Posted por em 20 jun 2019

Estudo oferecido no CEAL Centro Espírita André Luiz,Guará,em 20-06-2019

Folheto distribuído ao público (PDF) – Deixai venham a mim os pequeninos
Áudio do estudo (mp3) – Deixai venham a mim os pequeninos


“… Eis que o Reino de Deus está entre vós.(Lc. 17:21)

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos: “Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos.”

Em o texto Meninos espirituais (1), Emmanuel nos diz que há companheiros de jornada “cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos.”

Transitando pelo Mundo de Expiações e Provas, todos nós somos ainda crianças. Ainda falhamos em várias etapas da vida. Somos frágeis, referindo-nos a nós mesmos, não como nos apresentamos fisicamente, e sim com relação a nossa condição moral e espiritual.

Diz-nos Rigonatti em o Evangelho dos Humildes:

“JESUS ABENÇOA OS MENINOS

13 Então lhe foram apresentados vários meninos, para lhes impor as mãos, e fazer oração por eles. E os discípulos os repeliam com palavras ásperas.

14 Mas Jesus lhes disse: “Deixai os meninos, e não embaraceis que eles venham a mim; porque destes tais é o reino dos céus.

15 E depois que lhes impôs as mãos, partiu dali.

Destes tais é o reino dos céus, significa que somente os que alcançaram a pureza e a inocência das crianças, estão em estado de merecerem a felicidade, que se origina sempre de uma consciência sem mácula.

Estas palavras de Jesus também são uma ordem, para que as crianças sejam instruídas em seu Evangelho, desde pequeninas. Embaraçar as crianças e mesmo repeli-las para que não se acerquem de Jesus, simboliza a indiferença dos pais em não cuidarem da educação evangélica de seus filhinhos. Proceder assim é um erro de lamentáveis consequências espirituais; porque os pais se esquecem de indicar aos filhos o caminho que facilmente os conduziria a Deus.”

Um dos ensinamentos que Jesus nos proporciona, nesta passagem com as crianças, é o de nos alertar para o fato de devermos ter a consciência da nossa responsabilidade com a educação dos nossos filhos. Estão aos nossos cuidados no plano físico e precisamos refletir sobre como estamos nos conduzindo na condição de pais ou responsáveis.

Eles são como presentes do Pai para que venhamos a conduzi-los na jornada evolutiva. São compromissos assumidos muito antes de tê-los conosco no plano material. Há toda uma preparação que pode perdurar por anos ou até mesmo décadas.

Sabemos que passam por múltiplas experiências, seja em plano físico, seja em plano sutil. Aquele ser que ora se desenvolve é um Espírito que transitou por culturas e povos em diferentes momentos e circunstâncias. Traz em si um grande cabedal de conhecimentos, sejam empíricos ou científicos; desenvolveu emoções positivas ou não. Suas experiências podem ter sido traumáticas, o que poderá resultar em atitudes agressivas, trazendo dificuldades para seu novo momento de vida, que nem sempre ocorrerá com companheiros de jornada com quem se identifica de forma agradável.

Há um leque de opções para esse conviver, mais amplo do que possamos imaginar.

Algumas perguntas podem ocorrer-nos, como:

– Já conheço esse ser? Qual a relação que ele tem comigo ou eu com ele?

– Quais compromissos assumimos na programação desse encontro?

– Será uma convivência por expiação, por prova ou por reparação? Ou um reencontro para que juntos possamos realizar algo de importante?

– Terei condições de vencer os desafios que se apresentarão à minha frente?

Essas reflexões são válidas, pois demonstram uma preocupação em buscar acertos.

Diz-nos a Doutrina Espírita que, dependendo do grau de conhecimento e de preparo moral, poderemos ser parte na programação da nossa próxima existência física. Requer estarmos identificados com as necessidades que temos de acertos com os companheiros da nova jornada em corpo físico; o que precisamos e pretendemos aprender com eles; estarmos preparados para eventuais embates decorrentes de divergências de quaisquer espécies.

No caso de não termos preparo moral e emocional adequado, poderemos ser levados a ter experiências que o Plano Espiritual identifique como a melhor oportunidade a nos proporcionar o aprendizado requerido, os acertos mais necessários e possíveis.

O que é mais importante nessa busca pelo entendimento do que ocorre é ter a certeza de tudo estar de conformidade com programação para o nosso melhor caminhar – a evolução espiritual.

Dizem-nos os Espíritos respondendo à questão 379 em o Livro dos Espíritos:

A infância

  1. É tão desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito que anima o corpo de uma criança?

“Pode até ser mais, se mais progrediu. Apenas a imperfeição dos órgãos infantis o impede de se manifestar.” (…)

Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo sobre o como se manifesta o Espírito que se apresenta fisicamente na infância (2):

“Pois que o Espírito da criança já vive, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança. Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado.”

Há maneiras diferentes de se olhar para esse fato de a criança ser frágil tão somente por ainda estar em um corpo que requer cuidados. O Espírito que conduz seu corpo material pode ter mais experiências do que os adultos com quem vivenciará a jornada terrena.

No entanto, a possibilidade de esta criança ter mais experiências do que o adulto que a acolhe não implica, necessariamente, em ela ser mais evoluída moral e espiritualmente. Poderá tão somente ser mais capacitada intelectualmente, mas estar comprometida por desvios de comportamento em outras vidas e vir a experienciar essa nova jornada a fim de aprender sobre as leis morais e relacionamento familiar e social mais equilibrado. Enfim, aprender mais sobre as Leis de Deus.

O aprendizado do Espírito em a infância terrena tem dois aspectos a mencionar: a educação e a instrução.

A educação compete, desde o início, ao instituto da família. Ali se instala a pedra fundamental na formação do ser. Depois, dar-se-á a continuidade na escola  ̶  contribuição intelectual e experiências sociais. O aprender a se relacionar com outras pessoas fora do círculo familiar e exercitar a fraternidade, o desapego, a colaboração, o desprendimento, a compreensão, a compaixão, por exemplo.

A dinâmica do aprendizado tem como objetivo o intercâmbio do conhecimento. Tem-se que levar em conta o conteúdo a ser oferecido, os métodos e a finalidade a que se propõe, quando se restringe à instrução.

Os métodos a serem utilizados no processo educativo deverão ser adequados às condições mentais e emocionais do aprendiz. Não deverá ser um simples impor do material didático, como também não ser um processo repetitivo. O educador deverá motivar o aprendiz às próprias descobertas, permitindo que ele desenvolva seus métodos de apreensão do conteúdo oferecido.

A educação não deve estar restrita a desenvolver a capacidade intelectiva. É, principalmente, manter-se de forma dinâmica na troca de experiências, tendo em vista as necessidades do conviver em sociedade e a autorrealização.

A criança, ao começar a redescobrir o mundo e a re-identificar-se com o que a cerca, costuma repetir atitudes que lhe são familiares, que lhe tenham proporcionado prazer ou tenham provocado a sua queda em vidas anteriores.

As tendências que demonstram, aptidões e percepções são expressões de sua memória que se apresentam de forma inconsciente.

O Espiritismo traz grande contribuição para os pais que acolhem e compreendem os princípios doutrinários.

Aquele que estuda e tenta compreender os fundamentos das vidas sucessivas terá mais facilidade para perceber as nuances, por mais sutis que sejam, do comportamento daquele Espírito que se encontra na infância do processo reencarnatório.

Compreendendo que ali se encontra um Ser em processo de aprendizado e que traz experiências que lhe possam proporcionar até mesmo sofrimento interior, sem que ainda venha a ter delas consciência, poderá encontrar uma forma de melhor abordar questões que porventura venham a ocorrer e, portanto, proporcionar oportunidades mais efetivas de ajustes e acertos que promoverão a evolução daquele ser em menor espaço de tempo.

Importante voltar a registrar que grande é a responsabilidade daqueles que acolhem uma criança em seu lar ou ao seu convívio social.

Diz-nos Joanna de Ângelis (3):

“O lar constrói o homem. A escola constrói o cidadão”. Diz ainda: “A educação encontra no Espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor, pelos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo.”

(1) Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, por Chico Xavier

(2) Capitulo VIII, item 4, de o Evangelho Segundo o Espiritismo

(3) Estudos espíritas, Joanna d Ângelis, por Divaldo franco

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