Posted por em 8 jun 2020

Estudo virtual oferecido para o GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em 08-06-2020

Folheto (PDF) com as reflexões oferecidas e sugestões de leitura – Bases – Lavar os Pés

Áudio do Estudo (mp3) – Bases – Lavar os Pés

Vídeo com o áudio da palestra – https://youtu.be/4ikxuWwFKrE

 

Este estudo de Emmanuel – Bases – reflexões tendo como referência versículo do evangelista João:

“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés

Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.” (Jo 13:8)

Esse diálogo de Pedro e de Jesus se passa durante a Ceia de Páscoa do Mestre com seus discípulos (Jo 13:3-10):

3 Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,

4 Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.

5 Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.

6 Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?

7 Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.

8 Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.

9 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.

10 Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.

O lavar os pés era um costume judaico, mencionado já no Antigo Testamento.

O lavar os pés era uma necessidade, em razão das condições à época: estradas poeirentas e calçados tipo sandálias.

O costume era de o anfitrião providenciar água para que seus hóspedes pudessem lavar seus próprios pés, ou seria destinado um servo para que realizasse essa tarefa.

Há informações históricas de que esta tarefa era considerada humilhante, até mesmo para um servo judeu.

Diante dessas referências, seria realmente de se estranhar Jesus tomar para si a tarefa de lavar os pés dos discípulos, não fosse a particularidade de ser Ele um Mestre e sempre aproveitar qualquer oportunidade para disponibilizar um aprendizado.

Mais do que curar, expor ensinamentos a seus discípulos e à multidão, viera exemplificar as lições que se propusera a oferecer a todos nós, em todas as épocas. Esta referência a ter ele, o Cristo, como proposta, o ensinar-nos, mesmo antes de sua passagem no Planeta como um homem na personalidade Jesus – vide Questão 626, no Livro dos Espíritos.

Joanna de Ângelis aborda esta determinação de Jesus em vir, como Mestre, para nos ensinar caminhos de elevação moral.

Diz ela que Jesus “havendo alcançado o excelente estágio de progresso e de iluminação em que se encontrava, aspirava para todos os indivíduos a mesma posição, tendo, por Sua vez, o Pai como exemplo e foco a ser conquistado.”

Consciente que era de existir entre Ele e o Criador:

um verdadeiro abismo de evolução, tanto quanto um outro vão desafiador existe entre os seres terrestres e a situação que Ele desfruta na escala de valores morais e espirituais.

Assim sendo, propôs que ninguém se satisfaça com o já conseguido, antes cresça, busque, entregando-se ao esforço incessante da libertação dos atavismos iniciais, e ascenda no rumo da Grande Luz, tendo-O por condutor seguro.

Antes, porém, de ser empreendida por alguém essa busca, torna-se necessário que saiba o que deseja e para qual finalidade o almeja. (…)

Voltando ao tema deste Estudo.

Encontramos em o livro O Consolador:

Pergunta:

315 Por que razão Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, cingiu-se com uma toalha?

Resposta:

O Cristo, que não desdenhou a energia fraternal na eliminação dos erros da criatura humana, afirmando-se como o Filho de Deus nos divinos fundamentos da Verdade, quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade, à qual vinha trazer a luz da vida, na abnegação e no sacrifício supremos.”

Emmanuel, em um outro texto de sua lavra, no livro Encontro de Paz, capítulo 19 – Pés e Paz, traz-nos algumas reflexões complementares a respeito do tema lava pés.

Salienta que o Mestre não trabalha ali naquele encontro com a intenção de purificar a cabeça que:

pensa, vê e ouve, traduzindo o sentimento com os dons divinos da reflexão e com as faculdades superiores da palavra, nem lhe alimpa as mãos que trazem consigo a excelência dos recursos táteis para a glorificação do trabalho e a muda linguagem dos gestos, que exprimem afetividade e consolação.

Lava-lhes os pés que entram em contato com a lama e o pó da terra”. Aqui podemos buscar a simbologia de ser limpa a parte que traz em si a necessidade de ser purificada dos erros que ainda se encontravam no Ser de seus discípulos.

Acrescenta o Mestre:

“Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.”

Há uma interpretação a esta referência final. De ser uma menção às condições de Judas que iria trair logo depois desse encontro na comemoração da Páscoa. Os discípulos já estavam limpos espiritualmente, tinham internalizado os ensinamentos a eles ministrados, à exceção de Judas. Mesmo assim tivera lavados os seus pés.

Encontramos em outra passagem de João uma referência de Jesus que confirma esta interpretação de os discípulos já estarem limpos:

Jo 15:3-4

3 Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.

4 Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

Encontramos algumas interpretações à passagem do lavar os pés e trazemos aqui duas:

– servirmos com humildade a nossos companheiros de jornada;

– o lavar os pés de alguém pode representar o levar a mensagem do Mestre a esse companheiro. Os ensinamentos de Jesus vêm a representar a água que proporciona o alívio pela libertação da “poeira” da estrada, durante a jornada em que nos encontramos.

O sermos lavados de nossas impurezas – conscientização da necessidade da nossa transformação moral, ética, espiritual.

É o renovar-se… o nascer de novo a que Jesus nos conclama.

O lavar os pés de nossos companheiros de jornada é cumprirmos nosso compromisso de divulgar o Evangelho, não só por palavras, como também pelo exemplo, sendo pessoas íntegras e fraternas. Verdadeiros servos do Evangelho do Mestre.

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