Posted por em 1 ago 2017

Jardim no aquario-marca-dagua

A arte é a expressão do belo.
Quais as maneiras de expressarmos nossas tendências artísticas?
Há várias possibilidades de expressão, como há inúmeras tendências artísticas em cada um de nós.
Bom lembrarmo-nos da Parábola dos Talentos, contada pelo Mestre Jesus. São-nos concedidos talentos para serem aplicados e, quando formos chamados a apresentar o que fizemos com nossos talentos, deveremos mostrar como também multiplicamos as dádivas recebidas.
Com a arte podemos expressar o belo, a tristeza, o amor, o ódio, o rancor, a fraternidade, a caridade, os sonhos, fantasias, religiosidade, enfim, é a expressão das nossas emoções, das viagens de nossa Alma.
Quando descobrimos a arte em nossas vidas abrem-se novas maneiras de olhar o que existe à nossa volta. Por querermos representar o que vemos, sentimos, o que nos sensibiliza, passamos a perceber o mundo de forma diferente e mais exuberante: nuances de cor, formas, efeitos da luz sobre os objetos (luz e sombra), detalhes antes despercebidos pelos nossos olhos, olfato, sabor.
Seja na representação com as mãos (pintura, desenho, artesania), com o corpo e a voz (teatro), com a palavra em versos e rimas (poesias e poemas) ou em textos (reflexões, histórias), precisamos ter um olhar mais arguto, informações, conhecimento do tema a ser levado pela nossa arte. Exige estudo, dedicação, empenho, aprendizado, prática, sensibilidade, emoção, amor.
A Arte, independente de sua forma de expressão – artes plásticas, eletrônica, literatura, teatro, música, fotografia etc. – é um instrumento de mobilização, interação e realização.
Em sendo uma expressão que se faz pública, pois o artista deseja que outros partilhem de seu trabalho e de seus sentimentos, o idealizador da obra precisa ter consciência da sua responsabilidade ao divulgar sua arte pois, a energia emanada de sua obra certamente envolverá aqueles que vierem a ter contato com o sentimento expresso em sua arte.
É triste perceber que muitos não compreendem que sem a arte a vida seria vazia… de expressões, de sentimentos, de cores, de beleza, de emoções, de alegria. Há artistas por toda a parte dizendo, fazendo algo para tornar melhor os nossos dias e muitos de nós nem percebem!
A questão é que os verdadeiros artistas trabalham no anonimato, dia-a-dia, buscando fazer um mundo melhor para todos e para si mesmo.
A arte está, além do fazer das cores, das formas, das letras expressões perceptíveis aos sentidos, está também, e principalmente, no acolher o outro com carinho, emocionar com um sorriso, oferecer um ombro amigo, saber ouvir quando o outro precisa dizer o que sente, falar quando o outro precisa de ouvir algo que o enobreça e conforte. Sejamos um artista da vida.
Fazer arte é deixar a mente flutuar, o coração se emocionar, o corpo se expressar, as mãos, os olhos, a boca, deixarem-se no simplesmente criar.
Não há espaço restrito, não há sonhos proibidos, não há formas sem sentido.
Por vezes eu digo que faço arte como um brincar com as cores e as formas.
Realmente não faço arte como um dever, deve ser prazer.
A arte me proporciona alimento emocional e espiritual e é tão enriquecedor em minha vida que não poderia viver sem esse processo criador. Faz parte do meu Ser expressar-me, seja com um lápis ou caneta, em papel ou tela de lona, também em tela de um tablet ou de computador. Seja com cores e formas, seja com palavras, em versos e rimas ou simplesmente deixando-as discorrer sentimentos e emoções.
É deliciosamente inquietante quando minha Alma simplesmente anuncia sua vontade de se expressar. Uma inquietação de criação saudável, ela precisa dizer o que nela está contido.
Há momentos em que não é bem a minha Alma a querer criar, torna-se um veículo de expressão de outrem que me pede permissão para se expressar e eu, sentindo alegria em assim ser, deixo-me levar nesse navegar.
Sinto minhas mãos buscarem seus caminhos, minha mente acompanha como a esperar pelo próximo movimento. Eu quase que sei… é uma sensação sutil de esperar por realizar algo que já existe de antes, da vontade de criar. Eu, só um instrumento para concretizar.
Por vezes percebo não estar pronta para alcançar o ideal ali desejado, falta-me condições de executar como deveria. Ainda muito tenho a aprender, a praticar. Mas sinto o carinho e paciência a envolver-me e o concretizar se faz, como permite a minha limitada capacidade artística.
Diante desse carinho e tolerância fraternal, sinto-me grata, imensamente grata, por participar de um envolvimento tão lindo e intenso a permitir-me ser instrumento, ainda que frágil e dissonante nesse colóquio de criação e manifestação do que poderia ser belo, mas é tão somente uma singela expressão da arte do emocionar-se e expressar-se, seja em cores e formas, em palavras com versos e rimas, ou em frases que contam histórias, traçam reflexões, exprimem sonhares ou discorrem contemplações sobre a vida, sobre o ser, a vontade de uma Alma… seja a minha ou de um amigo ou amiga que chega calmamente, docemente, pedindo minhas mãos e eu as ofereço com amorosidade que busco em meu Ser.

Em o livro Reflexões da Alma III, Elda Evelina, Bookess Editora

Texto desenvolvido por ocasião da preparação para o Estudo da Família sobre o tema Espiritismo, Família e Arte, no Grupo Irmão Estêvão.

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