Posted por em 29 abr 2017

)Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido no Grupo Irmão Estêvão, em 28-04-2017

Folheto distribuído ao público(PDF) – A jornada redentora – folheto (PDF)

Áudio (mp3) – A jornada redentora

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Este estudo tem como referência uma história, de mesmo título, de o livro Jesus no Lar, do espírito Neio Lúcio, psicografia de Chico Xavier (vide anexo Jornada Redentora – Reescrevendo a história).

Para quem não conhece, este livro é composto de várias histórias, sempre contadas por Jesus em encontros com seus discípulos, familiares e outras pessoas. As palavras do Mestre resultam, quase sempre, de perguntas dirigidas a ele e, então, retorna como resposta uma história com exemplos edificantes e elucidativos.

Leia a história e acompanhe as reflexões.

Começamos nossa existência, como Espíritos, na condição de seres simples e “ignorantes”. Estaremos envolvidos pela sombra do desconhecimento, cegos por incapacidade de vermos a luz dos ensinamentos, sem condições de discernir para fazermos escolhas conscientemente.

Nesse estágio de nossas vidas, como espíritos, somos detentores de instintos básicos para sobrevivência em um mundo material.

Em A Gênese encontramos:

“11. Qual a diferença entre o instinto e a inteligência? Onde acaba um e o outro começa? Será o instinto uma inteligência rudimentar, ou será uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?

O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação.(…) No homem, só em começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; (…)

12. A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.” (A Gênese, Capítulo III – O instinto e a inteligência)

No estágio inicial de “vida”, o Espírito será como os cegos da história A jornada redentora. Estará habituado às sombras e à miséria e mergulhado em “cavernas” obscuras e desfavorecidas. A partir de então, tem início sua jornada e, como meta… alcançar a sua evolução moral, ética e espiritual.

Não obstante esse processo já fazer parte do caminho espiritual, muitos de nós não têm percepção ou disposição para enfrentar esse caminhar de maneira espontânea. Precisamos de um impulso que se apresenta invariavelmente no dispender esforços, enfrentar dificuldades, limitações, dores, fragilidades físicas e emocionais, entre tantos outros aspectos intrínsecos à nossa condição humana, ainda como crianças espirituais. Diz-nos Paulo de Tarso, o Apóstolo dos gentios: “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, pois é menino.” — Paulo. Hb 5:13  (1)

Como espíritos em processo de aprendizado, autoconhecimento – o compreender-se, reconhecer suas fragilidades e necessidades, buscar a autotransformação –, exercício dos ensinamentos oferecidos pelo Mestre Jesus, o Cristo, encontramos oportunidades oferecidas em suas mais variadas expressões. Seja até mesmo, e principalmente, no convívio com familiares, também com amigos, enfim, companheiros de jornada em seus vários formatos.

Podemos encontrar a recusa em aceitar-nos como nos vêm nesse novo caminhar; não acreditarem na nossa proposta e empenho de autotransformação; até mesmo sentirmo-nos alijados do meio em que, até aquele momento, estivemos em situação confortável de convívio.

Esse processo em que poderemos nos encontrar, a partir de então, não costuma ser fácil. Exige de nós disciplina, muita confiança nas escolhas que fazemos, convicção de estarmos no reto caminhar, empenho no prosseguir com nossas intenções no atingimento de um estágio mais saudável, iluminativo, de esperanças e paz interior.

Muitos revezes ocorrerão como a nos tentar impedir de alcançarmos nossa meta, são provas à tenacidade de nossas convicções e de nossa fé.

Importante reconhecermos, também, que essas provas e dificuldades não estarão presentes tão somente em uma encarnação. Nossas fragilidades acompanhar-nos-ão por todo o processo evolutivo, enquanto não atingirmos uma condição ideal como espíritos. Essas provas irão arrefecer-se na medida em que alcancemos melhores patamares espirituais, estejamos mais conscientes, incorrendo em erros com menor frequência, alcancemos estágio de paz interior mais efetivo.

Remetendo ao conteúdo da história A jornada redentora, citada anteriormente, podemos interpretar, como novas encarnações, os caminhos onde nosso personagem enfrentou lobos e víboras; a caverna em que ficou aprisionado. Não obstante os obstáculos com que se defrontou, manteve-se firme em sua proposta de encontrar o lugar sagrado que poderemos interpretar como sendo o Reino de Deus prometido por Jesus.

Não obstante libertado da prisão em que se encontrara, por ali ter exercido a fraternidade e expressando alegria, ainda teve de enfrentar nova experiência ultrajante.

Mesmo assim, continuou empenhado em sua busca pelo lugar sagrado. Soube controlar prováveis ímpetos de resistir ou reagir. Revelou-se um semeador do bem, encontrou oportunidades para a demonstração de boa vontade, amor e tolerância. Sua atitude foi tão verdadeira e convincente que acabou por receber a liberdade mais uma vez.

Nesse ir e vir de experiências, o espírito exercitou seu aprendizado, fortalecendo-se como discípulo fiel aos ensinamentos evangélicos. Esse processo proporciona a sutilização das energias emanadas de seu Ser, transformando-o em Espírito mais depurado, purgando, pelo caminho, suas mazelas, imperfeições e fragilidades.

Terá sido o seu empenho em alcançar a condição de Espírito Puro, ter como moradia o Reino dos Céus.

Importante trazer-nos a reflexão de que, para alcançarmos essa beatitude, precisamos, antes de mais nada, reconhecermos nossa “cegueira” espiritual. Enquanto acharmos que estamos plenos ou mesmo, ainda que cegos, não exercermos a vontade de nos transformarmos, não vislumbrarmos a necessidade de encontrar a luz, não conseguiremos seguir em frente. Estaremos estagnados na nossa escuridão, no nosso cativeiro espiritual.

É imprescindível tomarmos a decisão de aplicar a disciplina necessária no exercício dos mandamentos maiores, contidos no Evangelho do Cristo, abraçarmos com determinação, convicção, coragem e fé esse caminhar redentor.

Nessa jornada deverá estar presente, principalmente, o exercício do amor que contempla: silêncio interior, sem reclamações ou censuras; aceitação de que o Pai sabe o que é melhor para nós e que tudo o que nos oferece é visando a nossa evolução e espiritualização.

O tempo em que deveremos permanecer nesse processo dependerá tão somente de nós mesmos. Do como abraçamos a nossa missão.

(1)       Ver texto de Emmanuel – Meninos Espirituais, do livro Caminho, Verdade e Vida, por Chico Xavier.

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Anexo – A Jornada redentora – reescrevendo a história

Jesus, perguntado sobre a jornada para o Reino de Deus, conta a seguinte história, aqui só em suas linhas gerais. Importante lê-la por inteiro, pois traz grandes ensinamentos a respeito do tema.

Em um vilarejo viviam pessoas cegas de nascença. Estas já estavam habituadas à escuridão de quem está impedido de ver a luz. Também eram pessoas em condição de miséria já há muitos anos, mergulhados em uma espécie da gruta ou caverna.

Certo dia, um viajante contou-lhes sobre a beleza de um lugar em Jerusalém, o Monte Sião. Lá, o povo escolhido adora o Supremo Pai.

Todos aqueles que habitavam no vilarejo sentiram-se esperançados, mas, ao mesmo tempo, lastimavam não poderem dirigir-se até Jerusalém e também beneficiar-se da graça de virem a adorar aquele Ser.

O viajante esclareceu não ser de todo impossível conquistarem a capacidade de ver.

Aquelas pessoas cegas ouviram as orientações que deveriam ser seguidas com muita disciplina: abstinência de variados prazeres inferiores a que estavam acostumados. Cumprido isso, poderiam ver a luz e dirigirem-se à cidade santa. Muitos sentiram-se desanimados e incapazes de tal feito.

Um deles, no entanto, acreditando na bênção que poderia alcançar, seguiu as orientações.

Durante quatro anos cumpriu a disciplina recomendada – meditações, trabalho intenso e observância da Lei, jejuns e prece. Como fora dito pelo viajante, alcançou a capacidade da visão.

Exultou de alegria e contou aos companheiros sobre sua experiência exitosa. Comentou sobre o céu, a beleza de tudo o que podia ver. Não obstante suas palavras, nenhum daqueles que o ouviam acreditou.

Diante da capacidade de ver o caminho, tomou sua jornada em direção à cidade de Jerusalém.

Sem saber bem a direção que deveria tomar, vagueou por vários dias e noites. Viu-se alvo de ataques de lobos, víboras, apesar de usar de cautela.

Certo dia, aproximando-se de uma caverna com a intenção de colher mel silvestre, foi atacado por um ladrão que lhe exigira a bolsa. Não tendo qualquer bem para o malfeitor, foi levado como prisioneiro, durando esta sua condição cinco anos. Nosso personagem manteve-se abnegado e bondoso. Sua brandura resultou em reforma de seu perseguidor que se reformou para o bem e libertou nosso buscador da cidade santa.

Retomou a jornada com a esperança de alcançar o Templo que imaginara em sua mente.

Ao longo do caminho mostrou-se fraterno e distribuía alegria a todos com que se encontrava.

Chegou a um vilarejo onde a autoridade era exercida com muito rigor. Acabou sendo aprisionado como sendo um criminoso desconhecido. Não reagiu e manteve-se firme no exercício do bem. Não obstante aprisionado, encontrou várias maneiras para exercer a boa vontade, amor, tolerância. Sua atitude sensibilizou as autoridades que decidiram por bem libertá-lo.

Mantendo-se fiel a seu objetivo de atingir o santuário, prosseguiu sua busca, mas só depois de vinte anos conseguiu chegar ao Monte Sião onde deveria adorar o Supremo Senhor.

Neste momento, Jesus interrompeu a narrativa, olhou para as pessoas que o ouviam e concluiu:

― Precisamos, antes de tudo, reconhecer nossa cegueira e aplicar os ensinamentos oferecidos ― os mandamentos divinos.

Alcançando o conhecimento, ainda que tenhamos de lidar com as forças contrárias à nossa proposta de seguir em frente, deveremos marchar, ainda que só, a partir da escuridão de nossas sombras, dirigindo-nos à claridade divina, aproveitando todas as oportunidades no servir, indistintamente a todos, ainda que sejam inimigos ou perseguidores.

Quando compreender ser imperativo que mobilize as oportunidades disponíveis, sem reclamações ou julgamentos, o seguidor terá alcançado a condição de alcançar o Reino. O tempo que lhe será exigido será tanto menor quanto maior for o seu esforço e empenho, pois terá plasmado as próprias asas para o voo divino. Será a ventura resultante da sua disciplina e trabalho pela paz e alegria de todos.

Baseada no texto do livro Jesus no Lar, do espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Sugestão de leitura – Poema Caminho de Viver – www.eldaevelina.com/?p=5396

Link para o vídeo – https://youtu.be/oFkl0UdiDyY

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