXVI do Evangelho Segundo o Espiritismo, itens 7 e 10
[3] Livro dos Médiuns – da influência moral do médiun
(4) Mateus 10:8

Um Comentário

  1. 8-5-2018

    Excelente texto!
    Exprime exatamente o que eu sempre acreditei ser a seara mediúnica: o exercício do amor, carinho e dedicação ao próximo.

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